Amostra-testemunha nunca será perda de tempo.Quinze minutos é o tempo que o revendedor ou um funcionário experiente leva para fazer a coleta e os testes que vão resultar na amostra-testemunha.

A partir do dia 19 de fevereiro, as companhias distribuidoras terão que fornecer ao posto o envelope de segurança e o frasco para coleta da amostra-testemunha. A medida facilitará muito o dia a dia do revendedor que adota o teste de qualidade como garantia do produto vendido. O número do envelope de segurança da amostra deverá, inclusive, ser indicado na documentação fiscal referente ao produto.

Assim, mesmo com a edição da nova Resolução 44, da ANP, publicada no Diário Oficial da União de 20 de novembro do ano passado, que mantém como facultativa a coleta e guarda do combustível entregue pelas distribuidoras, Postos & Serviços traz um passo a passo completo para que os associados incluam a rotina dos testes no Ano-Novo.

Lembre-se que a não apresentação das amostras-testemunha em uma eventual fiscalização transferirá para o revendedor varejista a responsabilidade exclusiva pela qualidade do combustível. “Mesmo que a adulteração ou não conformidade tenha ocorrido nas mãos da distribuidora, será o posto o único culpado”, explica José Camargo Hernandes, presidente do Resan.

O processo de teste e coleta do produto como garantia da idoneidade do posto ganhou ainda mais fidelidade.  Isso porque o formulário existente na parte externa do envelope de segurança da amostra-testemunha também será preenchido com o nome e a assinatura do responsável pelo fornecimento (funcionário da companhia). “Muitos de nós trabalham com uma única distribuidora há anos e são fiéis às marcas. Mas, lembre-se que a não conformidade não é necessariamente uma fraude. Aliás, esses casos são exceção. Há casos de erros derivados de falha humana. Por trás de toda tecnologia há pessoas operando equipamentos e são elas que podem cometer erros que, se constatados pelos fiscais, podem resultar no fechamento do posto”. Nesses casos, a amostra é a garantia de que o posto não foi responsável pela existência de maior quantidade de álcool na gasolina, por exemplo.

O que observar

1- As amostras-testemunhas deverão ser coletadas na presença do distribuidor, ou preposto, de cada compartimento do caminhão-tanque, devendo todos os envolvidos no procedimento assinar o formulário impresso na parte externa do envelope de segurança da amostra-testemunha.

2- Os resultados das análises da qualidade deverão ser anotados no formulário denominado Registro de Análise da Qualidade (RAQ).

3- O revendedor poderá não efetuar a análise dos combustíveis recebidos. Dessa forma, o RAQ deverá, obrigatoriamente, ser preenchido com os dados enviados pela companhia, assumindo o revendedor a responsabilidade dos dados da qualidade do produto.

4- No caso de recebimento de gasolina em que o posto tenha optado pela não realização da análise, ele deverá usar a informação dada pela distribuidora sobre o teor de álcool etílico anidro combustível – AEAC contido na gasolina de modo que possa ser transcrito no RAQ.

5- O posto deve manter, obrigatoriamente, os relatórios do RAQ correspondentes ao recebimento de combustível dos últimos seis meses.

6- Em caso de não conformidade, o posto deve negar o recebimento do produto e comunicar o fato ao Centro de Relações com o Consumidor da ANP, no prazo máximo de 24 (vinte e quatro) horas. Serão pedidos pela Agência o tipo de combustível, a data da ocorrência, o número e data de emissão da Nota Fiscal e o CNPJ da companhia emitente da nota.

 TODO CUIDADO É POUCO

Depois de verificado se os compartimentos de entrada e saída, bocais de entrada ou escotilha superior e válvulas dos bocais de descarga do caminhão-tanque estão devidamente lacrados, faça a conferência da numeração dos lacres. Só então o funcionário responsável pelo recebimento do produto deve coletar a amostra de dentro do tanque. A resolução determina que o procedimento seja feito pelo funcionário da companhia (motorista) na presença do representante do posto. Para analisar o combustível, a ANP determina a retirada de, aproximadamente, 10 litros do produto em balde apropriado e limpo.

GASOLINA

ASPECTO VISUAL

Colete um litro de amostra da gasolina na proveta de 1.000 ml (1 litro), colocando-a em uma superfície plana, protegida do sol e correntes de ar, observando se o produto está límpido e isento de material em suspensão.

 TEOR DE ÁLCOOL

1 Numa proveta de 100 ml com rolha de vidro esmerilhada (graduada com divisões de 1 ml) coloque 50 ml de gasolina e mais 50 ml de água destilada (solução de água com 100 gramas de sal por litro). Utilize superfície plana para verificar o nível exato dos produtos. Qualquer mililitro a mais irá alterar o resultado final.

2 Vede o frasco.

3 Em movimentos leves, movimente a proveta seguidas vezes de cabeça para baixo (repetir por pelo menos 10 vezes), para misturar as fases.

4 Depois deixa descansar por 15 minutos ou até a separação completa das duas camadas. A primeira coisa que será observada é se a gasolina vai para a parte superior da proveta e a solução para baixo.

5 O volume referente à parte incolor da mistura vai aumentar. É que o álcool que estava na gasolina será diluído na solução de aquosa. A diferença entre a quantidade inicial de água e o resultado final indica a quantidade de álcool na mistura. Atualmente, a gasolina C possui 25% de etanol, sendo que a margem de erro é de 1% para mais ou para menos.

6 Nesse teste, a parte que contém a água e o etanol atingiu 62 ml. A diferença entre a quantidade inicial de álcool é de 12 ml, que deve ser multiplicado por 2 e acrescido de +1.

RESULTADO

24% +1 = 25% de etanol anidro misturado à gasolina. Como a especificação atual da ANP permite uma mistura entre 24% e 26%, o produto está aprovado.

PASSO A PASSO

1) Volume Inicial de gasolina foi de 50 ml.

2) Volume Inicial de água foi de 50 ml.

3) Volume final da mistura da água mais o álcool anidro vai ser de 62 ml a 63 ml

4) Volume final da Gasolina vai ser de 37 ml a 38 ml.

5) Diferença entre o volume inicial e o final de água vai ser de mais 12 ml a 13 ml.

6) Multiplicando a diferença por 2, obteremos resultado entre 24 e 26 ml de álcool, atual especificação permitida (25% + ou – 1% de anidro na mistura).

Além das duas provetas de um litro cada e de uma terceira de 100 ml, tenha densímetros para óleos minerais de 0,700 a 0,750 ou 0,750 a 0,800 e um termômetro de 0 a 50º C. A água destilada deve ficar num frasco com

conta-gotas para facilitar a adição exata do produto.

DENSIDADE

RELATIVA

1 Coloque o densímetro na proveta, até que ele flutue livremente, sem encostar nas paredes. A leitura é feita sem retirá-lo do interior do recipiente e do contato com o produto.

2 Coloque o termômetro na gasolina de modo que o mercúrio fique totalmente imerso no produto, deixando-o em contato por 2 minutos.

3 Nesse teste, os resultados foram de 0,737 para densidade e 26º C para a temperatura.

Exemplo: Com a densidade a 0,737 e temperatura de 26º C anotadas na planilha, o próximo passo será fazer a conversão a 20º C. Procure o valor 0,737 na coluna da tabela “Densidade Observada” e o resultado correspondente à “Temperatura Observada” de 26º.

4 A conversão encontrada na tabela foi de 0,7418, que estava dentro do estabelecido pelo boletim da companhia, que traz as especificações do produto. A diferença entre os dados coletados e o informado pela distribuidora não poderá nunca ser maior ou menor do que 0,003.

Observação: As distribuidoras são obrigadas a informar na Nota Fiscal do produto o valor da densidade relativa da gasolina comercializada.

Kit obrigatório (para todos combustíveis):

. Proveta de 1 litro limpa e seca;

. Proveta de vidro de 100ml graduada em subdivisões de 1ml com boca esmerilhada e tampa;

. Densímetro de vidro para álcool, escala 0,750-0,800g/mL e 0,800-0,850g/mL, ou 0,770 -0,820g/mL, menor divisão de 0,0005g/mL;

. Densímetros de vidro escala 0,700-0,750g/mL e 0,750-0,800g/mL para gasolina e 0,800g/mL a 0,850g/mL e 0,850g/mL a 0,900g/mL para óleo diesel, com menor divisão de 0,0005g/mL;

. Termômetro de imersão total, aprovado pelo INMETRO segundo Portarias nº 3 de 10 de janeiro de 2002 e nº 245 de 17 de outubro de 2000, com escala de -10ºC a 50ºC e subdivisões de 0,2ºC ou 0,5ºC;

. Termômetro de imersão total, tipo “I” aprovado pelo INMETRO segundo a Portaria nº 71 de 28 de abril de 2003, com escala de -10ºC a 50ºC e subdivisões de 0,2ºC ou 0,5ºC;

. Solução aquosa de cloreto de sódio a 10% peso/volume (100g de sal para cada litro de solução).

. Tabelas de massa específica reduzida e de teor alcoólico.

. Tabela de correção das densidades e dos volumes para os derivados de petróleo.

ÁLCOOL ASPECTO VISUAL

Colete um litro de amostra do álcool na proveta de 1.000 ml (1 litro), colocando-a em uma superfície plana, protegida do sol e correntes de ar, observando se o produto está límpido e sem partículas em suspensão.

TEOR ALCOÓLICO / MASSA ESPECÍFICA

1 Faça a leitura sem retirar o instrumento da proveta. A densidade admitida no álcool está entre 0,8076 a 0,8110 de Massa Específica e o Teor Alcoólico está entre 92,6 a 93,8. Na amostra colhida, o resultado encontrado para a densidade foi de 0,805.

Observação: Não é aconselhável efetuar o arredondamento na leitura da densidade, pois a correção poderá coincidir com os níveis máximos e mínimos permitidos, o que determina que o produto poderá estar fora das

especificações.

2 Colocar o termômetro no álcool de modo que o mercúrio fique totalmente imerso no produto, deixando-o por dois minutos, no mínimo. A leitura deve ser feita sem a retirada do termômetro da proveta e com

precisão de 0,5º C. No nosso teste, a temperatura encontrada foi de 26º C. Exemplo: Com a densidade do álcool a 0,805, e com a temperatura de 26º C, qual será o Teor Alcoólico?

– Procure na tabela a coluna correspondente à temperatura encontrada de 26º C e localize o valor 0,805 achado para a Massa Específica. Na coluna da direita, na mesma linha da Massa Específica encontrada está indicado

o Teor Alcoólico que será de 92,9º INPM ou porcentagem em peso.

– Portanto, o produto estará dentro das especificações, já que o mínimo do teor alcoólico permitido seria de 92,6º INPM e máximo de 93,8º INPM.

Observação: quanto mais baixo o teor alcoólico mais água terá o produto e vice-versa, quanto maior o teor alcoólico menos água terá o combustível analisado.

Envelopes e frascos para coleta de amostra: obrigações das empresas Pela resolução nº 44, da ANP, as distribuidoras são responsáveis por fornecer o envelope de segurança e também o frasco para a coleta da

amostra-testemunha.

O número do envelope de segurança da amostra-testemunha deverá ser indicado, em campo apropriado, na documentação fiscal referente ao produto. Além disso, o posto deverá guardar amostras referentes aos três

últimos carregamentos. O formulário impresso na parte externa do envelope de segurança da amostra-testemunha contém mais dois campos de preenchimento obrigatório, com o nome do responsável pelo fornecimento e

sua assinatura.

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