A redução reflete a forte queda dos preços do petróleo no mercado internacional provocada pela pandemia de coronavírus, mas não tem chegado às bombas. Isso se deve a um conjunto de fatores que vão desde estoques elevados nos postos (comprados pelos revendedores a preços mais altos), devido ao menor consumo dos combustíveis, até a composição do preço final.
Segundo especialistas, o preço da refinaria representa 29,9% do preço total da gasolina. A carga de impostos chega a cerca de 45%. Além disso, o custo com a adição do etanol anidro representa 13,5% do preço total do combustível.
Com o corte anunciado hoje pela Petrobras, o litro da gasolina custará menos R$ 0,086 nas refinarias. Já o diesel terá uma redução de R$ 0,096 por litro. Com as novas reduções, o preço da gasolina nas refinarias tem uma queda acumulada de 48,2% no ano, enquanto que a redução acumulada do diesel é de 35,4%.
O diesel marítimo (bunker) terá redução de 6,2%, e a queda do combustível para as térmicas será de 6,1%, informou a estatal.
A nova rodada de redução nos preços nas refinarias tem o mesmo pano de fundo dos outros cortes anunciados neste ano: a queda do preço do petróleo no mercado internacional. Na tarde desta terça-feira o petróleo do tipo Brent, que serve como referência, estava cotado a US$ 30, queda de 5,29%.
As onze reduções feitas pela Petrobras este ano nos preços da gasolina e as seis no do diesel começam a chegar de forma lenta aos consumidores.
O preço de venda nos postos do litro da gasolina na semana passada foi da ordem de R$ 4,149, representando uma queda de 9,39% em comparação aos R$ 4,579 cobrados no mês de janeiro último, de acordo com o levantamento de preços da Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Já os preços do diesel nos postos de revenda na semana passada foram, em média, de R$ 3,338 por litro, 11,87% abaixo dos R$ 3,788 cobrados em janeiro.
Nem o acordo entre membros e aliados da Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep) para reduzir em 9,7 milhões de barris a produção diária está conseguindo segurar a cotação da commodity.
De acordo com analistas internacionais, a redução acertada pelo cartel do petróleo foi muito pequena, considerando que a demanda mundial já registou uma queda entre 15 milhões a 20 milhões de barris por dia por conta dos efeitos na economia da pandemia da Covid-19.
A perspectiva de a economia mundial sofrer uma forte retração também deixou o mercado bem pessimista. O FMI prevê para este ano a maior retração desde a Grande Depressão.
Fonte: O Globo