Uma das maiores distribuidoras de combustíveis do país, a Raízen está reduzindo os negócios com postos bandeira branca para se concentrar na expansão e fortalecimento da rede de revendedores que leva a marca Shell.
No fim do ano passado, a rede Shell era formada por pouco mais 8 mil postos considerando-se Brasil, Argentina e Paraguai, avanço de 3% na comparação anual. No país, eram 6,85 mil revendedores com a marca.
Do total de postos em funcionamento no Brasil, quase 50% funcionam sem bandeira.
Com a estratégia de priorizar os postos Shell, a Raízen elevou em 2% as vendas do ciclo Otto (gasolina e etanol) no terceiro trimestre do ano safra no Brasil, para 3,13 milhões de metros cúbicos, mas reduziu em 5% os volumes em diesel, a 3,58 milhões de metros cúbicos.
Na aviação, os volumes no país cresceram 0,9%, a 216 mil metros cúbicos, com maior demanda na aviação executiva. Com o início das operações com a Azul neste ano, a expansão tende a ser mais forte, indicou a companhia.
No último trimestre do ano passado, o desempenho na distribuição foi afetado pelo efeito da Copa na demanda, preços mais baixos da gasolina e do diesel e excesso de oferta de combustíveis. Como consequência, apontaram os analistas, os resultados da Raízen foram fracos, pressionados também pela menor produção de açúcar.
Em dezembro, a alavancagem estava perto de 2,5 vezes pela relação entre dívida líquida e Ebitda em 12 meses, pressionada por investimentos nas unidades de etanol de segunda geração e maior produtividade agrícola, dispêndios com a parada para manutenção de 50 dias na refinaria de Buenos Aires (Argentina), além do maior nível de amortizações com vistas a reduzir o prazo médio de endividamento.
“Estamos olhando para encerrar o ano fiscal em 1,6 vez”, disse Mussa.
O consumo de caixa de R$ 445 milhões no trimestre também foi explicado pelos fatores que pressionaram a alavancagem financeira. Na Argentina, a parada para manutenção, que se realiza a cada dez anos, teve impacto negativo de US$ 129,8 milhões no Ebitda.
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