Maior distribuidora de combustíveis do país vê agronegócio como importante consumidor de energia e tem série de projetos em andamento, como expansão de postos em áreas rurais

As expectativas para o mercado de combustíveis em 2024 são positivas na visão de Bernardo Kos Winik, vice-presidente de B2B da Vibra, maior distribuidora de combustíveis do país.

Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o executivo destaca a expectativa de crescimento da demanda interna e da oferta de combustíveis renováveis pela companhia acompanhando aceleração da atividade econômica do país. Ele também detalha os investimentos da empresa com foco no agronegócio e o posicionamento diante do fim da parceria nos postos BR com a Petrobras. “A Vibra está preparada para atender a essa elevação na demanda e segue investindo”, afirma Winik.

Quais as perspectivas para o mercado de combustíveis em 2024?

Bernardo Kos Winik: O crescimento da demanda interna por combustíveis é impulsionado pelo aumento da atividade econômica e pelo crescimento da população. A atividade econômica brasileira deve crescer em torno de 2% em 2024, o que deve impulsionar o consumo de combustíveis. O crescimento da população também deve contribuir para o aumento da demanda por combustíveis e outras energias.

A oferta de combustíveis renováveis deve, por fim, aumentar em 2024, principalmente devido aos investimentos em fontes renováveis de energia e biocombustíveis. O governo brasileiro tem metas de aumentar a participação de combustíveis renováveis na matriz energética brasileira, e essas metas devem contribuir para o aumento da oferta de combustíveis renováveis no mercado brasileiro.

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Em 2023, o Brasil reduziu as importações de combustíveis. Qual o posicionamento da Vibra diante desse cenário?

Bernardo Kos Winik: A Vibra está bem posicionada para atender o consumidor brasileiro em todos os cenários, independentemente da posição do setor no quesito importação. A empresa é a líder nacional no segmento de distribuição de combustíveis, e tem uma rede bastante capilarizada, sendo a única distribuidora presente em todos os estados.

No que se refere às importações, acreditamos que existem alguns fatores. Dentre os principais, destacamos:

– O aumento da produção de combustíveis pelas refinarias brasileiras, que operaram com capacidade máxima em 2023, contribuindo para o aumento da produção de combustíveis;

– O aumento da adição de biodiesel ao diesel – é obrigatória no Brasil, reduzindo a demanda por diesel importado;

– Por fim, o aumento do consumo de combustíveis renováveis, como o etanol, contribuindo para a redução da demanda por gasolina importada.

Por um lado, a redução das importações de combustíveis é um sinal positivo para a economia brasileira. Isso indica que o país está se tornando mais autossuficiente na produção de (bio)combustíveis, mas é preciso que, quando necessária, as portas para a importação estejam sempre abertas para atender o país da melhor forma possível.

Qual o papel do agronegócio para o futuro da Vibra? O que está no radar da companhia relacionado ao setor?

Bernardo Kos Winik: O agronegócio é um setor importante para o Brasil e o mundo, e a Vibra acredita que ele continuará a ser um importante consumidor de energia no futuro. A empresa está comprometida em atender às necessidades energéticas do agronegócio, e tem uma série de projetos em andamento para isso.

No segmento de lubrificantes, a Vibra lançou em setembro de 2023 o Lubrax Unitractor, um lubrificante específico para tratores e equipamentos agrícolas pesados. Esse produto é um exemplo do trabalho da empresa em atender às necessidades específicas do setor agropecuário.

No segmento de combustíveis líquidos, a Vibra está investindo na expansão da sua rede de postos em áreas rurais.

A empresa também está desenvolvendo soluções de armazenamento e distribuição de energia para o agronegócio. Queremos ampliar nossa presença no segmento com lubrificantes, na venda de diesel B2B e nos postos de revenda. Entendemos que vai haver uma migração importante no consumo de combustíveis na direção do agronegócio, em especial rumo ao Centro-Oeste do Brasil.

Por trás da estratégia, está a tese de que a eletromobilidade vai avançar no Sul e no Sudeste em médio e longo prazos, empurrando o consumo de combustível para o Centro-Oeste e Norte animados pelo agronegócio.

Como fica a marca com o anúncio recente da Petrobras de que não pretende renovar o contrato de uso da marca?

Bernardo Kos Winik: Tal comunicação não gera qualquer mudança na estratégia da Vibra. Essa possibilidade já fazia parte dos planos de médio e longo prazos. Com isso, até 2029, Vibra e Petrobras seguem com a parceria para o uso de marcas. Os mais de 8.300 postos espalhados pelo Brasil seguirão usando a bandeira Petrobras e as marcas a ela associadas, mantendo a excelente parceria de sucesso.

Vamos continuar trabalhando para entregar o melhor resultado, gerando valor e construindo a melhor experiência para os nossos clientes. Porque isso é que nos diferencia.


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