Ainda me lembro, como se fosse ontem, as emocionantes corridas de Formula 1 aos domingos e aquela incansável música das vitórias de Ayrton Senna. Eu, como toda criança apaixonada por carrinhos, tinha o meu pequeno posto de gasolina de brinquedo e o meu Ferrorama com vagão tanque da Esso.
Sempre acompanhei meu pai para lavar o carro e encher o tanque no final de semana, tendo em vista que ele passava a semana toda trabalhando na cidade do Rio de Janeiro à serviço de uma companhia de petróleo, especificamente, na área de lojas de conveniência. Esse tempo era só nosso!
Algo que lembro com alegria, eram os donuts que ele me trazia aos fins de semana. Donuts comprados em uma loja de conveniência que ele atuava.
A loja que existia no posto sempre abrilhantou meus olhos, principalmente quando era um posto de algum amigo, ou revendedor. Naquela época, ele assessor de uma companhia de petróleo. Eu me lembro que todas as vezes que eu ia até lá, saía com caixas e sacolas cheias de tranqueiras: doces, chicletes importados e outras maravilhas que toda criança adora; Inclusive aquele hot dog maneiro Stop Dog da Hungry Tiger.
Também me lembro das longas viagens pelas rodovias brasileiras e aquele mega posto com um misto quente inesquecível, bem quentinho. O delicioso churrasco com queijo… Isso toda vez que ia para o interior de São Paulo como um bom descendente de imigrante europeu que a família fugiu de algum conflito na Europa e veio tentar a vida no Brasil. Nos feriados, parávamos no Rodoserv, posto que sempre me inspirou. Realmente, bons tempos!
Como não se lembrar ainda das décadas de 80 e 90, quando começaram a surgir as primeiras lojas de conveniências nas grandes cidades. Havia inaugurações com personagens da Disney e até mesmo tigres na pista.
Por meu pai trabalhar na área petrolífera, fui criado dentro de uma loja de conveniência. Com seu trabalho árduo, pode adquirir seus primeiros postos.
Aos 15 anos, costumava trabalhar no período de férias. Ajudava a abastecer, lavar carros e até mesmo cobrar o numerário no caixa.
Tínhamos alguns postos no interior de São Paulo. Nada muito grande, mas bons negócios. Naquela época o combustível ainda era uma fonte rentável de renda. Mas tudo isso foi uma ótima escola.
Lembro-me também quando meu pai chegou em casa e me disse: “Hoje, lhe darei a oportunidade que sempre me pediu. Tem um posto no interior que precisa ser feito um trabalho. Ele está fechado e possui uma grande dívida junto à companhia”.
Como se fosse ontem, peguei meu carro e dirigir até lá. Eu mesmo lavei o posto todo, de ponta a ponta, a loja de conveniência, o espaço de troca de óleo e recolhi o lixo. Enfim, estava tão animado, mal poderia esperar para mostrar o meu trabalho.
Mal sabia que aquele tempo seria a maior escola, que eu já tive em minha vida. Lá eu tive a oportunidade de entender o quanto é difícil empreender no Brasil.
O posto estava com uma imagem negativa na cidade, mas com muito trabalho árduo e persistência consegui aos poucos trazer o movimento novamente.
Um aperto de mão, um sorriso simpático na pista e até mesmo lavando diversos para-brisas, calibrando pneus e combustível de qualidade, fui conquistando clientes um a um. Obviamente ali tive um laboratório para a minha primeira loja de conveniência.
Bati meu próprio recorde ali , R$ 80.000,00 de faturamento. Numa loja com menos de 30 m2. Isso era genial! Todo tipo de inovações consegui aplicar ali. Lembro até que patrocinei a festa italiana da cidade, onde meu nome foi citado por trazer cultura à região.
Convidei uma amiga, chef de cozinha, para ensinar dentro do posto a fazer massas frescas, proporcionando um workshop ao ar livre para mais de 50 pessoas. Tempos muito bons, que recordo com carinho!
Após três anos batalhando para levantar o negocio, o vendemos, pois queríamos investir em outro negocio maior, também no setor de postos de gasolina. Chegamos a ter 14 postos.
Loja após lojas diversos cases de sucesso.
Lembro que as pessoas se assustavam ao ver um chefe de cozinha tão jovem dentro de uma loja de conveniência.
Naquela época eu fiz uma pequena cozinha dentro da loja muito parecida com um balcão de padaria e com muito orgulho eu tocava a chapa de lanches.
Soltava burguer premium ,onion rings e diversos tipos de porções diferenciadas harmonizando com lanches e cervejas de boa qualidade em plena periferia da zona leste de São Paulo. E o mais incrível>> tinha público!
A cada aula que tinha a noite na faculdade de gastronomia, chegava no dia seguinte babando para por em prática.
A crise entre 2012 ,2013 adiante ,assim como para muitos, também nos afetou. Perdemos quase 60% do abastecimento alavancados, pois tínhamos garantias em bancos e o bom negócio justificava empréstimos para empreender.
Em meio a crise, mercado irregular e mão de ferro da CIA.Não teve jeito, quebramos.
Por se tratar de uma empresa familiar, decidi sair dos negócios, que tanto amava. Para levar comida para casa e tentar alguma renda extra, criei a Sinerfood.
Lembro que muitos amigos revendedores me contrataram para melhorar os processos de suas lojas.
Muitos queriam entender como eu havia conseguido faturar 470 mil em 50m2.
Foi quando percebi que nada foi em vão, que os 20 anos de experiência como Revendedor Ale, Repsol YPF, Ipiranga, Bandeira Branca. Mais 12 em gastronomia trouxeram a sinergia necessária. Pude ver claramente que há uma grande diferença entre a teoria e a prática.
A Sinerfood é nada mais e nada menos do que as minhas vitórias e derrotas.Hoje a empresa presta consultoria no varejo com enfoque em gastronomia especializada em lojas de conveniência.
A Sinerfood conta ainda com um catálogo de food service contemporâneo e diferenciado e com um novo modelo de franchising que atualmente atende o estado de São Paulo e em breve em outros estados. Além de participar de um projeto de loja completamente inovador para o canal >>> que será lançado em dezembro sob o nome 4ALL conveniências.
De canal em canal, em diversas emissoras de TV, venho mostrando o meu trabalho, onde tento democratizar a boa mesa, levando gastronomia acessível e melhorar a imagem de nosso canal>>>. O vento esta em popa meus amigos revendedores para a conveniência.
Há uma esperança e ela está na loja .
Prometo rechear essa coluna de dicas valiosas e mostrar uma perspectiva diferente do Biz. Um grande abraço do Chef Borba.
Se você se interessa por informações do segmento de loja de conveniência acesse a Categoria Loja de Conveniência do Blog Brasil Postos.
+++ O posicionamento da Cerveja Premium no Mercado de Lojas de Conveniências
+++ Serviços para Lojas de Conveniência – Como adaptar a sua loja e trazer mais clientes