Talvez sim, talvez não, mas tem muita gente se esforçando para conhecê-los.

Eis o grande X da questão por trás dos aplicativos de pagamentos on-line. Com a máxima de “facilitar as transações entre clientes e empresas” os APPs de pagamento on-line estão explodindo no mercado brasileiro. Fácil, ágil, eles diminuem o tempo da parte mais chata do consumo: O PAGAMENTO.

O grande desafio de todo profissional de marketing é conhecer os desejos e anseios do consumidor.

Empresas investem bilhões de dólares todos os anos em pesquisas de conhecimento de seu público. De repente a internet, com as redes sociais, diminuiu as distâncias e através de elaborados programas, que usam algoritmos como base de inteligência, ficou cada vez mais fácil ter acesso a muitos desses “desejos e anseios”, mas o que os APPs de pagamento on-line têm a ver com essa história?

Simples de explicar, dificilmente o consumidor concorda em compartilhar dados. Os apps de pagamento, por questões de segurança precisam de um monte destes dados. Durante o processo de decisão de compra uma das principais etapas é a finalização do pagamento e é neste ponto que a compra se consolida. O ato de comprar reflete diversas ações anteriores e posteriores e com os pagamentos de forma on line os aplicativos conseguem ter informações importantes e privilegiadas do antes, durante e depois da compra. Onde o consumidor estava, que sites ele visitou, por onde andou e a que horas entrou no estabelecimento e o tiro final: como foi concluída a compra.

Estes aplicativos tem acesso a uma riqueza de informações que não se consegue facilmente fazendo pesquisas de rua ou com questionários. Oportuno lembrar que uma pesquisa bem estruturada traz resultados relevantes e científicos, e mesmo que as empresas utilizem dados obtidos desse meio eletrônico, se faz necessário um tratamento correto, específico e direcionado por especialistas, sem isso não passarão de dados jogados ao vento.

As parcerias recém anunciadas do aplicativo da AME com a BR distribuidora e Mcdonalds mostraram que a turma dos algoritmos não está para brincadeira. A quantidade de consumidores que a AME está embolsando é imensa, mesmo porque já vimos em artigo anterior que o consumidor de posto de gasolina é um consumidor secundário, ou seja, ele está no seu dia a dia de tarefas sendo executadas e no meio disso tudo resolve abastecer seu carro. Com isso a importância dessa carteira de clientes nas mãos da AME e da BR distribuidora é inestimável.

O plano oferecido é incrível! Cash Back (dinheiro de volta) de 10% não existe num mercado que possui uma margem média de 8 a 12% bruta.

Taxas de cobrança que beiram abaixo de 1%. Qual revendedor não entraria numa dessas? Somente um! Aquele que tem a exata ideia da mina de ouro que eles estão colocando nas mãos dos garimpeiros virtuais dos aplicativos. Uma relação de proporcionalidade desigual.

Um desconto para atrair clientes que serão jogados nos braços BR/AME e não mais do posto de combustível,  que vai receber em troca um lucro momentâneo da vinda de outros consumidores do AME que parece ser bom, mas quando se fala da conversão dos próprios clientes do posto para mudar sua forma de pagamento para o APP e empurrar para esse aplicativo seus estimados e costumeiros clientes não parece assim ser tão vantajoso. Que negócio da china, não é? Não! Não é.

Como é difícil criar laços, entender as necessidades e conhecer os consumidores do seu negócio e então de repente numa ação dessas proporções o posto revendedor abre as portas dos seus clientes para um banco de dados (aplicativos de pagamentos) conhecê-los, entender seus anseios e mais que tudo, abrir um canal direto de conexão com eles. Esta última talvez seja o mais danoso de uma ação como essa.

Fica fácil criticar ou simplesmente dizer o que não se deve fazer, mas o primordial é entender o que fazer. Recusar um desconto de 10% para meus clientes?Não, um consultor de empresas jamais aconselharia isso.

+++ LEIA TAMBÉM : Aplicativos das Distribuidoras: isso vai lhe custar caro !

O que se deve perguntar agora é: o que fazer para não perder clientes. Programas de fidelidade, atendimento diferenciado assim como também ações diretas de relacionamento com o consumidor além de desenvolver inteligência de consumo no seu negócio (tema do próximo artigo). O revendedor não pode ficar no passado como se fosse um bodegueiro. Atrás de seu balcão simplesmente trocando mercadoria por dinheiro. O consumo mudou, o consumidor mudou e se a revenda não mudar vai perder seu maior patrimônio para as distribuidoras: Seu cliente.

Escrito por Brasil Postos

+++ LEIA OUTRO ARTIGO DO AUTOR: CONSUMO SECUNDÁRIO: O desafio de se vender o que não se vê.

Artigo anteriorÉ importante treinar minha equipe operacional? Como faço?
Próximo artigoMulta cobrada pela distribuidora tem uma redução de 97,33% pelo tribunal de justiça
O Blog Brasil Postos é a maior fonte de informação de notícias e conteúdos para o segmento de postos de combustíveis e lojas de conveniência. Cerca de 75% dos gestores de postos de combustíveis acessam a plataforma do Portal Brasil Postos pelo menos uma vez por mês.

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here