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Em Santa Catarina, por exemplo, 28% dos postos são de bandeira branca, contra um percentual de 19,9% no mercado gaúcho. Rio Grande do Sul encerra o ano de 2017 com 647 estabelecimentos. 

Na contramão dos postos de combustíveis embandeirados com as grandes marcas (BR, Ipiranga e Shell), que de janeiro a dezembro tiveram uma redução no Rio Grande do Sul, de 2.097 para 2.069 unidades, os de bandeira branca (estabelecimentos que compram de mais de uma distribuidora) vêm crescendo em quantidade. Segundo levantamento feito pela consultoria ES-Petro, no começo deste ano, eram 581 postos dessa natureza atuando no Estado e, chegando ao fim de 2017, o patamar subiu para 647.

O diretor da ES-Petro, Edson Silva, diz que a propagação dos estabelecimentos de bandeira branca é uma tendência que vem se manifestando não apenas no Rio Grande do Sul, mas também em âmbito nacional.

Mesmo com esse aumento, Silva ressalta que o Estado é uma das regiões com a menor proporção de estabelecimentos de bandeira branca em relação ao total de postos. Em Santa Catarina, por exemplo, 28% dos postos são de bandeira branca, contra um percentual de 19,9% no mercado gaúcho.

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O consultor argumenta que a operação com a bandeira branca permite mais flexibilidade ao proprietário para administrar o seu negócio, que é comprar e vender combustíveis. Silva acrescenta que a vantagem é poder adquirir o produto da distribuidora que oferecer o menor preço, já a desvantagem é não ter um contrato firme de fornecimento. O diretor da ES-Petro destaca ainda que, no passado, havia certa desconfiança com a qualidade dos combustíveis comercializados em postos de bandeira branca. No entanto o consultor afirma que hoje há maior confiança na qualidade dos produtos que estão sendo oferecidos aos motoristas.

De acordo com ele, o estabelecimento de bandeira branca é um fator muito importante para a competição dentro do setor, pois estimula a concorrência e segura um pouco a elevação dos preços. Outro ponto enfatizado por Silva é que os postos vinculados às grandes distribuidoras nacionais têm um custo mais alto, pois têm vultosos investimentos em marketing e em lojas de conveniência, e exígua margem de negociação. O fato de a Petrobras ter adotado uma política nas suas refinarias de alterar o preço dos combustíveis mais rapidamente, acompanhando as oscilações do mercado internacional, também estimula os revendedores a tentarem ter um modo de especificar preços de uma forma mais dinâmica. Porém Silva comenta que o posto embandeirado tem garantia de abastecimento, já o bandeira branca, se houver uma crise de fornecimento, pode ficar sem combustível.

O consultor lembra ainda que a rede de marketing de uma bandeira é muito poderosa, abrangendo o mercado nacional como um todo. “Mas o dono do posto paga por essa propaganda, pois o custo a distribuidora repassa para seus contratados”, detalha. O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes do Rio Grande do Sul (Sulpetro), Adão Oliveira, concorda que a possibilidade de barganhar preços tem atraído os empresários para a bandeira branca.

O dirigente comenta que as distribuidoras têm por costume fazer contratos de longo prazo com os embandeirados, no mínimo por sete anos, e pedem exclusividade. Sobre a nova política imediatista de preços das refinarias da Petrobras, Oliveira se declara um crítico. “Aumenta todo dia, ninguém está se achando, até o revendedor está perdido com isso aí”, reclama.

O presidente do Sulpetro salienta que há casos em que o preço baixa nas refinarias da Petrobras, mas o posto já comprou por um custo mais alto, causando um descompasso em relação aos estabelecimentos que adquiriram os combustíveis a um preço mais competitivo.

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Fonte: Jornal do Comércio

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