“A meta, com a incorporação de empresas à clientela, é quintuplicar o volume de operações em 2023 para cerca de R$ 1,5 bilhão”, comenta o CEO e fundador Lucas Rodolfo, de 28 anos, graduado em ciência da computação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
O namoro do DieselBank com as transportadoras é recente. No início do primeiro semestre do ano passado, a startup passou a oferecer antecipações de fretes a companhias do segmento. A linha teve boa demanda, registrando, de janeiro a dezembro, liberações de mais de R$ 50 milhões para cerca de 300 tomadores. Mas o que realmente fez brilhar os olhos de Rodolfo foi a constatação das inúmeras necessidades e carências do setor na seara de serviços financeiros.
“O mercado de fretes movimenta mais de R$ 300 bilhões por ano, mas as transportadoras enfrentam problemas crônicos de fluxo de caixa, já que recebem somente 30 dias após a prestação dos serviços. De quebra, elas dispõem de poucas opções de financiamento”, diz ele.
A busca por soluções sob medida começou no semestre passado.
Durante dois meses, a equipe da fintech realizou um exercício de imersão em dez transportadoras, que se tornaram parceiras do projeto, para entender seus fluxos de recursos e definir o modus operandi e o cardápio do que seria um banco ideal para o setor. As propostas estão recebendo os últimos retoques. “O novo ‘banco’ será lançado no segundo trimestre”, diz Rodolfo, que sonha grande.
“Até dezembro, pretendemos contar com cem clientes e um movimento mensal por volta de R$ 500 milhões.”
O mesmo esforço vem sendo desenvolvido pelo DieselBank junto a postos de combustíveis.
A tarefa de pesquisa e desenvolvimento, tudo indica, será bem mais simples, já que a startup conhece o métier desde o seu surgimento, há quatro anos, pois conta com uma rede credenciada de cerca de 150 estabelecimentos do gênero nos quais seus correntistas têm direito a cashbacks de até dez centavos de real por litro de diesel abastecido.
A casa, por sinal, já conta com o primeiro, e até agora único, item do menu à disposição desse universo, composto por 45 mil CNPJs: o Posto Pix, lançado há sete meses, que permite pagamentos instantâneos por meio de códigos QR.
“Nossa intenção é dar a largada nas operações do ‘banco dos postos’ no segundo semestre e contar com algo em torno de mil clientes no segmento em dois anos”, diz Rodolfo.
Os reduzidos graus de digitalização e inovação desses dois novos públicos-alvo são um obstáculo a ser superado pelo DieselBank em suas estratégias de abordagem.
Ciente disso, Rodolfo, vai lançar mão de generosas “cenouras” para estimular transportadoras e postos a trocarem os bancos convencionais com os quais trabalham pela sua fintech.
“Além de atendimento, produtos e serviços voltados às suas necessidades, elas terão direito a metade dos lucros gerados por suas operações conosco”, diz ele.A ideia é criar uma comunidade ligada ao transporte rodoviário.”
Os planos de expansão da fintech ganharam intensidade a partir da realização, em novembro, de uma nova rodada de investimentos. A operação, que elevou para a casa de R$ 2,1 milhões o total de aportes no DieselBank, contou com a participação de sete aplicadores.
Alguns dos destaques são Fábio Pellizer, ex-diretor da área internacional do Santander, que trouxe consigo o fundo de venture capital Bee K Ventures, e o brasileiro Felipe Capela, CEO e cofundador da Loadsmart, startup de Chicago voltada ao ramo de logística e avaliada em US$ 1,3 bilhões, após captar US$ 200 milhões, em fevereiro de 20202, em rodada de série D liderada pelo SoftBank.
“O Felipe, que também tem investimentos no México e na Austrália, vem contribuindo, e muito, no desenho do nosso projeto de internacionalização, previsto para 2025”, diz Rodolfo. “Colômbia, Argentina e Chile serão os mercados prioritários nessa arrancada rumo ao exterior.”
Fonte: https://fintechsbrasil.com.br/
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