Segundo levantamento da JD Power, infraestrutura é o principal ponto de crítica ao elétrico; tempo de recarga e preços também são problemas
Infraestrutura, tempo de recarga das baterias e preço alto estão entre os principais entraves para a popularização do carro elétrico.
Essa é a conclusão de um levantamento da JD Power. A empresa de análise de dados pode servir de guia para que as montadoras desenvolvam os aspectos que causam rejeição dos consumidores a esse tipo de veículo.
Apesar de ter sido conduzida com o público norte-americano, a pesquisa oferece um panorama do mercado de elétricos no geral. Isso porque a razão número um para que compradores prefiram carros a combustão está na falta de infraestrutura de recarga.
“Com todas essas influências moldando o mercado de veículos elétricos hoje, o maior ponto de atrito é a disponibilidade de carregadores públicos”, afirmou Stewart Stropp, diretor executivo de inteligência da JD Power.
“O crescimento de pontos de recarga não não está acompanhando o aumento de veículos elétricos nas ruas. Apesar de impressionados com o que as fabricantes oferecem, os consumidores pensam na forma de carregar seus automóveis fora de casa”, completou o executivo.
Tempo de recarga do elétrico é alto
Essa constatação leva ao segundo problema apontado pelos participantes da pesquisa. Mesmo que 85% das recargas sejam feitas em casa, a necessidade de uma eventual recarga na rua ainda impede a aceitação do carro elétrico. É preciso se programar por conta do alto tempo de recarga, que em alguns modelos pode levar horas. Além disso, há poucas estações de carga rápida, algo que agilizaria o processo.
Outro fator é a autonomia em caso de uma viagem, por exemplo. A chamada “range anxiety” (ansiedade de alcance) é o medo que o motorista tem de ficar pelo caminho em trajetos mais longos. Assim, consumidores que costumam usar o veículo para viajar acabam optando por um modelo a gasolina ou mesmo híbrido.
Preço também atrapalha
Por fim, o preço dos carros elétricos quando comparados aos equivalentes a combustão também dificulta a compra, de acordo com os consumidores. E essa afirmação procede, uma vez que a diferença em alguns casos chega a praticamente 40%.
Uma picape Ford F-150, por exemplo, parte de US$ 34.585 (cerca de R$ 170 mil na conversão direta) nos EUA. Já sua versão elétrica, a F-150 Lightning, custa US$ 49.995 (R$ 245 mil). O SUV Chevrolet Blazer tem preço inicial de US$ 35.400 (pouco mais de R$ 173 mil), enquanto o Blazer EV sai por US$ 56.715 (R$ 278 mil).
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