Nos últimos tempos, temos presenciado uma mudança significativa nos preços dos combustíveis em todo o país.
Como sempre, em busca de culpados, o governo apontou o dedo acusador aos revendedores de combustíveis, atribuindo-lhes a culpa por essa situação.
Para o secretário nacional do Consumidor, Wadih Damous : “Não estamos criminalizando os postos de combustíveis , mas talvez seja o setor mais cartelizado da economia brasileira. Nós sempre tivemos problemas com essa questão de preço de combustível”, acrescentou.
Veja o vídeo do secretário
Já o ministro da Justiça, Flávio Dino afirmou que se os postos não compreenderem a necessidade dessa adequação e tentarem transformar a redução em margem de lucro, entram em cena os aparatos coercitivos.
De acordo com o ministro da Justiça, Flávio Dino, entre as medidas que podem ser tomadas, estão a aplicação de multas e até a suspensão de atividades dos postos que forem flagrados cometendo ilegalidades na operação.
No entanto, é importante entendermos que essa acusação é injusta e não reflete a realidade.
Os rendimentos dependem diretamente dos preços dos impostos pelas distribuidoras, que são responsáveis pelo repasse dos custos e por determinar o valor final dos combustíveis.
Neste artigo, iremos analisar de forma mais aprofundada a dinâmica dessa cadeia de abastecimento, a fim de compreendermos melhor essa injustiça imputada aos revendedores.
O papel dos revendedores
Os revendedores de combustíveis são peças importantes na cadeia de distribuição. Eles são responsáveis por adquirir o combustível das distribuidoras e, em seguida, comercializá-lo nos postos de abastecimento.
No entanto, é importante ressaltar que eles não têm controle sobre os preços que são definidos pelas distribuidoras.
Os preços dependem completamente do repasse dos preços praticados pelas distribuidoras, uma vez que é a distribuidora que determina o valor de venda do combustível.
A influência das distribuidoras
As distribuidoras, por sua vez, são as empresas responsáveis por adquirir os combustíveis diretamente das refinarias e importadoras. Elas têm o poder de definir os preços de revenda, levando em consideração fatores como custos de produção, variações cambiais, impostos, transporte e margem de lucro. Portanto, é evidente que são elas que exercem maior influência sobre os preços finais do combustível.
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A oscilação dos preços
É importante entendermos que os preços dos combustíveis estão sujeitos a uma série de oscilações no mercado global. Fatores como crises geopolíticas, flutuações cambiais e mudanças na oferta e demanda mundial de petróleo podem afetar diretamente o custo do combustível. Essas variações são repassadas às distribuidoras, que, por sua vez, repassam aos vendedores.
Dessa forma, os revendedores de combustíveis se tornam meros intermediários entre as distribuidoras e os consumidores finais, sem poder de interferência na formação dos preços.
Estoques comprados antes do aumento
Outro aspecto importante a ser considerado é a estratégia de revenda do estoque de combustíveis comprados antes do aumento dos preços. Os revendedores precisam recuperar o investimento feito no estoque anterior, que foi adquirido a um preço mais baixo.
Somente após vender todo o estoque e adquirir novos combustíveis com o preço atualizado é que eles podem ajustar o valor final para baixo. Essa dinâmica de mercado é uma prática comum e compreensível, e não deve ser vista como uma estratégia de lucro inconsciente.
A carga tributária
Além das oscilações no mercado global, a carga tributária também exerce um papel fundamental no aumento dos preços dos combustíveis. Os impostos e as taxas incidentes sobre os combustíveis são consumidos pelo governo, e esse fator também é repassado às distribuidoras e, consequentemente, aos rendimentos e consumidores.
Portanto, é excluída a responsabilidade pelo aumento dos preços somente aos revendedores, já que eles não têm controle sobre a carga tributária imposta pelo governo.
Em suma, acusar as revendas de combustíveis pelo aumento dos preços é uma injustiça que não condiz com a realidade da cadeia de abastecimento.
Portanto, é preciso reconhecer que culpar os revendedores de combustíveis pelo aumento dos preços é uma visão simplista e injusta. Eles dependem dos preços impostos pelas distribuidoras, confrontam os custos operacionais existentes e seguem uma estratégia de revenda que é necessária para manter a sustentabilidade financeira dos postos.
Uma análise mais abrangente e uma abordagem mais equilibrada são essenciais para compreender os fatores que realmente influenciam os preços dos combustíveis e buscar soluções mais justas e eficientes.
Escrito por Renato da Silveira
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Renato da Silveira Fundador e CEO da Brasil Postos
Fundou em 2009 o Portal e Academia Brasil Postos que é voltado para o ecossistema de postos de combustíveis e lojas de conveniência, apoiando revendedores através da primeira academia de ensino aberta Brasil e E-commerce do segmento.
Portal de notícias que possui cerca de 100.000 acessos por mês tornando-se referência para o mercado de combustíveis e loja de conveniência no país.
Graduações & Certificações
- Mestre Administração de Empresas e atua como profissional de marketing desde 1997
- MBA em Administração Estratégica – Universidade de Lisboa
- Especialização em Publicidade na ESPM
- Pós Graduação em Marketing na PUC Campinas
Foi o primeiro a criar o conceito de treinamentos e formações operacionais, gerenciais e estratégias On Line para o Segmento.
Inovando mais uma vez no ano de 2020 criou os primeiros programas de mentoria para o Segmento, destacando-se com o Visão 360° com foco na sustentação e crescimento da revenda e Mudança em Ação voltado para loja de conveniência.
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