Pesquisas recentes conduzidas por instituições renomadas e grandes empresas como Google e Microsoft apontam que a segurança psicológica é um dos principais fatores que influenciam positivamente a produtividade e o desempenho das equipes.
Nesse contexto, a Comunicação Não Violenta (CNV) tem se destacado como uma ferramenta essencial para a construção de ambientes de trabalho saudáveis e confiáveis.
Segundo o neuroeconomista Paul Zak, a prática da CNV contribui significativamente para o engajamento dos colaboradores, o que, por sua vez, se reflete em vantagens estratégicas e resultados financeiros expressivos para as organizações.
O Fórum Econômico Mundial também reforça a importância de habilidades como empatia,
inteligência emocional, negociação e flexibilidade para enfrentar os desafios do atual
mundo BANI (frágil, ansioso, não linear e incompreensível). De acordo com Marie
Bendelac Ururahy, especialista em CNV, Psicologia Positiva e Neurociência e fundadora
da Be People, a CNV promove uma escuta mais profunda, estimula o respeito e a empatia,
e incentiva uma intenção mútua de colaboração. Isso resulta em relações mais autênticas e
eficazes, baseadas na parceria e compreensão mútua.
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A Origem e Aplicação da Comunicação Não Violenta
Desenvolvida na década de 1960 pelo psicólogo norte-americano Marshall Rosenberg, a
CNV é um método de comunicação que já foi adotado em mais de 120 países. Seu objetivo
é transformar a maneira como as pessoas se expressam e escutam umas às outras,
facilitando diálogos construtivos e mediando conflitos em diversos contextos, como famílias, escolas e ambientes corporativos.
Empresas como a Microsoft têm aplicado a CNV com sucesso, fortalecendo a cooperação interna e promovendo um modelo ganha-ganha que harmoniza as necessidades de todas as partes envolvidas.
A CNV se baseia em competências de linguagem e comunicação que ajudam a reformular
reações automáticas em respostas conscientes, por meio da observação de
comportamentos e fatores que influenciam cada indivíduo. A prática de escuta ativa e
profunda promove interações mais respeitosas e empáticas, criando um terreno comum
entre os interlocutores. Dessa forma, a comunicação se torna mais clara, autêntica e
prazerosa.
CNV no Contexto Empresarial
Um dos principais desafios enfrentados pelas organizações é lidar com as dificuldades de
comunicação entre pessoas com opiniões divergentes. Estudos indicam que 8 em cada 10
indivíduos evitam conversas com aqueles que pensam de maneira muito diferente,
principalmente devido ao tom agressivo que essas interações frequentemente assumem.
No entanto, o diálogo é uma habilidade fundamental para resolver problemas complexos,
criando um espaço onde as pessoas possam se expressar sem medo de julgamentos ou
repreensões. Para Dominic Barter, consultor internacional em CNV e práticas restaurativas, é essencial que os colaboradores se sintam confortáveis para expor ideias, mesmo que contrariem as dos líderes. No entanto, muitas vezes, a falta de segurança psicológica faz com que o silêncio prevaleça, limitando a inovação.
Segundo Barter, o conflito, quando bem gerenciado, é saudável e necessário, pois reflete a importância de diferentes perspectivas. Ambientes em que todos concordam com tudo geralmente carecem de liberdade e autenticidade, inibindo a criatividade e o crescimento.
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A CNV, nesse sentido, oferece uma abordagem para transformar os conflitos em
oportunidades de aprendizado e inovação. Ela envolve tanto o emissor quanto o receptor da mensagem, incentivando a reflexão sobre os sentimentos e necessidades subjacentes à
comunicação. Ao adotar essa prática, as organizações criam condições para um diálogo
mais honesto e transparente, permitindo que os colaboradores desenvolvam um senso de
responsabilidade e conexão com o outro.
Uma Nova Perspectiva para as Relações
A CNV não busca eliminar os conflitos, mas impedir que eles se tornem violentos. Mais do
que uma técnica de comunicação, ela é uma forma de pensar e observar as relações
humanas, promovendo empatia e escuta ativa como competências essenciais. Ao
reconhecer os sentimentos e necessidades expressos, tanto explícita quanto
implicitamente, as interações se tornam mais autênticas e eficazes.
Empresas que adotam a CNV como prática organizacional estão melhor preparadas para
criar um ambiente de segurança psicológica, onde erros são vistos como oportunidades de
aprendizado e expressões genuínas de sentimentos e necessidades são incentivadas. Esse
tipo de cultura organizacional não apenas fortalece as equipes, mas também impulsiona a
inovação e o desempenho coletivo.
Em resumo, o futuro do sucesso empresarial está ligado à criação de ambientes seguros e
acolhedores, onde a Comunicação Não Violenta se destaca como uma ferramenta
indispensável para promover confiança, respeito e colaboração.
By Roberto Monteiro – Consultor Comportamental & Felicidade Corporativa