Vivenciamos um momento em que a sustentabilidade e a preservação do meio ambiente têm grande destaque.

Sabemos que o combustível a diesel é obtido por meio do refino do petróleo bruto.

O combustível apresenta grande quantidade de enxofre e é bastante utilizado em caminhões e outros veículos de transporte de carga. Por possuir hidrocarbonetos mais densos do que a gasolina, além de metais pesados em sua composição, o diesel é considerado o combustível que polui mais.

Montadoras como a Scania, que detém 17% do mercado de caminhões no Brasil, incluiu em seu plano de investimentos uma linha de produção de caminhões movidos a gás natural veicular (GNV) e gás natural liquefeito (GNL), em São Paulo.

Já a Iveco, que tem participação de 6,8% nas vendas de veículos pesados no país, vai concluir até o fim de 2025 um conjunto de aportes que inclui uma linha de produção de veículos pesados a gás em Minas Gerais.

A descarbonização do setor de transportes requer uma atenção ímpar, dado que se trata do principal consumidor de energia do Brasil. E a aposta das empresas no segmento mira no futuro, no contexto imperativo da transição energética para deter o aquecimento global.

A Scania prevê alta de 14% nas vendas de caminhões a gás este ano, chegando a 400 unidades, considerando mercado doméstico e externo. Para 2025, a expectativa é de alta de 25%.

De acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o setor de transporte correspondeu a 33% da energia consumida no Brasil no ano passado.

Os motores a diesel representam 43,4%, enquanto a fatia do gás natural foi de apenas 1,8%.

Há anos o domínio dos derivados de petróleo nos caminhões, em especial do óleo diesel, vem sendo desafiado na medida em que outras fontes energéticas e outras tecnologias de motorização caminham no sentido de maior competitividade econômica e ambiental.

 

O Acordo de Paris estabelece metas para a redução das emissões de gases de efeito estufa e limitação do aquecimento global a 1,5°C em relação ao período pré-industrial.

A busca pela redução das emissões de gases de efeito estufa e de poluentes locais no setor de transportes, com impactos positivos sobre meio ambiente e saúde pública, tem se colocado como componente fundamental de políticas ambientais e estratégias governamentais de diversos países, além de ser foco de empresas que, zelosas pelo posicionamento de sua imagem corporativa, adotam compromissos de sustentabilidade.

Economia e menor impacto ambiental

De acordo com a Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (ABEGÁS), a economia e a redução na poluição ambiental que o caminhão movido a gás oferece são diferenciais considerados quando se cogita a possibilidade de substituir o diesel. Estima que o uso do GNV/GNL no lugar do diesel prevê redução de 20% nas emissões de CO2. Além de mitigar impactos ambientais, apresenta maior eficiência no consumo na ordem de 43% a 58% quando comparado à gasolina e 44% a 60% em relação ao etanol.

POSTOS DE COMBUSTÍVEIS ESTÃO SE ADAPTANDO

Os postos de combustíveis no Brasil estão se adaptando para atender veículos pesados movidos a GNV (Gás Natural Veicular) de várias maneiras.

Os postos que possuem abastecimento de GNV para pesados são apropriados, pois possuem os dispensers de alta e baixa vazão, que permitem o abastecimento de forma segura e rápida.

Um caminhão 100% movido a GNV possui normalmente 8 cilindros de 25 m³/cada, portanto total de 200 m³. O abastecimento de 100/120 m³ com dispenser de Alta Vazão é feito entre 12 e 15 minutos, praticamente o mesmo tempo para abastecer de 800 a 1.000 litros de óleo diesel.

A transição para combustíveis mais limpos e econômicos está impulsionando essas mudanças. Aqui estão algumas das principais adaptações e exemplos:

  1. Infraestrutura para Abastecimento de GNV:
    • Instalação de Compressores e Cilindros: Muitos postos estão investindo em compressores de alta capacidade e cilindros de armazenamento de GNV para garantir que possam atender a demanda de veículos pesados.
Rede Graal amplia estrutura para abastecimento de veículos pesados movidos a GNV
Rede Graal amplia estrutura para abastecimento de veículos pesados movidos a GNV
    • Amplas Áreas de Abastecimento: Os postos estão ampliando suas áreas de abastecimento para acomodar veículos pesados, como caminhões e ônibus, que requerem mais espaço para manobrar.
Posto Mime de Araquari é o primeiro da região Sul a oferecer sistema de GNV próprio para caminhões - Crédito: Divulgação
Posto Mime de Araquari é o primeiro da região Sul a oferecer sistema de GNV próprio para caminhões

Treinamento de Funcionários:

    • Capacitação em Segurança: Funcionários são treinados para lidar com as especificidades do GNV, incluindo procedimentos de segurança no manuseio do combustível.
    • Operação de Equipamentos: Treinamento para operar os novos equipamentos de abastecimento de GNV.
    • Parcerias com Empresas de Transporte:
      • Acordos com Frotas: Postos estão firmando parcerias com empresas de transporte para oferecer condições especiais de abastecimento para suas frotas de veículos pesados movidos a GNV.
  1. Exemplos Práticos:
    • Rede Ipiranga: Alguns postos da rede Ipiranga estão investindo na expansão de suas infraestruturas de GNV, especialmente em regiões com alta demanda de transporte rodoviário.
    • Petrobras Distribuidora: A BR Distribuidora está ampliando a oferta de GNV em postos localizados em áreas estratégicas para o transporte de cargas e passageiros.
    • Postos Independentes: Muitos postos independentes, especialmente em corredores de transporte como rodovias federais, estão instalando equipamentos de GNV para atender caminhões e ônibus.
  2. Iniciativas Governamentais e Incentivos:
    • Políticas de Incentivo: O governo brasileiro está implementando políticas de incentivo para promover o uso de GNV, incluindo subsídios para instalação de equipamentos em postos de combustíveis.
    • Programas de Financiamento: Programas de financiamento estão sendo oferecidos para ajudar os postos a cobrir os custos de adaptação para o GNV.

Essas adaptações são essenciais para atender a crescente demanda por combustíveis mais limpos e econômicos, promovendo uma transição mais sustentável no setor de transporte.

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