A ANP retomou a publicação semanal do Levantamento de Preços de Combustíveis com os dados da semana de referência de 18/10 a 24/10/20.

O novo formato captura a geolocalização do pesquisador, solicita fotos do posto e do painel de preços e inclui os valores de gasolina C aditivada.

A ANP retomou na sexta-feira (23/10), às 18h, a publicação semanal do Levantamento de Preços de Combustíveis (LPC) com os dados da semana de referência de 18/10 a 24/10/20.

O novo formato do LPC prevê a utilização de formulário eletrônico, que captura a geolocalização do pesquisador, com data e hora, e solicita a inclusão de fotos do posto e do painel de preços, garantindo a confiabilidade e a rastreabilidade dos dados, além da introdução de preços de gasolina C aditivada.

Além disso, o LPC não capta mais os preços pagos pelos postos às distribuidoras, pois, atualmente, as Resoluções ANP nº 729/2018 e nº 795/2019 já obrigam os distribuidores a fornecerem esses dados por meio do Sistema de Informações de Movimentação de Produtos (SIMP). De acordo com os critérios técnicos de divulgação e agregação, esses dados estão sendo disponibilizados no portal da ANP.

A abrangência geográfica e a periodicidade da pesquisa continuam as mesmas. Contudo, de acordo com os critérios da licitação, a contratação prevê a gradual expansão das amostras e dos municípios integrantes até que se atinja cerca de 6 mil postos e aproximadamente 4.400 revendas de GLP semanalmente, em 459 localidades.

Na primeira etapa, o levantamento abrangerá, pelo menos, as 26 capitais estaduais e o Distrito Federal. A adição de municípios se dará ao longo de oito etapas.

Devido ao período de implementação da pesquisa, a ANP não dispõe dos dados de preços de revenda de combustíveis automotivos e de GLP (gás liquefeito de petróleo) referentes às semanas compreendidas entre 23/08/2020 e 17/10/2020.

+ Consulte o Levantamento de Preços de Combustíveis (LPC).

Fonte: ANP


Com a alta dos preços do biodiesel impulsionada por uma escassez de soja, principal matéria-prima do biocombustível, o diesel pode ficar mais caro na bomba no último bimestre do ano, alertou a Fecombustíveis, que defende uma redução na mistura obrigatória.

Com a alta dos preços do biodiesel impulsionada por uma escassez de soja, principal matéria-prima do biocombustível, o diesel pode ficar mais caro na bomba no último bimestre do ano, alertou a Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis), que defendeu na quinta-feira uma redução na mistura obrigatória.
O Brasil, maior produtor e exportador da oleaginosa que responde por cerca de 70% da matéria-prima do biodiesel misturado ao diesel, está lidando com preços recordes da soja, após grandes exportações e forte consumo interno.

O custo do biodiesel poderá impactar em aumento de preço do óleo diesel vendido nos postos de combustíveis”, disse a Fecombustíveis, que representa cerca de 40 mil postos.

Segundo a federação, o leilão 76 de biodiesel, realizado para atender a mistura obrigatória em novembro e dezembro, registrou preço médio de 5,511 reais por litro, o que seria uma alta de 9% ante o certame 75 e de 82% ante o produto vendido na licitação para atender os dois primeiros meses de 2020.

Procurada, a ANP disse que os resultados do último certame ainda não foram homologados pela diretoria da agência. A alta citada pela Fecombustíveis ocorre mesmo após a reguladora baixar temporariamente o percentual da mistura de 12% para 11%.

O leilão anterior já havia sido realizado para atender uma mistura menor do que a regulamentar para o ano, ficando em 10%, após decisão do Ministério de Minas e Energia.

Segundo a Fecombustíveis, o preço médio do biodiesel se compara com o valor do diesel nas refinarias de, em média, 2,120 reais por litro (incluindo PIS/Cofins). “Ou seja, mais que o dobro do custo do produto mineral, o que encarece sobremaneira o preço do óleo diesel (com a mistura) nas bombas”, afirmou.

Desde maio, com o aquecimento do mercado de soja e o aumento das exportações, “tem ocorrido a menor oferta do biocombustível no setor de combustíveis”. O Brasil produziu um recorde de 124,8 milhões de toneladas de soja em 2020, mas as exportações estão estimadas para atingir 82 milhões de toneladas, segundo a estatal Conab, enquanto o processamento interno no ano deve superar 44 milhões

Mistura menor
“Em função do cenário atual e para garantir o abastecimento do produto nos postos, sem oscilações, a Fecombustíveis defende a redução do percentual da mistura para 8%”, disse a entidade, ressaltando que essa seria a única forma de minimizar os custos.

A Fecombustíveis, contudo, lembrou que o mercado é livre e competitivo em todos os segmentos, cabendo a cada elo do “downstream” (distribuidora e posto revendedor) repassar ou não os maiores custos ao consumidor.

Os preços do diesel nos postos de combustíveis do Brasil recuaram 1,1% na primeira quinzena de outubro em comparação com o fechamento de setembro, indicaram dados do Índice de Preços Ticket Log (IPTL) publicados na véspera.

“Leitura míope”

O diretor superintendente da Ubrabio, Donizete Tokarski, da entidade que representa grande parte dos produtores ofertantes no leilão de biodiesel, admitiu que pode haver impacto, mas lembrou que o setor de combustíveis nunca se manifesta quando o biodiesel tem valor menor que o diesel.

Ele disse ainda que as pessoas não podem ter “uma leitura míope, olhando com oportunismo”, sem uma visão abrangente que aponta que o biodiesel, na verdade, ajuda a baratear o custo dos alimentos no Brasil.

No processamento da soja, a maior parte se transforma em farelo, utilizado pela indústria de ração para alimentar criações de suínos e aves –enquanto o restante é o óleo.

“Se não tivesse a indústria de biodiesel, certamente estaria com preço de carnes e derivados em valores absurdamente mais caros”, opinou Tokarski, citando ainda as vantagens ambientais do biocombustível e também o impacto na redução de importações de diesel.

Ele citou ainda que a pandemia desorganizou o mercado, quando as distribuidoras, temendo uma queda no consumo de diesel que não aconteceu no ano, pediram menores retiradas de biodiesel, o que levou muitas empresas a ampliarem as exportações de óleo de soja.

Fonte: Reuters


Preço do etanol nas usinas atinge maior nível para outubro desde 2016

Apesar da queda de consumo, o preço do etanol nas usinas atingiu na semana passada os maiores patamares para um mês de outubro desde 2016. A escalada, ainda no início da entressafra, é provocada principalmente pela maior produção de açúcar e indica pressão sobre o consumidor também na próxima safra.

Apesar da queda de consumo, o preço do etanol nas usinas atingiu na semana passada os maiores patamares para um mês de outubro desde 2016. A escalada, ainda no início da entressafra, é provocada principalmente pela maior produção de açúcar e indica pressão sobre o consumidor também na próxima safra.

Segundo dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) da Esalq/USP, na semana passada o preço do etanol hidratado, aquele vendido diretamente nos postos, bateu R$ 2,01 por litro nas usinas de São Paulo.

O valor de venda dos produtores às distribuidoras é 6,3% superior ao verificado na semana anterior e 8% mais caro do que o vigente um ano anterior, já descontada a inflação do período.

Já o etanol anidro, que é misturado à gasolina, era vendido nas usinas paulistas a R$ 2,31 por litro, 4% a mais do que na semana anterior e 13,2% acima do verificado um ano antes. O valor está bem próximo do pico dos últimos anos, de R$ 2,32 (corrigido pela inflação), atingido em fevereiro, mês em que os preços geralmente são mais altos.

Segundo analistas, a escalada de preços reflete a desvalorização do real e a alta dos preços do açúcar, que superaram os R$ 1,3 mil por tonelada após disrupções na produção em países como Tailândia, Rússia e na União Europeia.

“Com o avanço dos preços do açúcar, as usinas adotaram um mix mais açucareiro, o que contribuiu para a menor oferta de etanol e manutenção de preços mais elevados do combustível a partir de julho”, dizem, em relatório, os analistas Camilla Dole e Lucas Genoso, da XP Investimentos.

Normalmente, os preços do etanol sobem no último trimestre de cada ano, até atingir o pico no fim do primeiro trimestre do ano seguinte, antes da colheita da safra. Além de mais intenso, o cenário atual indica maior pressão durante a entressafra, já que as condições climáticas em regiões produtoras não têm se mostrado favoráveis.

Para o Itaú BBA, as projeções para a safra 2021/2022 indicam um balanço apertado na oferta de etanol. O banco estima necessidade de de importação superior a um bilhão de litros caso as vendas subam 8% e as usinas destinem 45% da cana para a produção de açúcar.

“Caso o crescimento da demanda seja superior a 10% e/ou o mix se mantiver nos patamares atuais, a necessidade de compras no exterior poderá ser bastante relevante”, afirmam os especialistas do banco Cesar de Castro Alves, Fernando Alves Gomes e Guilherme Bellotti de Melo.

Os analistas do Itaú BBA avaliam que a preferência pelo biocombustível pode ganhar força em um cenário de restrições orçamentárias, em que os brasileiros devem optar por opções de combustíveis mais baratas, o que deve manter pressão sobre o consumo.

“Além disso, paridades na bomba entre etanol e gasolina ao redor de 65% nos principais estados consumidores tendem a dar estímulo adicional ao consumo do hidratado”, afirmam. Um recuo na demanda só é esperado se esse percentual passar dos 70%.

A Unica (União da Indústria da Cana-de-Açúcar) confirma que a safra está mais açucareira, mas diz que o movimento de preços é normal e questiona as projeções sobre aperto na oferta. “Existe um equilíbrio entre oferta e demanda”, diz o diretor técnico da entidade, Antônio de Pádua Rodrigues.

Segundo ele, os estoques de etanol hidratado superam os da safra anterior em 12% e a demanda caiu 16%. Além disso, afirma, haverá um incremento na produção de etanol de milho. “Mesmo com a recuperação da demanda nos próximos meses, a oferta será suficiente até o início da próxima safra”, concluiu.

Nas bombas, o preço do combustível subiu 14% desde o piso do ano, em maio, quando chegou a R$ 2,913 por litro, aponta levantamento da ValeCard. O valor ainda é menor, porém, do que os registrados no primeiro trimestre —em janeiro, o litro do combustível custava, em média, R$ 3,258.

A ANP, responsável pela coleta oficial de preços dos combustíveis no país, está reformulando sua pesquisa semanal e, por isso, não divulga resultados desde o fim de agosto.

O mercado de combustíveis enfrenta pressão também de outro biocombustível: o biodiesel, que vem subindo desde 2019 em resposta à forte demanda por óleo de soja. O produto é misturado ao diesel de petróleo antes da venda nos postos.

No último leilão regular promovido pela ANP, em agosto, o preço médio foi de R$ 5,043 por litro, mais do que o dobro do preço do diesel de petróleo.Em um leilão complementar, em setembro, os produtores cobraram R$ 5,723 por litro.

As dificuldades de oferta já levaram o governo a reduzir temporariamente o percentual mínimo obrigatório de adição do combustível, que é de 12% em 2020. Atualmente, o percentual está em 11%.

Fonte: Folha de S. Paulo

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