No primeiro semestre, as vendas acumuladas do diesel alcançaram 30,42 milhões de m³, batendo o recorde da série histórica, sendo que as regiões Norte (+6,75%) e Centro-Oeste (+6,25%) marcaram a maior variação acumulada, em termos qualitativos. O Sudeste seguiu como o principal demandante do produto, totalizando 11,77 milhões de m³ consumidos – alta de 3,5% quando comparado com o primeiro semestre de 2021.
A expansão da demanda pelo combustível ocorre em meio a um aumento dos níveis de mobilidade dos veículos movidos à diesel. De acordo com o índice ABCR (Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias), o fluxo de veículos pesados nas praças pedagiadas do Brasil registrou aumento de 2,1% no primeiro semestre de 2022, quando comparado com o mesmo período do ano passado.
Gasolina
As vendas de gasolina no primeiro semestre de 2022 totalizaram o volume de 19,7 milhões de m³, o que representa alta de 10,8% em relação ao mesmo período do ano anterior e 3,9% acima da média dos últimos anos.
Desde abril de 2021, a demanda por combustíveis tem apresentado um crescimento significativo no mercado nacional, influenciado principalmente pelo avanço da vacinação contra o Covid-19, que proporcionou uma retomada mais intensa das atividades econômicas, como também a reabertura de escolas e escritórios, promovendo aumento na mobilidade urbana.
Etanol Hidratado
As vendas de etanol no primeiro semestre de 2022 totalizaram 7,7 milhões de m³, queda de 15,7% em relação ao total vendido na primeira metade de 2021 e retração de 9,4% em relação à média dos últimos 5 anos.
Essa movimentação nas vendas do biocombustível está diretamente ligada à quebra de safra apresentada no ciclo canavieiro 2021/22 (abr-mar). A temporada de cana-de-açúcar 2021/22 do Centro-Sul brasileiro sofreu com grandes períodos de secas e intensas geadas durante o ano de 2021, provocando assim uma quebra precoce na colheita das lavouras.
Com isso, a oferta do biocombustível ficou comprometida nos últimos meses da safra, tendo como consequência um movimento de alta nos preços do etanol vendido.
Desde novembro/21, quando encerrou a safra de cana, até abril/22, com o início do novo ciclo canavieiro, os preços do etanol entraram numa escalada que provocou recordes históricos para o biocombustível.
O levantamento concluiu que a demanda por combustíveis no Brasil ao longo do primeiro semestre deste ano se mostrou expressivamente aquecida, com o volume agregado de vendas alcançando 68,2 milhões de m³, maior valor dos últimos 6 anos para o período.
Quando comparado com o primeiro semestre de 2021, houve aumento de 2,51% do indicador, com a gasolina marcando a maior variação positiva, em termos quantitativos, do consumo, indo de 17,80 milhões de m³ para 19,72 milhões de m³.
De acordo com Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias, foi registrado no Brasil aumento de 9,4% no fluxo total de veículos nas praças pedagiadas. Paralelo a isso, a melhora de alguns índices econômicos também explica a expansão do consumo, principalmente para o diesel.
Para o segundo semestre, as perspectivas seguem de uma demanda sustentada. A redução dos preços dos energéticos no mercado internacional, a perspectiva de crescimento do PIB brasileiro para os próximos trimestres do ano e a melhora na renda do consumidor seguem como os principais contribuidores dessa visão.
Mas, analistas alertam ainda para a possibilidade de uma desaceleração da economia global, conforme deterioração de alguns indicadores econômicos nos EUA, Europa e Ásia, como também as dificuldades logísticas advindas com a guerra no Leste Europeu, podem servir de barreira à continuidade de um consumo aquecido.
Fonte: CNN