Apenas 25% dos carros são da própria Volvo, que decidiu acabar com a farra, notadamente de usuários da BYD e da GWM, que cresceram no mercado sem oferecer infraestrutura pública de carregamento.

Carros de outros marcas passam a pagar R$ 2,50 pela conexão e, a partir daí, mais R$ 4 por kWh. Isso vai ser um tormento para usuários de carros da BYD, da GWM, da Renault, da Chevrolet e de todas as marcas que nunca investiram em eletropostos.

O usuário de um BYD Dolphin Plus, por exemplo, que tem bateria de 60,5 kWh, vai gastar R$ 244 para rodar cerca de 330 km (alcance do carro segundo o PBEV), se depender da estrutura da Volvo. O custo por km, que era zero, graças à Volvo, agora será de R$ 1,23. Ou seja: acabou-se a vantagem financeira para quem usava os eletropostos da Volvo.

A solução para esses usuários será buscar eletropostos independentes, que estão crescendo no Brasil, mas ainda são poucos. Nestes, a tarifa por kWh tem ficado em torno de R$ 2. Atualmente, a Volvo já tem 52 eletropostos instalados no Brasil, num plano que prevê 101 em 37 rotas conectadas, que cobrirão 19 mil km de estradas.

Este é um novo problema para os usuários de carros elétricos. Errada, a Volvo não está. Por que ela tem que “bancar” a infraestrutura da eletromobilidade no Brasil? Além de Volvo, somente a Porsche, a Audi e a BMW têm tido iniciativas de investir em carregadores rápidos para carros elétricos, mas em escala bem menor.

“Ajudamos a pavimentar a eletrificação no Brasil e é gratificante acompanhar a consolidação crescente desse projeto que vai muito além da nossa marca”, disse afirma Marcelo Godoy, presidente da Volvo Car Brasil. “Com isso, é esperado que a infraestrutura para atender os veículos elétricos amadureça cada vez mais.”

Nas entrelinhas a Volvo está dizendo à BYD, GWM, Renault, JAC, Caoa Chery, Nissan, Chevrolet, Fiat, Volkswagen, Mercedes e todas as marcas que comercializam carros elétricos no Brasil: “Mexam-se! Não vamos bancar a infraestrutura de mobilidade elétrica sozinhos”. Mas o fez com outras palavras, pedindo “amadurecimento” do setor.

“Também agradecemos a todos os clientes que utilizam nossa rede de eletropostos, inclusive aos consumidores de carros de outras montadoras, que representam 75% das recargas feitas”, disse Godoy. “E, para seguir com o nosso compromisso de oferecer o melhor serviço para os clientes Volvo, agradecemos a eles de forma especial e reforçamos que seguirão tendo acesso ao serviço de recarga de forma gratuita.”

“Nosso objetivo é oferecer um futuro melhor para a mobilidade elétrica no Brasil”, disse Guilherme Galhardo, Head de Eletrificação da Volvo Car Brasil.

“Com a nossa rede de eletropostos Volvo, já conseguimos conectar trajetos de mais de 2 mil quilômetros, como de Foz do Iguaçu ao litoral norte do Rio de Janeiro.”

SERVIÇO

• Para clientes Volvo: recarga gratuita
• Para o público geral: R$ 4,00 (valor kWh)
• Taxa de conectividade: R$ 2,50 (cobrança única quando inicia a recarga, exceto para clientes Volvo)
• Taxa de ociosidade: R$ 5,00/minuto (tolerância de 15 minutos e cobrança a partir do 16º minuto, apenas em carregadores rápidos em rodovias, incluindo clientes Volvo)
• Data de início da cobrança: 10 de julho de 2024
• App: Para consultar os carregadores conectados que passarão a ter cobrança, o cliente deve acessar o aplicativo Volvo Car Eletropostos e fazer o filtro para eletropostos pagos.