No primeiro dia do 14º Fórum Internacional de Postos de Serviços, Equipamentos, Lojas de Conveniência e Food Service um dos destaques foi a palestra “Simplificando a jornada do consumidor: o futuro da conveniência”, apresentada por Michael Davis, vice-presidente de serviços da NACS (National Association of Convenience Stores, dos Estados Unidos). “Esta é uma indústria de diversão.
Nós oferecemos conveniência e economia de tempo às pessoas” disse o convidado. Hoje nos EUA postos com lojas vendem 84% dos combustíveis, 61% dos bilhetes de loteria, 60% dos packs de cerveja e 46% de todas as garrafas de água vendidas no país.
Como consultor, Davis já esteve em 35 países conhecendo as mais interessantes inovações no segmento de conveniência.
“Pelo que pude ver, os postos e suas lojas de conveniência no Brasil estão aptos a competir com estabelecimentos de qualquer lugar do mundo. Os problemas que vejo aqui são desafios globais”.
Entre as principais questões estão atender às exigências de regulamentação de tabaco, melhorar a eficiência dos sistemas de pagamento, e oferecer produtos alimentícios mais saudáveis.Isso porque, na opinião do especialista em varejo, as lojas de conveniência são o futuro do setor.
“O combustível é rentável, mas o percentual de lucro caiu de 75% para 37% nos últimos 20 anos”, compara.
Para continuar atraindo mais público, as lojas precisam apostar cada vez mais na experiência “fluída”, ou seja, cada vez com menos atrito, ou empecilhos para o comprador. Um exemplo são as tecnologias de pagamento sem interação com caixa, ao estilo do protótipo da Amazon, o Just Walk Out, em atividade em algumas cidades dos EUA – no entanto, de acordo com Davis, o modelo da gigante de tecnologia ainda não é rentável. Com mais sucesso, os pagamentos via celular já são realidade em várias partes do mundo.
A palestra foi parte da programação da ExpoPostos & Conveniência 2019, que está acontecendo no São Paulo Expo, na capital paulista.
Abertura da ExpoPostos & Conveniência reúne toda cadeia de produção e distribuição para postos de combustíveis e conveniência
A cerimônia de abertura da ExpoPostos & Conveniência 2019 reuniu as principais entidades que representam o setor de produção, distribuição e revenda de combustíveis e implementos, além de companhias e entidades do segmento de lojas de conveniência.
No auditório lotado no São Paulo Expo, o CEO do Grupo GL events Brasil, Damien Timperio, recebeu Ricardo Spinelli, presidente da ABIEPS (Associação Brasileira das Empresas de Equipamentos e de Serviços para o Mercado de Combustíveis e de Conveniência); Paulo Miranda Soares, presidente da Fecombustíveis (Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes) e Leonardo Gadotti, da Plural (Associação Nacional das Distribuidoras de Combustíveis, Lubrificantes, Logística e Conveniência).
Para as entidades o setor mantém otimismo, mesmo ciente de desafios como a carga tributária e custos para manutenção da qualidade. “Este evento representa um investimento de cerca de R$ 15 milhões, por parte dos expositores”, comentou Spinelli. Apenas o setor de serviços representa mais de 20 mil empregos diretos. “Entre outros produtos, exportamos para mais de 50 países produtos como softwares nacionais”.
Gadotti, presidente-executivo da Plural, deu mais dimensões do mercado. “Hoje existem 8 mil lojas de conveniência, mas o setor vai passar por transformações estruturais”, comentou o executivo, fazendo alusão à privatização de refinarias da Petrobras.
A abertura de mercado também foi comentada pelo presidente da Fecombustíveis. Para Paulo Miranda Soares, é importante que a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) trabalhe a chegada de empresas estrangeiras de maneira a não prejudicar os players atuais.
Combustíveis e lubrificantes: desafios, mercado e oportunidades
Durante o 14º Fórum Internacional de Postos de Serviços, Equipamentos, Lojas de Conveniência e Food Service, desafios e oportunidades do mercado de combustíveis e lubrificantes foram debatidos. A programação é parte da ExpoPostos & Conveniência 2019.
No painel de combustíveis, um dos participantes foi Felipe Kury, diretor da ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. “A ANP tem que garantir equilíbrio, pois o Brasil busca competitividade. Há dois anos estamos trabalhando para simplificar o estoque regulatório do país”, comentou. No mesmo painel, Adriano Pires, diretor do CBIE – Centro Brasileiro de Infraestrutura, fez uma análise positiva da atual conjuntura. “Sou otimista, por que o governo está fazendo as privatizações que prometeu, além da reforma da previdência e a reforma tributária. O desafio é gerar empregos, pois processos de privatização reduzem o número de postos de trabalho, em um primeiro momento”.
Durante o debate sobre o mercado de lubrificantes, Leonardo Linden (Plural) defendeu que há terreno para inovação no segmento, já que grande parte da indústria brasileira tem como base óleo mineral para fabricação de lubrificantes. “Apesar dos problemas, vemos muito investimento na qualificação de pessoas. Há espaço para tecnologias sintética e semissintética”.
A programação do fórum vai até o dia 15, das 8h30 às 13h30.
*Extraída do site Fecombustíveis