Os revendedores que têm foco comercial no diesel observam com receio o escalonar da mistura do biodiesel no diesel.
Ano que vem já está decretado: o combustível passa a ter 15% de biodiesel em vez de 14% como foi no ano de 2024.
Em 2020 e 2021, os revendedores enfrentaram graves problemas de travamento de bombas e clientes, com insatisfeitos acusando (injustamente) os postos de venderem combustível de má qualidade, uma vez que os motores dos veículos engasgavam.
Ao que tudo indica, a ANP se sensibilizou com o mercado e consumidores e publicou a Resolução 920, em vigência desde setembro de 2023, que estabelece parâmetros de qualidade mínimos para o biodiesel. Os relatos dos revendedores dão conta que os problemas de vazamento e entupimento melhoraram consideravelmente. Alguns empresários que possuem mecânica de manutenção de bombas confirmam a redução dos problemas. Isso mostra que a medida da ANP está, de fato, ajudando a minimizar os danos, mas, com a escaldada da mistura, é preciso ficar atento.
O Minaspetro consultou as três principais fabricantes com bombas no Brasil (Gilbarco, Wertco e Wayne), para saber como as empresas estão avaliando os impactos do Projeto de Lei que determina o novo “Combustível do Futuro” e como a indústria se adequou para receber este “novo combustível”.
Foram realizadas as mesmas perguntas para todas as fabricantes e as respostas estão sendo publicadas na íntegra.Veja abaixo:
1️⃣ Gilbarco
O PL que trata sobre o aumento do biodiesel no diesel está caminhando no Congresso. Isso significa que o mercado de combustíveis, incluindo empresários donos de postos, fabricantes e consumidores, terão que se adaptar ao que está chamando de “Combustível do Futuro”. Como a Gilbarco está adaptando e se preparando para esse novo produto?
Este aumento da participação de biocombustíveis é uma tendencia global e a Gilbarco Veeder-Root vem investindo em pesquisa e desenvolvimento de soluções capazes de atender aos novos requerimentos. Podemos mencionar como exemplo o mais recente lançamento, uma nova geração de medidores que serão usados em todos os modelos da linha Prime Gilbarco Veeder-Root. Incialmente este novo medidor chamado de V15 irá equipar todos os bicos de etanol das bombas e dispensers para combustíveis fabricados no Brasil, mas esta utilização deverá ser ampliada à medida em que houver o incremento do percentual de etanol misturado a gasolina seja no Brasil, seja em países para onde exportamos os modelos Prime.
Como os problemas de travamento serão praticamente inevitáveis, o que a empresa tem de novidades para a melhoria da reparabilidade dos equipamentos, como opções de peças de reposição e durabilidade das mesmas? Há algum diferencial? Acreditamos que a melhoria da qualidade do biodiesel que vem sendo comercializado no melhorou consideravelmente, principalmente por causa da Resolução da ANP 920/2023. Os fabricantes também têm a mesma percepção? Isso minimiza os problemas de travamento das bombas?
Encontramos sim problemas de travamento de unidades bombeadoras (em algumas regiões) entretanto não tivemos relatos da necessidade de substituição de componentes: os serviços de reparo consistiram basicamente na limpeza das partes internas deste componente que tinham sido bloqueados devido a concentração de resíduos entre os dentes das engrenagens do rotor da unidade de bombeio.
Neste processo de mudança das características do biodiesel, mais uma vez a robustez dos produtos Gilbarco Veeder-Root foi comprovada. Notamos uma pequena melhoria após a Resolução ANP 920/2023, mas continuamos encontrando falhas deste tipo a depender da localização do posto revendedor, fornecedor do biodiesel, volume de diesel comercializado pelo posto revendedor e temperatura ambiente.
Houve algum tipo de mudança na produção ou troca de peças das bombas por causa dessa mudança?
Novas pesquisas e desenvolvimento estão em curso tendo em vista a tendenca mundial de incremento do percentual do biodiesel ao diesel, porém nenhuma mudança nos produtos Gilbarco Veeder-Root foi implementada por enquanto.
Qual a recomendação das fabricantes para manutenção dos equipamentos, a fim de eliminar os problemas decorrentes do aumento da mistura?
Os clientes devem avaliar se as bombas de diesel estão apresentando vazão reduzida que pode ser um sintoma de saturação do filtro interno da unidade bombeadora e aumentar a frequência de inspeção e limpeza deste filtro que é lavável, construído em aço inoxidável. Também deverá aumentar a frequência de inspeção e substituição do elemento filtrante (se necessário) nos casos em que existir um filtro externo. Se possível evitar que o óleo diesel permaneça muitos dias em estoque para reduzir os impactos devido a oxidação/degradação do mesmo.
Caso ocorra a interrupção da vazão de diesel nas bombas, evitar a continuidade do funcionamento pois uma vez que a unidade bombeadora esteja travada, o motor elétrico se mantido em operação tentando forçar o abastecimento, poderá queimar. A recomendação neste caso é solicitar o atendimento técnico corretivo para realizar a limpeza das partes internas da unidade bombeadora.
A Gilbarco Veeder-Root também fornece um sistema de acondicionamento do diesel que é conectado ao tanque do posto revendedor/posto de abastecimento e que retira e filtra todas as impurezas do fundo do tanque separando o diesel da água e mantendo o tanque sempre limpo.
2️⃣ WAYNE
O PL que trata sobre o aumento do biodiesel no diesel está caminhando no Congresso. Isso significa que o mercado de combustíveis, incluindo empresários donos de postos, fabricantes e consumidores, terão que se adaptar ao que está chamando de “Combustível do Futuro”. Como a Wayne está adaptando e se preparando para esse novo produto?
O biodiesel é realmente um dos combustíveis do futuro e a cada dia vemos que os produtores, em sua maioria sérios e compromissados com a qualidade, desenvolvem um combustível que não apenas atende as demandas de mercado, mas também a qualidade de seu produto. Como a qualidade faz parte do DNA e da cultura da Wayne, esse compromisso é fundamental.
Com o aumento do nível de biodiesel de forma gradativa, os cuidados sobre o armazenamento e qualidade deste combustível são cada vez mais necessários.
No entanto, com o intuído de proporcionar ao mercado um sistema hidráulico capaz de trabalhar continuamente mesmo quando exposto a combustíveis fora de especificação de qualidade, em 2025 a Wayne trará ao mercado sua mais nova patente que dará aos proprietários de postos de combustíveis um equipamento ainda mais robusto e com sistema de proteção aos combustíveis de baixa qualidade, reduzindo consideravelmente os impactos de sua utilização.
Estamos animados em informar que esta solução é única, sendo inclusive patenteada, e que trará mais confiança para utilização do biodiesel no Brasil.
Como os problemas de travamento serão praticamente inevitáveis, o que a empresa tem de novidades para a melhoria da reparabilidade dos equipamentos, como opções de peças de reposição e durabilidade das mesmas? Há algum diferencial? Acreditamos que a melhoria da qualidade do biodiesel que vem sendo comercializado no melhorou consideravelmente, principalmente por causa da Resolução da ANP 920/2023. Os fabricantes também têm a mesma percepção? Isso minimiza os problemas de travamento das bombas?
Após a Resolução ANP 920/2023, a melhora da qualidade do Biodiesel é evidente. Porém ainda são observados focos de biodiesel fora de especificação. Com o compromisso de minimizar os impactos financeiros para a revenda, caso recebam produtos fora da especificação e da qualidade, a Wayne trará ao mercado, no ano de 2025, uma solução capaz de proporcionar aos nossos clientes o menor impacto possível. Sendo que esta solução será aplicável a todos os clientes que compraram bombas Wayne desde o ano de 2022 e poderão adquirir a solução.
Não se trata do aumento de resistência de materiais, mas sim de um sistema capaz de reduzir drasticamente os efeitos negativos da utilização de biodiesel fora da especificação e de baixa qualidade.
Houve algum tipo de mudança na produção ou troca de peças das bombas por causa dessa mudança?
Antes da Resolução ANP 920/2023 e com a falta de um padrão de qualidade, o que a Wayne trouxe ao mercado foi mais robustez ao seu conjunto hidráulico. Mas sem um padrão de qualidade de combustível, apenas robustez não é suficiente.
Por esse motivo a Wayne trará seu novo sistema no ano de 2025 que reduzirá consideravelmente os impactos da utilização de combustível fora da especificação.
Qual a recomendação das fabricantes para manutenção dos equipamentos, a fim de eliminar os problemas decorrentes do aumento da mistura?
Nossa recomendação é que sejam respeitados os prazos indicados para manutenção preventiva e que esta seja feita por profissional habilitado. É importante utilizar peças originais de reposição e promover a filtragem dos produtos dentro dos prazos indicados pelos fabricantes. Boas práticas de processo são fundamentais para garantir que o equipamento tenha um bom funcionamento.
Mesmo com o lançamento da nova solução, a verificação periódica da qualidade do combustível será fundamental para garantir inclusive a entrega de produtos de qualidade para os usuários finais.
3️⃣ Wertco
O PL que trata sobre o aumento do biodiesel no diesel está caminhando no Congresso. Isso significa que o mercado de combustíveis, incluindo empresários donos de postos, fabricantes e consumidores, terão que se adaptar ao que está chamando de “Combustível do Futuro”. Como a Wertco está adaptando e se preparando para esse novo produto?
Sem resposta
Como os problemas de travamento serão praticamente inevitáveis, o que a empresa tem de novidades para a melhoria da reparabilidade dos equipamentos, como opções de peças de reposição e durabilidade das mesmas? Há algum diferencial? Acreditamos que a melhoria da qualidade do biodiesel que vem sendo comercializado no melhorou consideravelmente, principalmente por causa da Resolução da ANP 920/2023. Os fabricantes também têm a mesma percepção? Isso minimiza os problemas de travamento das bombas?
Nossas bombas, construídas com mecanismo de palhetas, não apresentam incidências de travamento.
Houve algum tipo de mudança na produção ou troca de peças das bombas por causa dessa mudança?
Sem mudanças de peças ou sistema de produção
Qual a recomendação das fabricantes para manutenção dos equipamentos, a fim de eliminar os problemas decorrentes do aumento da mistura?
Recomendamos a lavagem do sistema de bombeamento e bloco medidor a cada 500.000 litros de abastecimento
Fonte: Minaspetro
