Os preços da gasolina e do diesel atingiram nos postos, na semana passada, seus maiores níveis no ano, de acordo com levantamento da Agência Nacional de Petróleo (ANP).

São quatro semanas consecutivas de aumento dos preços nas bombas. Prestes a completar cem dias, a gestão de Joaquim Silva e Luna à frente da Petrobras optou por reduzir a frequência dos reajustes, mas a estratégia não tem sido suficiente para impedir a inflação para o consumidor.

Em meio a ameaças de uma possível nova greve dos caminhoneiros, o litro do diesel S-10 (com menor teor de enxofre) foi comercializado, em média, a R$ 4,660, entre os dias 18 e 24 de julho.

O valor representa uma alta de 0,23% em relação à semana anterior e de 23,8% na comparação com a primeira semana de 2021 (03/01 a 09/01).

Já o litro da gasolina foi vendido, em média, a R$ 5,833, entre 18 e 24 de julho. O valor se manteve praticamente estável (+ 0,03%) na comparação com a semana anterior. Em relação à primeira semana do ano, no entanto, a alta é de 27,8%.

Segundo a Triad Research, empresa de pesquisa de mercado, o preço médio da gasolina já superou a casa dos R$ 6.

No sábado, o litro do combustível foi vendido, em média, a R$ 6,003 nas bombas, o que significa aumento de 2,1% em relação ao dia 6 de julho, quando a Petrobras reajustou o derivado em 6,3% nas refinarias – o primeiro aumento anunciado pela estatal na gestão de Joaquim Silva e Luna. Já o preço médio do diesel, no sábado, foi de R$ 4,748, alta de 1,9%, na mesma base de comparação.

Sob o comando de Silva e Luna, a Petrobras mexeu três vezes nos preços dos derivados: no dia 1º de maio, reduziu em 2% os dois derivados; em 11 de junho, cortou em mais 1,9% a gasolina; e no último ajuste, em 6 de julho, a companhia fez o seu primeiro aumento na gestão do general, de 6,3% para a gasolina e 3,7% para o diesel.

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Silva e Luna assumiu o comando da estatal prometendo reduzir o impacto das volatilidades do mercado global sobre o mercado doméstico. O general completa amanhã cem dias à frente da companhia.

Nesse período, a Petrobras mexeu nos preços da gasolina uma vez a cada um mês, na média, enquanto no diesel o intervalo é de um ajuste a cada 50 dias, praticamente. Para efeitos de comparação, na gestão anterior, de Roberto Castello Branco, a média era de uma mudança nos preços a cada duas semanas.

Os dados da ANP mostram, contudo, que, mesmo diante da estratégia da estatal de segurar os reajustes, os preços têm subido nos postos.

Enquanto a Petrobras acumula uma alta de 2,2% nos preços da gasolina, nas refinarias, nos 99 primeiros dias de gestão de Silva e Luna, o litro médio do derivado atingiu na semana passada um valor 7,2% maior que o apurado na semana em que o novo comando da petroleira tomou posse. No diesel, o aumento nas bombas é de 13,9%, na comparação com a alta acumulada de 1,6% nas refinarias.

Os revendedores atribuem a inflação, em parte, ao encarecimento dos biocombustíveis misturados aos derivados – etanol anidro, na gasolina, e biodiesel, no diesel. A Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis) alega que as margens do segmento caíram mais de 40% em dez anos – hoje estão em 9,8%, em média, no Brasil, mas nas capitais é de até 5%.

Fonte: Valor Econômico

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