O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, que assumiu a estatal em janeiro, sugeriu ao governo a adoção de um cartão pré-pago para os consumidores de combustíveis como forma de proteção contra a volatilidade dos preços internacionais do petróleo.
De acordo com a estatal, o cartão vai permitir que o cliente compre, por exemplo, cem litros de gasolina e diesel com o preço do dia sem a necessidade de usar tudo na mesma hora. A lógica seria similar à de um cartão pré-pago para viagens, que busca travar a cotação num determinado valor.
Em nota, Castello Branco afirmou que, assim, o consumidor vai ficar protegido da flutuação de preços na bomba por um período. “Essa é uma sugestão que demos, está sendo pensado como estruturar. O mercado tem vários instrumentos que podem proteger, que são muito melhores do que simplesmente a intervenção, o tabelamento de preços, que gera muitas distorções”, destacou o presidente da estatal. Castello Branco reafirmou que a companhia continua com sua política de preços atrelada à paridade internacional, usada em outros países.
O executivo ressaltou, em nota, que é contra a adoção de um imposto para ser usado como uma espécie de colchão, de forma a evitar que a volatilidade das cotações internacionais seja repassada diariamente aos preços dos combustíveis ao consumidor. A hipótese havia sido discutida no governo anterior após a greve dos caminhoneiros. Para Castello Branco, a medida significaria, na prática, um novo imposto. Além disso, ele pondera que poderiam surgir dúvidas se a iniciativa iria, de fato, proteger os consumidores.
“Um dos papeis do sistema de preços é atuar como um sinalizador: o preço sobe, eu digo: ‘vou consumir menos diesel’. Já para o produtor, ‘o preço está bom, vou produzir mais’. Isso (o colchão) é uma barreira ao bom funcionamento de uma economia de mercado, que pressupõe a liberdade de preços”, concluiu Castello Branco.
*Extraído do site da Fecombustíveis
Fonte: O Globo
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