O consumo brasileiro de combustíveis ciclo Otto (etanol e gasolina) deve crescer 5,5% neste ano ante 2020, para 52 bilhões de litros, com a gasolina assumindo maior protagonismo, apontou levantamento da consultoria StoneX nesta terça-feira.

No centro-sul, principal região consumidora, a paridade de preços entre o etanol hidratado e a gasolina já alcança 81,4%, tendência que deve se manter até março do próximo ano, dado o período de entressafra da cana no cinturão canavieiro –com menor oferta de álcool.

Consumo de combustíveis ciclo Otto no Brasil deve crescer 5,5% em 2021, diz StoneX

Dessa forma, a demanda nacional por etanol hidratado, concorrente da gasolina nas bombas, deve ser próxima de 17 bilhões de litros neste ano, representando recuo de cerca de 13% versus o ano passado, apontou o documento.

Em paralelo, a demanda por anidro (misturado na gasolina vendida nos postos) deve se elevar, para nível em linha com 11 bilhões de litros, afirmou.

“Ainda assim, os preços dos combustíveis em patamares elevados podem dificultar o avanço da mobilidade urbana nos próximos meses, atuando como fator de pressão sobre a demanda por Ciclo Otto”, disse a StoneX.

O avanço das vendas do ciclo Otto ocorrem apesar de as perspectivas econômicas no país terem se deteriorado desde o primeiro semestre do ano.

“Uma aceleração inflacionária com múltiplos focos de pressão de custos associada a uma constante e desorganizada alternância de prioridades na agenda econômica do governo federal provocou revisões frequentes da perspectiva de crescimento econômico, inflação, câmbio e juros para o país”, afirmou o relatório.

“O desempenho positivo do agronegócio e de algumas atividades de serviços, por outro lado, podem atenuar o resultado mais fraco dos demais setores.”

Em 2022, a StoneX projeta que o consumo de Ciclo Otto no Brasil cresça em 2,2%, perspectiva que ainda dependerá das tendências para os preços dos combustíveis no mercado brasileiro.

“Parece provável que as usinas direcionem maior volume de cana à produção de etanol, favorecendo sua competitividade nas bombas”, disse o grupo.No ciclo 2022/23 (abr-mar) do centro-Sul, estima-se que o consumo de hidratado seja próximo de 16,7 bilhões de litros(+18,3%), ao passo que o de anidro totalize 7,7 bilhões de litros (-3,4%).

ELETRIFICAÇÃO DA FROTA

No relatório, a StoneX destacou ainda que as perspectivas para a eletrificação da frota brasileira são positivas, “ainda que tal crescimento esbarre em fatores limitantes de infraestrutura e custos elevados”.

A venda de veículos híbridos e 100% elétricos alcançou um recorde de 14 mil unidades no primeiro semestre de 2021, crescimento anual de 80%, segundo a consultoria.
Tal expansão deve ganhar força no longo prazo, com os veículos elétricos podendo representar 62% da frota brasileira até 2035, segundo projeções da Anfavea, pontuou o relatório. “Para isso se concretizar, contudo, maiores investimentos e subsídios deverão ser concedidos ao setor”, disse a StoneX.
Levando em consideração que o ambiente ainda se mostra adverso à penetração dos elétricos, a StoneX projeta que esta frota ainda represente 0,2% e 0,3% do total de veículos em 2021 e 2022, respectivamente. Embora tenha impacto negativo sobre o consumo de Ciclo Otto nos próximos anos, a StoneX apontou que é preciso ponderar que o etanol deve ganhar destaque neste contexto, já que o mercado brasileiro deve apostar no álcool em seus projetos de eletrificação, especialmente de híbridos.

Fonte – https://www.istoedinheiro.com.br/

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Após 6 semanas de alta, preço de combustíveis fica estável nos postos, diz ANP

Aditivada sobe pela quarta semana consecutiva, enquanto GLP apresenta leve recuo

Após seis semanas de alta, os preços dos principais combustíveis registraram estabilidade nos postos, de acordo com o levantamento semanal da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O preço médio do litro de gasolina ficou em R$ 6,752, um décimo de centavo a menos que na semana anterior, enquanto o do diesel se manteve em R$ 5,356.

A consulta foi realizada em mais de 3,6 mil postos de combustíveis, de todos os estados brasileiros, entre os dias 14 e 20 de novembro. Ao longo do ano, a alta é de 49%, O custo médio do litro da gasolina supera os R$ 7 em oito estados. O Rio de Janeiro é onde o valor é mais elevado: R$ 7,30. Já do outro lado da Dutra, em São Paulo, o produto sai a R$ 6,406. Uma diferença de quase 14%.

Esses valores são as médias estaduais, mas é possível encontrar variações maiores: o menor preço registrado para a gasolina foi encontrado em São Paulo: R$ 5,299. Já no Rio Grande do Sul, alcança até R$ 7,999, seguido pelo Rio de Janeiro, com R$ 7,959.

O diesel, combustível que move os caminhões que transportam mercadorias pelo país e os ônibus do transporte público, apresenta custo médio de R$ 5,356. Uma variação que chega a 47% desde o início de 2021. Entre os estados, o preço do litro varia de R$ 5,093, no Espírito Santo, a R$ 6,492 no Acre: uma diferença de 27,4%.

O Serviço de Levantamento de Preços (SLP) da ANP aponta ainda que, se a gasolina comum se manteve estável, a aditivada parte para a quarta semana consecutiva de alta e alcança o preço médio de R$6,909. Em postos do Rio de Janeiro, o litro do insumo sai em média a R$ 7,458, mas chegou a ser encontrado no patamar de R$ 8,990.

O levantamento monitora ainda os preços do gás liquefeito de petróleo (GLP), os botijões de cozinha. O modelo de 13 quilos apresentou custo médio de R$ 102,27, um recuo sutil em relação ao levantamento anterior: R$ 102,56.

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