PF mira InovePay usadas por criminosos para movimentar R$ 7,5 bi

Em um cenário onde a tecnologia financeira avança rapidamente, os riscos associados a fraudes e crimes também se multiplicam.

A Polícia Federal (PF) deflagrou recentemente a Operação Concierge, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa que utilizava fintechs ilegais para movimentar valores bilionários de forma oculta e não autorizada.

Uma das empresas envolvidas é a Inovepay, parte do Inove Global Group (anteriormente conhecido como InoveBanco). De acordo com as investigações, essa fintech, junto com outra chamada T10 Bank, teria sido utilizada por criminosos para movimentar cerca de R$ 7,5 bilhões sem a devida autorização do Banco Central, utilizando-se de contas clandestinas que estavam “hospedadas” em instituições financeiras regulamentadas.

Essas contas, promovidas de forma aberta na internet, permitiam a realização de transações financeiras invisíveis ao sistema bancário oficial, oferecendo proteção contra bloqueios judiciais e penhoras. Esses serviços clandestinos atraíram desde facções criminosas até empresas endividadas, comprometendo seriamente a integridade do sistema financeiro.

O envolvimento de empresas como a Inovepay em atividades ilícitas destaca a necessidade de precaução ao selecionar parceiros financeiros. Donos de postos de combustíveis devem estar atentos e investigar detalhadamente as empresas com as quais se associam, especialmente no que diz respeito ao cumprimento das normas regulamentares e à transparência das operações financeiras.

Evitar se associar a instituições envolvidas em práticas ilegais não só protege seu negócio, mas também mantém a integridade do setor como um todo. Fique atento às empresas com as quais você faz negócios e sempre priorize a segurança e a conformidade legal.

A operação

Conforme a investigação, os criminosos ofereciam abertamente, pela internet, “contas clandestinas”, que permitiam transações financeiras dentro do sistema bancário oficial, “de forma oculta”. Essas contas eram usadas por facções criminosas, empresas com dívidas trabalhistas, tributárias, entre outros fins ilícitos.

Neste momento, estão sendo cumpridos 10 mandados de prisão preventiva, 7 de prisão temporária e 60 de busca e apreensão, expedidos pela 9ª Vara Federal em Campinas, nos estados de São Paulo e Minas Gerais. Participam da operação 200 policiais federais.

Entre as buscas, estão as sedes dos bancos que “hospedam” as fintechs ilegais e que não notificaram o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) quanto às transações suspeitas, assim como de instituições administradoras de cartões de crédito.

Em nota, a PF informa que foram determinadas judicialmente a suspensão das atividades de 194 empresas usadas pela organização criminosa para dissimular as transações, suspensão da inscrição de dois advogados junto à (um em Campinas e outro em Sorocaba), a suspensão do registro de contabilidade de quatro contadores (dois em Campinas, um São Paulo e mais um Osasco), além do bloqueio de R$ 850 milhões em contas associadas à organização criminosa.

“As contas eram anunciadas como contas garantidas porque eram ‘invisíveis’ ao sistema financeiro e blindadas contra ordens de bloqueio, penhora e rastreamento, funcionando por meio de contas bolsões, sem conexão entre remetentes e destinatários e sem ligação entre correntistas e bancos de hospedagem”, informou a PF.

Empresas de fachada

Ainda segundo a instituição, os criminosos também usaram meios de pagamento como maquininhas de cartão de crédito em nome de empresas de fachada. Eram negócios não relacionadas aos verdadeiros usuários que permitiam, assim, a lavagem de dinheiro e o pagamento de atos ilícitos de forma oculta.

Durante a investigação, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) chegou a denunciar o fato ao Ministério Público Federal, que foi juntada aos autos do inquérito policial, disse a PF. Já a Secretaria da Receita Federal, por meio de autorização judicial, iniciou medidas de cunho fiscal durante as buscas em sedes de pessoas jurídicas investigadas.

De acordo com a PF, os investigados poderão responder, na medida de suas condutas, pelos crimes de gestão fraudulenta de instituição financeira, operação de instituição financeira não autorizada, evasão de divisas, ocultação de capitais (lavagem de dinheiro), crimes contra a ordem tributária e organização criminosa.

“O trabalho investigativo identificou e vinculou todos aqueles que, de alguma forma, relacionaram-se com as atividades ilícitas da organização, seja no apoio logístico, financeiro ou operacional, atingindo o núcleo de funcionamento criminoso e viabilizando a responsabilização tanto daqueles que efetivamente comandam o esquema, como daqueles que dão todo o suporte logístico para execução da atividade fim”, disse a PF.

Concierge, nome dado à operação, remete ao profissional que atende necessidades específicas de clientes. Dessa forma, disse a PF, faz alusão à oferta de serviços clandestinos a quem os procurasse na cidade de Campinas para ocultação de capitais.

As declarações 

Os advogados do Inove Global Group ainda não tiveram acesso integral ao conteúdo da investigação. A empresa nega veementemente ter relação com os fatos mencionados pelas autoridades policiais e veiculados pela imprensa. Também ressalta total disposição em colaborar com as investigações.

O esquema

Em nota, a Receita Federal disse que as fintechs serviram aos interesses de pessoas jurídicas sonegadoras contumazes que, por causa de suas altas dívidas tributárias, fraudavam a execução fiscal usando as fintechs especialmente pelo oferecimento de uma “conta garantida”.

Dessa forma, na conta garantida, era oferecido o serviço de livre movimentação financeira sem o perigo de bloqueios judiciais. Assim, a conta garantida também serviu à blindagem patrimonial, assegurando a invisibilidade do cliente da fintech, pois é impossível rastrear, de forma satisfatória, a origem e destino do dinheiro.

Revendedores devem ficam alertas 

Com relação aos valores retidos pelo INOVE, para que possamos ter mais informações, compilar os dados para análise do nosso jurídico visando auxílio, as informações dos postos/montante envolvido podem ser enviados para o e-mail jurí[email protected]

VEJA O VÍDEO 

Fontes : https://finsidersbrasil.com.br/

https://startups.com.br/fintech/pf-mira-fintechs-ilegais-usadas-por-criminosos-para-movimentar-r-75-bi/

SBT News

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