O motorista chega ao posto para abastecer o carro e lá está um frentista sempre pronto a oferecer um aditivo – seja para o óleo do motor, para o combustível ou para a água do radiador.
Os aditivos cumprem funções importantes. No óleo e no combustível, fazem com que as peças do motor estejam sempre limpas. Na água do radiador, evitam que ela ferva ou congele. Mas isso não significa que se devam usá-los livremente. Para tirar a dúvida, o primeiro passo é consultar o manual do proprietário. Alguns fabricantes desaconselham explicitamente o uso de aditivos – e o desrespeito a essa regra pode acarretar a perda da garantia. O motivo: quando um carro já sai de fábrica com componentes aditivados e as revisões regulares cuidam de manter essas substâncias no nível correto, qualquer uso extra pode, em vez de proteger, danificar o veículo. Há três situações em que vale recorrer aos aditivos: se o manual não os proíbe, se você é o tipo de proprietário que perde todos os prazos de revisão ou se o seu carro é usado e você não faz a menor ideia do comportamento do proprietário anterior. Especialistas consultados por VEJA dizem quando e como empregá-los.
Aditivo para combustível (gasolina, álcool, flex ou diesel)
Para que serve: evita que depósitos de sujeira resultantes do uso do combustível se acumulem no motor, o que causa perda de potência, falhas e, em casos extremos, o seu entupimento. Além disso, um motor que funciona bem polui menos
Quando deve ser usado:
1. Se você tem um carro novinho – é desnecessário. O motor dos carros nacionais e importados já vem preparado para o uso da gasolina comum e do álcool
2. Se você não fez as revisões – Deve usar os aditivos de limpeza profunda, destinados, justamente, a carros que não passam por manutenção periódica. O uso é recomendado a cada 5 000 quilômetros (mas a quilometragem pode variar conforme o fabricante do produto)
3. Se seu carro é usado e os hábitos do proprietário anterior são desconhecidos – Devem-se usar os aditivos destinados à limpeza profunda a cada 5 000 quilômetros
Comentário dos especialistas: o aditivo sempre é uma boa forma de evitar problemas, mas não os soluciona. Um carro que já possui muitos depósitos de sujeira no motor, com fraco desempenho, alto consumo e falhas, deve ir para o mecânico: o aditivo, sozinho, não corrige essas falhas. E também não promove nenhuma economia de combustível nem melhoria de desempenho: quem oferece aditivo prometendo que o carro ficará mais econômico ou terá mais aceleração age de má-fé
Eduardo Martino/Documentography
Carro aditivado
O professor universitário carioca Ricardo Vigna usa
aditivos para óleo, combustível e radiador. “Meu carro
tem dez anos de uso. A opção por esses produtos
é para evitar o acúmulo de sujeira no motor e melhorar
o rendimento”, diz ele
Aditivo para óleo lubrificante
Para que serve: combate o acúmulo de sujeira de óleo (popularmente conhecido como borra) nas partes internas do motor. Também auxilia a lubrificação, reduzindo o atrito e aumentando a vida útil do motor
Quando deve ser usado:
1. Se você tem um carro novinho – é desnecessário
2. Se você não fez as revisões – a cada troca de óleo, respeitando-se sempre o intervalo estabelecido pelo fabricante do veículo e do óleo, que normalmente varia entre 5 000 e 10 000 quilômetros rodados
3. Se seu carro é usado e os hábitos do proprietário anterior são desconhecidos – a cada troca de óleo, respeitando-se sempre o intervalo estabelecido pelo fabricante do veículo e do óleo, que normalmente varia entre 5 000 e 10 000 quilômetros rodados
Comentário dos especialistas: uma overdose de aditivos no óleo do motor é prejudicial, pois altera as especificações do fabricante. Fuja de ofertas de frentistas para completar o nível do óleo apenas com aditivo: o principal lubrificante do motor é o óleo, e não o aditivo. Também não serve para motores nos quais a borra já tenha se acumulado em demasia. Para esses casos a saída é mesmo a oficina
Aditivo para radiadores
Para que serve: para evitar que a água do radiador, que é responsável por retirar o calor do motor, congele em temperaturas muito baixas ou ferva nas altas. Esse tipo de aditivo tem ainda propriedades anticorrosivas – impede que a água enferruje as partes de metal do radiador
Quando deve ser usado:
1. Se você tem um carro novinho – no caso de aditivos mais caros e modernos, que hoje equipam praticamente todos os veículos zero-quilômetro do mercado, a troca pode ser realizada a cada dois anos
2. Se você não fez as revisões – normalmente, uma vez por ano (mas é preciso estar atento às indicações dos fabricantes do aditivo e do veículo)
3. Se seu carro é usado e os hábitos do proprietário anterior são desconhecidos – para evitar dor de cabeça, convém usar o aditivo logo após a compra. Depois disso, recomenda-se usá-lo uma vez por ano ou a cada 10 000 quilômetros
Comentário dos especialistas: no caso de veículos mais rodados ou antigos, convém substituir todo o líquido de refrigeração a cada ano. Isso só deve ser feito por um mecânico profissional. É necessário esvaziar todo o sistema para depois enchê-lo novamente. Quando é preciso apenas completar o líquido do radiador, deve-se fazê-lo com aditivo, respeitando a proporção de mistura com água indicada na embalagem. Se for necessário completar o nível do radiador constantemente, deve-se procurar um mecânico. É indício de vazamento ou de mau funcionamento do sistema
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Fonte: http://veja.abril.com.br/240210