Provavelmente, você está tendo perdas no transporte de combustível no trajeto da base de sua distribuidora, até o seu posto ou a sua garagem
Não é incomum acharmos pneus deitados ou baldes soldados em pé no fundo dos tanques dos caminhões que transportam combustíveis, que por causa das chapas quebra ondas, você não enxerga de cima do tanque, mas que se enchem com combustíveis ao serem carregados.
O Caminhão depois de descarregar na sua empresa, no caminho de volta, vai a algum lugar e com ajuda de uma bomba, suga este volume.
Descarregar o combustível em uma superfície irregular e não plana, também leva o caminhão a não descarregar todo o volume e certifique se que a saída dos tanques para as mangueiras, estejam no ponto mais baixo do terreno e niveladas.
Não pense que os lacres numerados dos caminhões dão a certeza de que o combustível não foi adulterado ou roubado, com ajuda de um secador de cabelo, é possível retirar o lacre, retirar um bom volume e completar o nível com outro produto mais barato e colocar o lacre novamente, no caso do diesel, solventes e outros produtos químicos são os mais utilizados, na gasolina se usa normalmente o etanol ou metanol e no etanol, água.
A análise da qualidade do combustível, ao receber, mesmo que não seja na hora, é importantíssimo. Teor de água e densidade deve se fazer antes de descarregar, e no diesel ponto de fulgor é fácil de fazer e pega a maior parte das adulterações. Não é incomum, estas quadrilhas se associarem com alguns funcionários dos postos ou das empresas consumidoras, responsáveis pelo recebimento, para roubarem com mais facilidade.
Um desvio de 1%, é quase imperceptível e dá por mês, em alguns casos, algumas vezes o salário do encarregado deste recebimento, é muita tentação.
Existe também dispositivos que após o fiscal conferir o nível do produto, passa uma parte do produto que está sendo descarregado para outros tanques de combustíveis do próprio caminhão ou para outro compartimento já esvaziado e “fechado”, por isto é importante que todos os compartimentos do caminhão sejam abertos e inspecionados antes de liberar a saída do caminhão.
Também é recomendado que o recebedor exija o certificado do INMETRO, da calibração dos compartimentos dos tanques, pode ser que no compartimento não caiba todo o volume da nota, não se baseie só no que está pintado perto do bocal d cada tanque.
Uma empresa que consome 500.000 litros por mês de diesel, perdendo 1% com estes problemas, está perdendo mais de R$ 15.000,00 por mês.
Outro ponto a ser considerado, é que segundo a legislação Brasileira, os postos e grandes consumidores não tem os volumes ajustados ao serem faturados para 20°celsius e assim, um consumidor que recebe seu combustível em carretas de 40.000 litros , na seta mas a uma temperatura de 30°celsius, por exemplo, está recebendo 320 litros a menos do que um que recebe a 20°, tente agendar os recebimentos para as primeiras horas do dia.
A solução pode ser instalar uma balança de caminhões na empresa e pesar o caminhão na entrada e saída e a diferença dividir pela densidade do óleo diesel, explicitada na nota fiscal, que fica ao redor de 0,850 e outra definitiva é parar de despejar o combustível diretamente no tanque, instalar um medidor de vazão no circuito e integrar este medidor ao sistema de controle eletrônico, ERP, de sua empresa, tanto nos postos quanto nas empresas.
Com isto, até a eventual conivência do recebedor acaba.
Também é prudente, aqueles que consomem diesel S10, reter sempre uma amostra testemunha e de vez em quando pedir para o seu fornecedor avaliar o teor de enxofre do diesel, você pode está pagando pelo S10 e recebendo às vezes S 500, ou uma mistura dos dois e seu motor se deteriorando lentamente sem você notar ou atribuir o problema a outras causas.
No campo do consumo, para as empresas, também existem boas possibilidades de economia. Um motor diesel moderno, é capaz de consumir cerca de 190 gramas de diesel, por cada KW , por hora funcionando a 1.400 RPMs. Um motor de 250 HPs, teoricamente deve consumir 35 kgs de óleo diesel por hora ou 41 litros por hora. Em kms por litro, vai depender do regime de trânsito e da velocidade, indo desde 2,57 kms por litro para um ônibus urbano no rio de janeiro, sem ar condicionado até 4kms/litro em um ônibus rodoviário.
Um ponto pouco utilizado pelas empresas é o treinamento/motivação de seus motoristas, já que a forma de guiar influência sobre maneira o consumo. Outro ponto relevante, pode ser o uso de aditivo no diesel que corrijam eventuais pontos, apesar de muitas vezes esta prática seja considerada desnecessária.
Sabemos que a redução do teor de enxofre do diesel comprometeu a lubricidade do combustível e em alguns casos, o uso de um agente de lubricidade pode ajudar a não só melhorar o consumo, como proteção da bomba. Uso de aumentadores do número de cetano, pode ser recomendado em alguns casos, como também o uso de aditivos que separam a água formada pela condensação do ar nos tanques de armazenagem, ser recomendado.
Entretanto, a melhor prática é um rígido controle, avaliando:
- Como está o preço que eu estou pagando em relação às outras opções ?
- O preço com que eu fecho o pedido é igual ao que consta da nota ?
- Qual o critério de precificação utilizado pelo meu fornecedor ?
- A quantidade pela qual estou pagando, é a mesma que chega ao meu tanque ?
- O consumo em KMs/litro da minha frota é compatível com o consumo de outras empresas com outras empresas na mesma situação ?
- Eu tenho índices de controle de consumo, como por exemplo litros gastos para cada 100 passageiros transportados ou toneladas ?
Fonte: Luiz Henrique Sanches – Diretor da LHS Consultoria e Treinamento em Petróleo.
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