Combustível é feito a partir de sobras e fiscalização é importante para evitar má qualidade e problemas para o carro.
Foi revelado esta semana que contratos da Agência Nacional de Petróleo (ANP) com universidades começaram a vencer e menos postos de combustíveis estão sendo monitorados. O resultado é menos fiscalização no combustível que você encontra. Com medo que os consumidores se sintam inseguros, estabelecimentos começaram a exibir faixas em que dizem “não vendemos gasolina formulada”. Mas você sabe o que isso significa?
Combustível formulado não é sinônimo de batizado ou adulterado. Trata-se de um produto feito a partir de sobras de combustível comum, que depois são misturadas a produtos químicos para aumentar seu rendimento. A qualidade é inferior à gasolina comum, mas sua venda é autorizada pela ANP. Apesar de a gasolina formulada ser a mais conhecida, etanol e diesel também podem passar pelo mesmo processo de fabricação. O problema é que o produto formulado é mais fácil de ser adulterado, já que é feito a partir da mistura de diversos elementos (como em uma fórmula, como o próprio nome diz). Outro ponto negativo é que, por utilizar substancias mais leves, ele também rende menos. Mas o combustível formulado só fará mal ao seu carro se o fabricante usar mais produtos leves do que o recomendado. Daí a importância da fiscalização da ANP, que é a responsável por garantir que o combustível que você coloca no seu carro seja de boa qualidade.
Fiscalização
Antes de março deste ano, universidades brasileiras ajudavam a ANP a fiscalizar a qualidade dos combustíveis vendidos nos postos, mas os contratos não foram renovados para 19 estados e para o Distrito Federal. A parceria foi cancelada após o Governo Federal anunciar cortes nos gastos públicos. Em fevereiro de 2015, 38.318 estabelecimentos foram fiscalizados, contra 18.783 em junho. O número representa queda de mais de 50%. Atualmente, existem mais de 40 mil postos no Brasil. Os dados são do “Boletim Mensal do Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis Líquidos Automotivos”, da própria ANP.
Diferente do que revelam os documentos, porém, o coordenador geral da agência, Francisco Nelson, diz que a fiscalização não foi reduzida. Para ele, o rompimento dos contratos com as universidades não significa que os postos estão sendo menos monitorados e sim que há menos pesquisas sobre o assunto. “Nós estamos fiscalizando ainda mais”. Nelson afirmou que a parceria foi rompida porque era cara e que a agência deve regularizar a situação “a curto prazo”.
Para se proteger, de acordo com Nelson, o consumidor precisa analisar o estado e as condições do posto e abastecer somente em locais de confiança. “Caso desconfie de algo, o usuário pode denunciar o posto no 0800 970 0267, da ANP”, orienta.
Fonte: http://revistaautoesporte.globo.com/