“É, amigo, o ‘de graça’ acabou” foi a frase que ouvi há algumas semanas quando fui calibrar os pneus de um Jeep Compass que testava.
Essas foram as palavras do frentista de um posto de combustível na rodovia Raposo Tavares, em São Paulo (SP).
Paguei R$ 1 para poder usar o compressor de ar e calibrar pneu, mas só por quatro minutos. Depois eu precisaria “renovar” a máquina com mais R$ 1.
Acha justa ou injusta a cobrança? Conversei com muita gente que calibra pneus toda semana e entramos em contato com o Procon de algumas cidades para saber se a medida é permitida ou proibida. E você, o que acha? Deixe sua opinião no campo de comentários!
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Calibrar pneu sempre foi cortesia
É fato que calibrar os pneus sempre foi uma cortesia oferecida por todos os postos que oferecem o serviço, mas também de forma independente. Ou seja, quem quiser calibrar, que vá ao compressor de ar e faça o trabalho sozinho, sem intervenção ou atuação de algum empregado do posto. Era possível, tempos atrás, ver frentistas fazerem isso, mas também era comum vê-los receber gorjeta.
Mas a pandemia chegou para abalar uma série de atitudes e costumes, em diversos cenários e segmentos da economia. Por medo do contágio ou mesmo para seguir os protocolos de segurança, muitos frentistas de diversos postos de combustíveis pararam de fazer essa gentileza.
Mas por que cobrar?
Segundo Bruno Martins (nome fictício), que trabalha em um posto de bandeira Petrobrás em São Paulo (SP), a máquina compressora de ar para calibrar os pneus tem manutenção, que não é barata.
“Muita gente vinha aqui, usava a mangueira de ar nos pneus, não a enrolava direito e até a deixava no chão. Esse preço que cobramos de R$ 1 é simbólico, mas necessário para que a gente faça os ajustes que o compressor precisa”, revela.
“Acho justo que nos cobrem pelo ar, afinal o aparelho que usamos tem manutenção. Não me incomodo com o valor, mas acho que podiam fazer de graça para quem, por exemplo, enche o tanque ou lava o carro e gasta bastante aqui no posto”, conta Eduardo de Souza, gerente de projetos de uma empresa de arquitetura.
“Acho um absurdo a cobrança. Ar é grátis e essa máquina está no posto em que eu abasteço há muitos anos. Não imagino que sua manutenção seja tão cara e, como nunca me cobraram, não vou aceitar pagar um centavo sequer para calibrar meus pneus”, esbraveja um dos entrevistados pela equipe do WM1, que preferiu não se identificar.
O que diz o Procon
Em princípio, de acordo com alguns Procons consultados pela reportagem, não há irregularidade na cobrança.
“É um serviço que pode ser cobrado ou não, mas o consumidor pode e deve escolher e não abastecer no posto. É uma escolha pessoal, já que isso sempre foi cortesia”, diz o órgão.
Em resumo, nada impede que o posto que você abastece passe a cobrar pelo serviço, por mais que alguns projetos de leis já tenham sido apresentados para impedir tal procedimento – como o Projeto de Lei 372/2019 que tramita na Câmara Municipal de Goiânia (GO), do vereador Gustavo Cruvinel, que afirmava que a manutenção da máquina se trata de um “elemento de segurança, pois ajuda a reduzir o desgaste dos pneus e o consumo de combustível”.
Segundo Cruvinel, o valor da manutenção dos equipamentos de calibração já compõe os custos fixos dos postos. “Os valores simbólicos cobrados estão naturalmente inclusos no valor dos combustíveis. Dessa forma, o consumidor já paga pela calibração, o que torna desnecessária a cobrança”.
E você, o que acha?
Fonte: https://www.webmotors.com.br/
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