Perigo ronda as bombas de combustívelDanos neurológicos provocados por solventes contidos na gasolina podem afetar frentistas, expostos diretamente ao produto.

Os frentistas convivem diariamente com um inimigo. Segundo pesquisa realizada pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), a exposição diária a solventes exalados pela gasolina pode provocar danos neurológicos.

Para a coordenadora do Centro de Informações Toxicológicas do Amazonas (CIT / AM), Amanda Mamed, o problema tem que ser avaliado de forma mais rigorosa, contudo, é relevante ressaltar a importância da prática sobre as ações de controle da insalubridade.

Os trabalhadores estão expostos a riscos provocados pelo contato com hidrocarbonetos aromáticos por meio dos combustíveis e óleos lubrificantes comercializados em postos e serviços. “Nesses ambientes é possível identificar o contato durante a atividade de abastecimento de veículos e outras atividades, como troca de óleo e lubrificação, por exemplo”, explica a coordenadora. No entanto, no Amazonas, durante o ano de 2013, não foi registrado nenhum caso de intoxicação de funcionários pelo CIT / AM.

A técnica em segurança do trabalho Kelly Marques afirma que todo agente químico pode causar danos à saúde. É necessário que a empresa faça o laudo de insalubridade para verificar a quantidade inalada e realizar a capacitação dos funcionários de acordo com a função exercida.

 “A inalação diária desses agentes químicos afeta diretamente as vias respiratórias e, por conseguinte, os demais órgãos”, diz a coordenadora.

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Entretanto, o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Lubrificantes, Álcoois e Gás Natural do Estado do Amazonas (Sindcam), Luiz Felipe Moura Pinto, afirma que as informações da pesquisa ainda não foram comprovadas.

Diante da gravidade do problema, que é de difícil diagnóstico, o presidente relata que a entidade, juntamente com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), tem estudos sobre a ação do benzeno na vida dos trabalhadores em postos de combustíveis do Estado.

 “Os níveis de benzeno nos combustíveis causaria dano somente se a pessoa ficasse cheirando diretamente do tanque. Outro ponto importante para ser avaliado é que os frentistas trabalham em ambiente aberto”, enfatiza Luiz Felipe.

O presidente da entidade explica ainda que os frentistas amazonenses hoje possuem um piso salarial de R$ 750 e recebem ainda um adicional de 30% de periculosidade.

Entretanto, de acordo com a coordenadora Amanda Mamed, a pesquisa serve como alerta para a população, sobretudo, os trabalhadores e para as autoridades, que devem reavaliar as políticas públicas hoje existentes no país.

Fonte: Jornal EM TEMPO

 

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