Economia pode chegar a 50%, apesar da oferta restrita a poucos postos 

Apesar de ainda poucos postos ofertarem o GNV (Gás Natural Veicular) em suas bombas, o combustível continua sendo uma das melhores opções para abastecimento, com grande procura e até filas sendo formadas para garantir uma economia de até 50% no fim do mês, garantem os proprietários de veículos já convertidos a esse tipo de combustão.

Um deles é George Luiz Vieira, que usa o GNV há 20 anos. “Opto pelo gás desde 1999, bem quando começou. Eu ainda morava em São Paulo”, explica o motorista, enquanto abastecia seu carro na rua João Rosa Pires. Ele afirma que seu carro, um Renaut Logan, foi comprado sem a conversão, mas que ele a fez há dois anos.

Compensa muito usar o GNV e por isso fiz a adaptação. Consigo economizar até 40% hoje em dia. Lá no início, quando o gás veicular começou no Brasil, a economia chegava a até 70%”, explica George, um dos vários clientes que abasteciam no posto.

Outro que também aproveita o melhor custo benefício do GNV foi Heric Nantes, que trabalha como motorista de aplicativo há sete meses e converteu o carro dele, um Hyundai HB20, há apenas dois. De lá pra cá, ele sentiu bastante diferença.

“Abasteço uma vez ao dia e consegui aumentar bastante o que consigo tirar por dia”, frisa Heric, revelando ainda o valor de R$ 100 a mais. “Melhor coisa que fiz, me arrependo de não ter feito antes”, completa o motorista.

Já o frentista Francisco Rodrigues afirma que o movimento de veículos para abastecer com GNV segue a um bom tempo estável onde trabalha, o Posto Pegoraro. “Aqui sempre sai mais o GNV. Acredito que venham cerca de 140 carros por dia, as vezes até mais. Tem muito motorista de aplicativo e taxista vindo também”, explica.

Outro frentista, do posto Alloy, frisa que o movimento é sempre constante e alto no local para abastecimento com o gás natural. “Tem dia que no finzinho da tarde chega a fazer fila, mas vem bastante gente em outros horários também”, finaliza.

Mesmo com o baixo preço, o GNV tem um custo ainda considerado alto para ser instalado, incluindo o preço do kit de conversão e as taxas cobradas pelo Governo do Estado, através do Detran (Departamento Estadual de Trânsito), incluindo vistorias anuais.

Levantamento feito pelo Jornal Midiamax no ano passado indicava que o valor para instalar o GNV legalmente em Campo Grande ficava na casa dos R$ 5,2 mil. Os custos, que poderiam ser desonerados pelo Governo, levam alguns a aderir a clandestinidade.

Com o desenvolvimento de novas tecnologias, a questão relativa a perda de potencia do motor também ficou para trás. Atualmente, um kit de quinta geração tem redução ínfima, além de trazer menor custo de manutenção do carro.

Já nas bombas, o valor do GNV, vendido por metro cúbico, compensa diante dos outros combustíveis, como gasolina e etanol. Conforme pesquisa da ANP (Agência Nacional de Petróleo), o preço médio do GNV entre os dias 5 e 6 de novembro em Campo Grande foi de R$ 3,012, sendo possível encontrar o combustível por até R$ 2,94.

“Faz dois anos que uso e já comprei ele assim. Compensa por que gasto metade do que gastava com gasolina”, conta Luciano Mota, assim como João Vitor Souza, que também já comprou o carro, um Fiat Siena, convertido.

“Ele é o único modelo que já vem com GNV de fábrica. O tenho faz oito meses. Eu tinha um Celta 1.0, gastava por semana R$ 150. Agora, com esse carro que é 1.4, gasto R$ 90 por semana, e uso o ar condicionado sempre, o que não fazia antes”, diz.

Possibilidade de desabastecimento

Mesmo sendo considerada remota pelo Governo do Estado, em especial a MSGás, estatal responsável pela distribuição do gás em Mato Grosso do Sul, a possibilidade de desabastecimento do GNV é visto como um problema pelos consumidores.

Se houver desabastecimento e ficar mais caro ou não houver mais nas bombas, o impacto seria grande. É só ver o quanto economizo em uma semana e quando dá no mês. Mudaria o orçamento, seria obrigado a usar a gasolina”, opina João, que segue linha parecida a de George. “Com certeza traria um impacto grande no meu orçamento”, frisa.

A crise política na Bolívia, que culminou na renúncia do presidente Evo Morales, mantém o país em grande instabilidade administrativa, com os departamentos responsáveis por negociar e fechar contratos inativos durante esse período.

O diretor-presidente da MSGás, Rudel Trindade, aponta que o risco é mínimo, já que o abastecimento segue normalizado, inclusive com aumento de demanda recente sendo suprida sem maiores problemas. Dois terços do PIB (Produto Interno Bruto) boliviano envolvem justamente o comércio do gás natural.

Por ora, o temor envolve apenas os contratos ainda a serem fechados, já que Mato Grosso do Sul tem empreendimentos futuros que dependem da energia oriunda do gás natural, como é o caso da usina de fertilizantes UFN-3, a ser adquirida em breve pela russa Acron.

Com perspectiva de consumir até 2,26 milhões de metros cúbicos de gás, a ativação da empresa em Três Lagoas deve render, só em arrecadação com ICMS, por volta de R$ 9,2 milhões. Outros empreendimentos semelhantes, como a termelétrica em Ladário, que deve demorar alguns anos ainda para ser ativada, deve render índice semelhante.

Fonte: https://www.midiamax.com.br/

 

 

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