O crime foi registrado por imagens de segurança do posto

O prejuízo é de R$ 61.540,69 baseado no preço dos combustíveis comercializados no posto. Foram 5.126 litros de S500 e 4.585 litros de S10.

Câmeras de segurança flagraram três frentistas do Posto Araguaia em Barra do Garças, furtando mais de 9 mil litros de óleo diesel S10 e S500 para vender abaixo do preço de mercado.

Os suspeitos identificados como ‘R’, ‘C’ e ‘R’, segundo a polícia, usavam uma mangueira que conectavam a uma torneira de drenagem de limpeza de filtro e levavam essa mangueira até um antigo depósito de troca de óleo que estava desativado, próximo ao filtro. Lá havia vários galões que eram enchidos e eram retirados em veículos.

Segundo o termo de declaração confeccionado na Polícia Civil, as imagens da câmera de segurança, além de flagrarem toda a movimentação, também flagraram os carros que realizavam a retirada do combustível furtado.

Os frentistas fechavam o caixa do dia com comprovantes de pagamentos em cartões falsificados e ficavam com os valores pagos em dinheiro.

A cada plantão, o lucro era de aproximadamente R$ 3 mil, de acordo com as investigações.

O esquema foi descoberto por meio de uma carta anônima.

Quatro veículos foram identificados, sendo que um deles, dias atrás, estava sendo dirigido pela esposa de um dos suspeitos. Acredita-se que as filmagens possam mostrar os receptadores do furto no momento da retirada.

Os suspeitos foram chamados pelo chefe de pista e pelo gerente do estabelecimento no escritório administrativo, onde as imagens foram mostradas e eles acabaram confessando o delito.

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Um mês de furto

Pela quantidade retirada a vítima que denunciou o delito acredita que o furto teve início em dezembro de 2022, na mesma época em que o gerente do posto estava indo com menos frequência devido a um acidente que sofrera. Por conta da superlotação de memória, o sistema de segurança vai excluindo as imagens, então apenas as mais recentes aparecem no armazenamento.

Os três suspeitos trabalhavam no mesmo turno e faziam as retiradas após o horário de trabalho do chefe de pista, na parte da noite. O boletim de ocorrência foi registrado na terça-feira (14/2) na Polícia Judiciária Civil.

Como evitar furto de combustível

Medidas simples durante o recebimento do produto podem amenizar os prejuízos.E com isso, surge o questionamento: é possível ao revendedor se resguardar desse crime?

No jornal Super do dia 23 de julho, foi publicada uma notícia sobre a descoberta do furto de combustível em um posto de Contagem, no bairro Kennedy. A cada 15 mil litros de combustível que deveriam ser descarregados no reservatório do posto, cerca de 200 litros ficavam no caminhão-tanque, depositados em um compartimento secreto.

Na ocasião o gerente do posto acionou a Polícia Militar, que fez a vistoria no veículo e comprovou o furto: foi aberta uma escotilha do tanque e comprovada a existência de gaiolas, parecidas com latas grandes de tinta, cheias de combustível.

O prejuízo foi de quase R$ 4 mil, o equivalente a cerca de 2.100 litros de combustível, nos últimos dois meses, período que o gerente resolveu investigar, ao perceber que o reservatório não ficava completo após o abastecimento.

O motorista do caminhão não revelou o que fazia com o combustível furtado, mas um outro motorista confessou que o produto era vendido para oficinas, lava a jatos e borracharias que fazem revenda clandestina.

Os meios mais comuns de furto, e já conhecidos pelos revendedores, são os “chiqueirinhos” – compartimentos construídos dentro do tanque para retenção de combustível –, mas existem outras formas que, inclusive, estão sendo investigadas. T

Mas o próprio revendedor também pode se resguardar dos furtos, tomando algumas atitudes simples, como, por exemplo, verificar a seta que indica a capacidade nominal de carga do tanque do caminhão no momento da descarga da mercadoria no posto.

Essa seta é inserida pelo Ipem após verificação e certificação do tanque, que chega vazio e descontaminado, e é submetido a medidores volumétricos calibrados, que indicam sua capacidade.

A verificação da seta deve ser feita pelo posto porque, quando o caminhão-tanque vai à distribuidora, é carregado de acordo com aquela referência. Em seguida, tem a tampa fechada (abastecimento) e recebe um lacre da distribuidora, que será aberto apenas pelo proprietário ou funcionário do posto.

Então, qualquer sinal de alteração é suspeito. É preciso ter atenção quando se abre o lacre, verificar o nível. O proprietário do posto é o aliado da fiscalização e de si próprio

Para não haver equívocos, ele lembra a expansão de volume de combustível, entre a entrega na distribuidora e o recebimento no posto. Ao abastecer na distribuidora, a temperatura deve ser informada em documento próprio. Quando é carregado com uma temperatura ambiente de 24% e descarregado com temperatura ambiente de 38%, acontece o aumento de volume, sem alteração de massa.

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Essa informação deve estar no documento emitido pela distribuidora e entregue ao transportador: é uma tabela com o coeficiente de correção com relação à temperatura, informando a posição da Seta/Ipem em relação à temperatura no momento do carregamento, em graus centígrados.

Quando existe a suspeita de furto do combustível por adulteração, retenção ou qualquer outro meio no caminhão-transportador, ou é notado o rompimento do lacre ou a existência de elemento estranho dentro do tanque, o primeiro passo é comunicar à Polícia Militar.

Esta irá apreender o veículo e conduzi-lo até a delegacia de Polícia Civil, que, por último, irá encaminhá-lo ao Ipem.

“Não são muitos os casos de desvio, mas quando acontece o prejuízo é grande. Portanto, vale a lógica ‘confia, mas confere”.

Sistema de medição e monitoramento evita o furto

Com o sistema de medição e monitoramento são gerados relatórios precisos, em tempo real, que alertam qualquer perda súbita de combustível no tanque do posto.

É importante ressaltar que essas possíveis variações entre todo processo, do combustível comprado ao que foi efetivamente vendido, por determinações da (ABNT), não pode exceder 0,6%. É a chamada reconciliação de inventário.

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