No setor de distribuição de combustíveis líquidos, no Brasil, temos três grandes distribuidoras, com estratégias diferentes:
A BR, a maior delas, deixa de ser controlada pela Petrobras, consequentemente pelo governo, se livra de alguns dissabores, mas perde a sua integração vertical, o que era sua maior vantagem competitiva.
A Ipiranga, continua atuando apenas na distribuição, uma coligada no GLP, Sem nenhuma integração vertical tb, até pelos valores envolvidos, mas aposta na força da marca, na geração de outros negócios no ponto de venda, e tb se beneficiando da demonização dos postos com marca própria, em função da péssima fiscalização do setor, o que valoriza muito as marcas fortes, as permitindo aumentar suas margens, como jamais teve.
A Raízen, é a única que aplica a estratégia convencional de todas as majors, verticalizando no etanol, o combustível do futuro, mercado que já lidera, comprando refinaria na Argentina e talvez no Brasil, construindo grandes terminais de importação, onde poderá receber os combustíveis de suas próprias refinarias, fora do Brasil, que tem ociosidades, e sua sócia Cosan, atuando fortemente no gas natural, o combustível da transição, mas patinando na conveniência.
O Cade e a concentração de mercado
Recentemente o ministro Paulo Guedes disse, que no Brasil, muitos segmentos de negócios são divididos por três empresas grandes e 210 milhões de “babacas “.
São assim os bancos, as distribuidoras de combustíveis, empresas aéreas etc.
Isto aconteceu por culpa do CADE, da era PT, que permitiu tamanha concentração.
Algumas empresas alegam que a concentração é necessária, para aumentar a escala, com redução de custo e possibilidade maior de sobrevivência.
Entretanto, como estas empresas passam a ter mais recursos para investir na marca e consequentemente criam mais valor para seus produtos, os preços acompanham este valor percebido pelos consumidores que aceitam pagar mais pela mesma coisa, além da redução da concorrência, o que também fazem os preços subirem.
Talvez os funcionários do CADE de então, não sabiam que preço acompanha o valor e não tem nada a ver com o custo. Assim, estas empresas aumentando seus preços e reduzindo seus custos, passaram a ter, em condições normais de mercado, a terem uma margem que nunca tiveram antes.
Logicamente, não se deve apostar só nisto, talvez os responsáveis por aprovarem estas fusões e aquisições, tenham lucrado outras coisas com estas aprovações. Quem sabe ?
Exxon & Chevron
A imprensa anuncia uma possível fusão da Exxon com a Chevron, duas empresas americanas, gigantes do setor petróleo.
Por ser acusado de monopolista, em 1911, o Supremo Tribunal Americano, obrigou o SR Rockefeller, dono da Standard Oil, S.O, a subdividir a sua empresa em quatro que teoricamente concorreriam entre si : Esso (S.O.), Texaco, Chevron e Mobil.
Na década de 1930, a Standard Oil of Indiana absorveu a American Oil, AMOCO. Passados muitos anos, a Exxon, comprou a Mobil e a Chevron a Texaco.
Agora com a fusão da Exxon com a Chevron, ressurge das cinzas, a Standard Oil. Com as reservas de petróleo no mundo, segundo a BP, dando para 50 anos, e a agência internacional de energia afirmando que o declínio do consumo começa em 2040, isto é, daqui a 20 anos, é esperada uma queda estrutural nos preços continuamente, podendo ter picos conjunturais, em função de conflitos ou outras causas.
Com isto, somente quem tiver custos baixos de produção sobreviverá. É pensando nisto que acontecem as fusões e aquisições no setor. No Brasil, a Petrobras precisa vender ativos, alguns pela dificuldade de tocar e outros para se capitalizar em função dos crimes dos quais foi vítima As margens de outros negócios, podem fazer falta, afinal, não é por acaso que as majors são verticalizadas.
Saiba mais sobre o Autor
Luiz Henrique Sanches é o novo colunista do Blog do Portal e Academia Brasil Postos.
Sócio proprietário da LHS Consultoria que oferece treinamento em combustíveis, marketing do petróleo, professor e palestrante. Começou sua carreira como engenheiro do Grupo Ipiranga, em 1976, passando para a área comercial em 1982, para a área de planejamento em 1986, comercio de combustível e lubrificantes para navios em 1989, com atuação internacional, e finalmente migrando para a área de lubrificantes, nas áreas técnicas, de logística e comercial.
Em 1999 assumiu a diretoria comercial do Grupo Manguinhos (50 % Repsol e 50 % grupo Peixoto de castro), com atuação na refinaria, distribuidora de Combustíveis, distribuidora de solventes, fabricação de lubrificantes e rede de postos, um faturamento superior a um bilhão de Reais por ano.
Em 2003 , entrou no ramo de gestão de postos a gás e em 2008 fui convidado para a diretoria da Usina Canabrava, um projeto Green field, na cidade de Campos dos Goytacazes, onde permaneceu até março de 2015.
Desde 2005, paralelamente, possui uma empresa de consultoria, representações e participações, no Rio de janeiro, hibernada por um tempo e “acordada “, em março de 2015.
O Cade e a concentração de mercado
Recentemente o ministro Paulo Guedes disse, que no Brasil, muitos segmentos de negócios são divididos por três empresas grandes e 210 milhões de “babacas “.
São assim os bancos, as distribuidoras de combustíveis, empresas aéreas etc.
Isto aconteceu por culpa do CADE, da era PT, que permitiu tamanha concentração.
Algumas empresas alegam que a concentração é necessária, para aumentar a escala, com redução de custo e possibilidade maior de sobrevivência.
È que nós os 210 milhões de “babacas” não nos organizamos para acabar de vês com a corrupção no Executivo, Legislativo e Judiciário que só enxerga os próprios interesses e de políticos corruptos que garantem seus lugares de sombra e agua fresca com camarões e caviar de excelente qualidade.