Em meio aos desafios diários enfrentados pelos frentistas, uma pergunta ecoa no cenário urbano: por que esses trabalhadores incansáveis são frequentemente vítimas de violência nos postos de gasolina?
A indagação, proferida pelo presidente do Sinpospetro, Lairson Sena, reverbera como um alerta urgente que exige nossa atenção e ação imediata.
Uma possível explicação surge no horizonte, ainda que como mera hipótese. Poderiam os motoristas, frustrados com os altos preços dos combustíveis, erroneamente canalizar sua raiva em direção aos frentistas assalariados? Esta questão demanda uma investigação mais aprofundada para esclarecer as origens dessa violência crescente.
A realidade em Curitiba é alarmante. Frentistas clamam por ajuda diante do aumento das agressões em seus locais de trabalho, os postos de gasolina. Um caso recente, ocorrido em 10 de fevereiro, chama a atenção pela sua violência e assédio. Edilson da Silva, trabalhador do Posto Tio Zico III, no Bairro do Boqueirão, foi vítima de agressão, despertando a indignação do Sinpospetro.
Lairson Sena, presidente do Sindicato dos Frentistas de Curitiba, não hesitou em repudiar veementemente o ato de agressão a Edilson da Silva. O Sinpospetro já tomou medidas jurídicas e planeja uma campanha de conscientização para exigir respeito e dignidade aos frentistas nos postos de combustíveis.
Em conjunto, o Paranapetro, entidade representativa da revenda de combustíveis, se junta ao coro de repúdio, comprometendo-se a buscar providências e dar suporte aos trabalhadores afetados.
É imperativo reconhecer o papel crucial desempenhado pelos frentistas na sociedade. Esses profissionais prestam um serviço essencial, mantendo os veículos e a cidade em movimento. Em vez de serem alvos de agressões, merecem respeito e segurança em seus locais de trabalho.
Diante desse cenário alarmante de violência nos postos de gasolina, instamos a sociedade a refletir sobre a importância de zelar pela segurança e dignidade dos frentistas. A violência não é a resposta para as frustrações enfrentadas pelos motoristas. É hora de unir esforços, exigir medidas concretas das autoridades e promover uma cultura de respeito nos postos de combustíveis.
Nos últimos meses, registramos 12 casos de agressões a trabalhadores em postos de combustíveis na capital paranaense, a maioria das agressões foram motivadas por racismo, assédio moral e agressões verbais — com insultos humilhantes e palavras de baixo calão. Infelizmente, uma realidade. É preciso pôr um fim às agressões nos locais de trabalho. Mais uma vez, reafirmo que a categoria frentista merece respeito e desenvolve um trabalho essencial de utilidade pública.
Vamos seguir exigindo o fim da violência e demandando por Justiça, mas como sabemos, a praga do racismo e do machismo requer a formação de consciência e a promoção de novas condutas.
Dentre os objetivos da audiência pública, temos a expectativa de iniciarmos uma discussão para uma política pública de proteção e segurança aos frentistas em seus locais de trabalho, uma campanha de conscientização da população sobre o respeito aos frentistas e a necessidade de punição rigorosa dos agressores.
Frentista desmaia após levar soco de cliente em posto de combustíveis
Desta vez, um frentista desmaiou após ser agredido por um cliente. O caso aconteceu no dia 10 de fevereiro, no bairro Boqueirão, e foi divulgado nesta quarta-feira (28).
Imagens gravadas por uma câmera de segurança mostram que o cliente abraça o frentista e o homem reclama. O cliente vai à loja de conveniências e, ao voltar para a parte externa, vai até o frentista para entregar a comanda do pagamento e dá um soco no trabalhador, que cai no chão e fica desacordado. Na sequência, ele vai tranquilamente até o próprio carro, onde estavam uma mulher e uma criança, e vai embora do posto.
Em entrevista à RPC, o frentista, que prefere não ser identificado, disse que quando foi abraçado reclamou do homem e acredita que esse foi o motivo da agressão. O frentista foi atingido no queixo e conta que, quando caiu, desmaiou porque bateu a cabeça no chão. Ele também conta que ficou dois dias internado em um hospital devido aos ferimentos.
Nesta quinta-feira (29), o trabalhador fez um exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) e, segundo ele, o laudo apontou que ele sofreu uma fratura.
Cliente ameaça frentista com facão no PR: “arranco sua cabeça fora”
Mulher estacionou carro em frente a bomba de combustível e funcionário do posto pediu para ela retirar o veículo
Um jovem de 20 anos que trabalha como frentista de um posto de combustíveis foi ameaçado com um facão por uma cliente do estabelecimento em Curitiba, no Paraná. O fato lamentável foi registrado por uma câmera de segurança.
Segundo reportagem do G1, a vítima identificada como Lorran Lopes da Costa, relatou que a confusão começou logo que a cliente chegou ao posto. Segundo ele, ela estacionou em frente a uma bomba de combustíveis que estava com defeito. Com isso, ele pediu para ela mudar de lugar e estacionar o veículo em uma bomba que estava funcionando, porém a cliente recusou.
Em seguida, conforme o frentista, a mulher pediu um valor de gasolina para ele, mas pagou um valor menor na loja de conveniência. Nas imagens é possível observar que a mulher paga o abastecimento, vai até Lorran e diz algo para ele. Em seguida, ela vai até o carro e busca o facão.
Com a arma branca na mão, ela passa a ameaçar o frentista e quase encosta o facão no pescoço dele. “Ela falou: ‘Olha o que eu tenho dentro do meu carro para vagabundo que nem você. Você acha que eu tenho medo de você? Eu faço a sua cabeça rolar pelo chão, eu arranco sua cabeça fora’“, relembra o jovem.
Uma funcionária corre, enquanto outros clientes assistem à cena. Um homem sai de dentro da loja de conveniência e tenta encerrar a discussão. Lorran se afasta e a mulher, com o facão em mãos, fala com outros funcionários. Depois, ela entra no veículo e vai embora.
O jovem, que trabalha no local há 7 meses no estabelecimento, se sentiu humilhado. “O que mais me doeu mesmo foram as palavras dela, porque eu não sou lixo, nem vagabundo. Liso eu posso até ser, mas eu pago minhas contas. Às vezes não me sobra nada, para fazer um lanche, fazer alguma coisa, mas a gente está trabalhando honestamente. Ser insultado, ser humilhado, a gente não esquece”, disse.
O frentista registrou um Boletim de Ocorrência (B.O) e deseja que a polícia investigue o caso. Até o fechamento desta reportagem, o nome da mulher não havia sido divulgado.
Repúdio
Após a divulgação das imagens, os sindicatos que representam os postos e os trabalhadores divulgaram uma nota conjunta de repúdio. Confira na íntegra:
Nota conjunta de repúdio Sinpospetro e Paranapetro
Diante do novo caso de agressão à frentista ocorrido neste final de semana, o Sindicato dos Frentistas de Curitiba e o Paranapetro, entidade que representa a revenda de combustíveis, vêm a público repudiar este e qualquer outro ato de violência e desrespeito.
Os profissionais do segmento prestam um importante e fundamental serviço para a sociedade, e devem ser respeitados.
Infelizmente este é mais um caso de violência no segmento, a partir do qual as duas entidades reforçam que estão comprometidas em pedir providências às autoridades e dar suporte aos trabalhadores.
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