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Com seus uniformes que lhes conferem uma postura ainda mais profissional, mas que nem por isso ofuscam a vaidade feminina, seis mulheres exercem a função de frentista em um dos postos de combustíveis em Venâncio Aires.

Os delicados brincos de pérola se sobressaem ao boné, que faz parte da vestimenta, e, sem se descuidarem das unhas e do colorido do batom, elas exercem a função com segurança.

Sob o olhar atento do motorista, as mãos firmes de Carine Lopes, 28 anos, transmitem a certeza do que está fazendo ao abastecer o carro, limpar o para-brisa e verificar o óleo do motor. A seu lado, a gerente Simone Schulz Ruas, de 34 anos, auxilia na tarefa para a segurança do cliente Leonardo Cavalheiro.

Ele, que também é poeta, considera muito natural a mão de obra feminina na função, e acrescenta que já tem um poema pronto para homenagear as mulheres pela passagem de seu dia, nesta terça-feira, 8 de março. O cliente Ederson Cristiano Schmidt, de Vila Santa Emília, também diz que o trabalho feminino, no posto, não muda em nada, e aprova.

Gerência – Há 13 anos trabalhando na mesma rede de postos, Simone, que tem dois filhos: um de 11 anos e outro de 2 anos e 11 meses, se desloca de Santa Cruz, diariamente, há um ano, para gerenciar na Capital do Chimarrão um grupo de seis mulheres. Ela, que divide a função com o gerente Valmor Eggers, 38 anos, e mais seis colaboradores, conta que não encontra preconceito.

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Veridiana Barreto, Rosane Soares da Luz, Paula Tatiana Schneiders, Franciéli Aline Souza e Carine Lopes. O que estas mulheres frentistas, com faixa etária entre os 28 e 40 anos, têm em comum? Além das delicadas tatuagens, o que é apenas coincidência, afirma Veridiana, elas têm famílias, a maioria com filhos, todas buscam exercer suas funções com dignidade.

Elas cumprem 44 horas semanais de trabalho, durante o dia, em sistema de escala. Todas passam por treinamentos e desempenham a função que até poucos anos se restringia aos homens. Conhecimento na área? Elas comprovam e garantem que exercem todas as tarefas de igual para igual. Mas confessam que não dispensam o auxílio de um colega quando encontram alguma dificuldade, em termos de força braçal. Na função, são unânimes em dizer que buscam a realização pessoal e profissional. Quanto à remuneração? O gerente Valmor destaca que o piso é atribuído à categoria pelo Sindicato dos Postos de Gasolina (Sindiposto), equiparado para homens e mulheres.

    ‘Em todas as atividades, elas demonstram força de vontade’ Eduardo Hoffmann -Colega de trabalho

Postura no desempenho da função – A reportagem acompanhou de perto, em pista, as tarefas executadas por estas mulheres. Constatou-se que elas circulam com desenvoltura entre os carros. Autoconfiantes e com conhecimentos, realizam as tarefas com postura e naturalidade. Todas afirmaram que se sentem bem na função, e que não encontram dificuldades, tampouco preconceitos.

Mas não escondem que há, eventualmente, alguma “investida”, o que é preciso “tirar de letra” e manter a seriedade. Pois, para elas, o trabalho é igual a qualquer outro e gostam do que fazem. A gerente Simone constata que, atualmente, as mulheres têm se destacado no ramo. Ela menciona, ainda, que em Santa Cruz do Sul pode se notar a crescente admissão da mão de obra feminina na função de frentistas.

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Credibilidade – Embora ainda existam aqueles que dizem ‘pode deixar que eu mesmo verifico o óleo’, há demonstração de confiança por parte da maioria dos homens. Carine afirma que não se intimida diante de alguma desconfiança. ‘Como em todas as profissões, esta deve ser exercida com domínio e competência’, reitera. O que é reforçado pelo gerente Valmor Eggers. Ele acrescenta que a mulher tem um olhar mais apurado e, por isso, também, a limpeza dos carros é um diferencial por meio das mãos femininas.

Além de abastecimento, lavagem, verificação de óleo, calibragem de pneus, há também a venda de aditivos de acordo com a marca do carro. Para todas as tarefas, as seis mulheres já passaram por treinamentos e reconhecem a importância dos mesmos, proporcionado pelos fornecedores dos produtos.

Na visão da Psicoogia – Na opinião da psicóloga Letícia Nedwed, a consolidação das mulheres no mercado de trabalho e frente aos desafios profissionais tem se tornado cada vez mais prioridade na vida da maioria delas. E, junto a este novo contexto, as rotinas estão se transformando e trazendo mudanças significativas nos papéis familiares e sociais destas mulheres.

Conforme Letícia, elas passaram a assumir outras identidades importantes, além da exclusiva de ser mãe. ‘Podemos observar que em muitas situações o adiamento da maternidade em função da realização profissional acaba tornando-se frequente. É claro que não podemos pensar em vida pessoal e profissional de maneira dividida, é importante que sejam panejadas em harmonia’, conclui a profissional.

Fonte: http://www.folhadomate.com

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