Em tempos de crise, combustível pode ser alternativa de economia. Especialista explica vantagens e desvantagens.
Em tempos de crise econômica, poupar dinheiro e se preocupar com a relação custo-benefício têm feito, cada vez mais, parte do cotidiano dos motoristas, principalmente na hora de escolher um carro ou a cada ida ao posto de combustível. O Gás Natural Veicular (GNV) tem sido uma alternativa de economia. Além de ser mais barato, render mais e ter um consumo menor do que o álcool e a gasolina, o GNV gera um baixo índice de poluentes atmosféricos em comparação aos combustíveis fósseis. Mesmo com tantas vantagens, por que será que tanta gente ainda olha desconfiado para o combustível?
Embora a Petrobrás produza grande quantidade de gás natural, o consumo tem aumentado tanto nos últimos anos, que o Brasil necessita importar da Bolívia. A Fiat é uma das empresas que já corroboram com o uso do GNV. Um exemplo é a versão Tetrafuel do Fiat Siena, popular entre os taxistas, que sai de fábrica com o kit de gás natural instalado.
Para o consumidor de gás natural no veículo, o vigilante Jonas da Costa, a maior é a economia. “Além do metro cúbico ser mais barato que o litro da gasolina, o gás rende mais do que a gasolina. Faço 15 km com um m3, enquanto com a gasolina, só 8 km”.
Mecânica
A principal diferença entre um carro com gás e outro com combustível líquido é uma pequena redução na potência, por causa da quantidade de ar no momento da combustão. Além de aumentar também a facilidade da partida a frio do motor.
Contudo, existe ainda o outro lado da moeda. Para o engenheiro mecânico, Tomás Santos, os malefícios do uso do GNV podem ser um divisor de águas na hora da escolha. “A maioria dos carros já sai de fábrica pronta para um tipo de combustível, a mudança e a instalação mal sucedida pode acarretar uma série de problemas para o veículo, como a elevação da temperatura do motor”, explica Santos. E nos carros com motor 1.0, por exemplo, a situação é mais delicada. “Não haverá espaço de cilindros suficientes para poder queimar o combustível e utilizar o melhor rendimento do motor”, conclui o especialista.
Resolução
A rede de distribuição ainda é pouco eficiente, com raros postos de combustíveis nas estradas ou mesmo nas cidades, o que faz o preço oscilar bastante. Os postos revendedores de GNV têm que informar de maneira clara ao consumidor a pressão máxima de abastecimento de veículos que utilizam esse combustível. O valor máximo da pressão de 220kgf/cm² tem que ser fixado na bomba, para evitar que o consumidor seja induzido a erro pelos postos que anunciam vantagens num abastecimento com pressão superior a este limite.
Essa determinação consta na lei (Resolução ANP) publicada no Diário Oficial da União em dezembro de 2006. As medidas têm como objetivo aumentar a segurança do consumidor que utiliza o GNV como combustível, evitando que alguns postos utilizem como estratégia de marketing a existência de pressões superiores, que colocam em risco a integridade do consumidor e do veículo.
O gás natural permite reduzir em até 60% os gastos e o proprietário mantém a alternativa de usar o combustível original. Além disso, reduz o número de paradas para manutenção. Isso porque é um combustível seco e, por isso, não dilui o óleo lubrificante no motor. Sem falar na diminuição da frequência na troca do escapamento do veículo, pois a queima do gás natural não provoca formação de compostos de enxofre, diminuindo a corrosão.
O gás é armazenado no veículo em cilindros que possuem ainda uma chave para troca de combustível. O custo do kit oscila entre R$ 2.000 e R$ 2.500. A instalação do cilindro no porta-malas do carro ocupa um espaço extra e o condutor precisa se adaptar a nova realidade.
Benefícios:
– Redução nos gastos com combustível (60% em média);
– Prolongamento da vida do motor;
– Maior intervalo na troca das velas, óleo lubrificante e tubos de escapamento.
Rendimento
Etanol 7 km/l
Gasolina 10 km/l
GNV 14 km/m3
Consumo mensal
Etanol 143 l
Gasolina 100 l
GNV 71 m3
Fonte: ANP