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A retomada do setor do petróleo vai ser ótima se, além de abrir tantas vagas de trabalho, ajudar a baratear os combustíveis. Na semana passada, houve protestos em Goiânia contra o que os consumidores consideram um abuso – inclusive com a suspeita de combinação de preços entre postos. A média de preços por lá é uma das mais altas do Brasil. Mas, em outras cidades, um olhar atento às bombas também pode provocar sustos.

O posto, o frentista e a bomba de combustível. Tudo muito parecido em qualquer lugar. Menos o preço. Muita diferença. É verdade. E você sabe onde o brasileiro anda pagando mais pela gasolina?
A ANP, Agência Nacional do Petróleo, pesquisa os preços toda semana. Entre os dias 12 e 18 deste mês de novembro, quem pagou pela gasolina mais cara do país foram os moradores de Rio Branco, no Acre, seguidos pelos goianos, que andaram até protestando, e, em terceiro, os cariocas.

Aliás, a terceira casa depois da vírgula dizem que é para aumentar a concorrência e não ter aquela arredondada para cima. Mas, voltando ao preço, você sabe por que tanta diferença?
O professor de economia Alfredo Renault, da PUC-Rio, lista alguns dos principais motivos para essa diferença.

“O tributo, que é estadual, o ICMS, que é diferente de estado para estado; nós temos a adição de álcool, que é obrigatória e que tem preço diferenciado em função de centros produtores, fretes etc. E temos também uma questão fundamental, que é a questão da concorrência em cada local”.

Dentro de uma mesma cidade, os preços também variam bastante, a gente está até mais acostumada a perceber. Mas nem sempre o quanto. Em São Paulo, a diferença entre o posto mais caro e o mais barato chega a 27%; no Rio de Janeiro, 20%.

Entre os postos pesquisados pela ANP, na capital paulista, paga mais caro quem abastece num posto que fica no Parque Anhanguera, na Zona Norte. Dali para chegar ao mais barato, tem que rodar pelo menos 24 quilômetros e abastecer num posto que fica na Vila Firmiano, na Zona Sul da cidade.

No Rio, o mais caro e o mais barato estão a quase 29 quilômetros de distância: no bairro do Flamengo, na Zona Sul, o litro sai a R$ 4,784; em Vila Valqueire, na Zona Oeste, o motorista paga R$ 3,979.
O professor de economia diz que custos com o imóvel, dependendo da localização, e funcionários explicam em parte, mas ele afirma que a falta de concorrência é a maior inimiga do bolso do motorista.

“A sociedade tem que estar alerta a qualquer abuso e prática que seja predatória em relação à concorrência. Existem centros urbanos onde a área ficou tão cara que poucos postos sobraram. Então, a concorrência em determinadas regiões é muito baixa”.

A saída é rodar atrás do melhor preço ou fazer como o cabeleireiro Fabio Paiva: ele radicalizou.

“Eu não ando, esse carro tem seis mil rodados. Eu fico mais parado do que ando. Na maioria das vezes eu vou a pé, não dá, não”, diz ele rindo.

FONTE: Jornal Nacional

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