É comum, viajando pelo interior, encontrar postos que ainda vendem na base da notinha. Comparado com os modernos meios de pagamentos atuais essa modalidade de venda tem deixado muito revendedor com a inadimplência fora do normal fora o controle que se tem que fazer.
Essa semana fui surpreendido com o anúncio abaixo, de um posto de combustíveis em Jundiaí vendendo combustíveis com pagamento através de criptomoedas, a chamada Bitcoin, e ainda com desconto. Não entendi muito bem, como a maioria das pessoas comuns, mas pode ser que o revendedor espera uma supervalorização dessa moeda nos próximos dias.
Hoje a diversidade de meios de pagamento é enorme, começamos por aqueles postos que por venderem com preços muito baixos só aceitam pagamento em dinheiro, é a forma mais barata de se vender, diminui o risco de inadimplência, mas em contrapartida aumento sensivelmente o risco de assaltos. A solução para esses casos é a contratação de empresas de transporte de valores, o que acaba por onerar seus custos.
A modalidade mais difundida é a venda através de cartões, seja de débito ou crédito, já vi casos em que o revendedor vende combustível para pagamento no crédito em três vezes, incrível, mas existe, e conversando com um desses revendedores ele alega que a necessidade de capital de giro aumenta, mas em compensação dessa forma consegue fidelizar aqueles clientes viciados em comprar no cartão de crédito. As bandeiras desses cartões também são inúmeras, a começar pela VISA, Mastercard e American Express, as grandes dominadoras no mundo inteiro, mas tem também a ELO, Hipercard, Goodcard e outras demais. O grande problema é o custo, esses cartões ficam com uma fatia gorda da margem do negócio, pois as taxas são cobradas sobre o bruto da venda.
Agora diga-se de passagem, a indústria dos cartões é o melhor negócio do mundo, você pessoa física paga pelo cartão (anuidade), quando vai pagar sua fatura e não pode liquidar integralmente paga juros altíssimos, o dono do estabelecimento por sua vez é obrigado a pagar pelo aluguel da maquineta, normalmente muito alto pelo que vale o equipamento, para cada venda efetuada é descontado uma taxa sobre o bruto que não é pequena e somente recebe o crédito na sua conta trinta dias depois de efetuada a venda, quando precisa antecipar os recebíveis por um descontrole no seu fluxo de caixa ainda perde mais uma fatia pagando pelos juros cobrados. É ou não é um excelente negócio? Acaba sendo seu sócio.
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Vender no cheque nem pensar, o pagamento nessa modalidade vem caindo muito, diria que praticamente não existe mais em todo comércio por total descrédito face as devoluções por insuficiência de fundos, os bancos de uma maneira geral distribuíram talões de cheque para muita gente que não sabe utilizar esse tipo de título de crédito. Hoje é difícil se encontrar alguém carregando um talão de cheques, eles foram substituídos pelos cartões de plástico.
Outras modalidades, menos utilizadas, estão ligadas à benefícios e facilidades para os frotistas, são cartões na sua maioria pré-pagos tais como Ticketcar, Valecar, Sodexo Combustíveis entre outros. Agora, a briga grande fica por conta das adquirentes, os donos das maquinetas, hoje temos uma oferta grande delas, começando pela CIELO e a REDE que dominam 90% do mercado seguidas pela PIN, Elavon, Stone, Global Payment GEtNet.
No passado era difícil se imaginar o que vemos hoje, você no conforto de sua residência comprar combustível pela internet, as grandes distribuidoras já aderiram a essa prática e outras como a venda pelos aplicativos dos smartphones. A Shell por exemplo, acaba de fechar negócio com a Paypal para efetuar vendas pelo seu APP Shell Box, eles já vendiam pelo sistema “Sem Parar”, quando ao aproximar o carro da bomba o TAG que abre cancelas nos pedágios registra automaticamente o pagamento por um pequeno comando do frentista. A Ipiranga também está fazendo com seu Abastece Aí e o ConectCar, a BR está um pouco atrasada, mas promete lançar o seu em breve.
Nos postos de rodovia temos o gigante CTF dominado pelo Bradesco e Banco Itaú, atendendo alguns escolhidos postos BR e Ipiranga, tem também a REPOM que tem feito algo similar para atender as empresas de transporte de cargas e os caminhoneiros. Os vales fretes também são muito utilizados nas estradas para o abastecimento dos caminhões.
Então amigo revendedor, muita atenção para entender o público do seu posto e como ele deseja pagar pelo combustível, observando sempre os riscos envolvidos como assaltos e inadimplência e os custos envolvidos que cada uma dessas modalidades mais seguras nos impõe.
Até breve,