Administradora dos postos BR adere ao Movimento Violência Sexual Zero e exibe produtos com rótulos provocativos na Avenida Paulista para conscientizar população sobre a importância de denunciar abusos

A cada hora, oito crianças ou adolescentes são vítimas de violência sexual no Brasil, sendo que 61% têm menos de 14 anos.

CEO da Vibra, Ernesto Pousada

 

Apenas 8,5% dos casos são denunciados (IPEA, 2023). Esse tipo de crime acontece nos mais variados lugares, dos óbvios aos inimagináveis, e passa muitas vezes despercebido pelos olhares de quem trabalha ou só circula pelas estradas e rodovias. Levantamento da Polícia Rodoviária Federal identificou mais de 17 mil pontos vulneráveis à exploração sexual infantil ao longo das estradas brasileiras.

Licenciada da marca nos postos de combustíveis da BR Distribuidora, a Vibra está presente em rodovias e diferentes regiões do país, conectando milhares de pessoas todos os dias. Isso despertou na companhia a importância de se ampliar a conscientização e incentivar denúncias.

“Trata-se de uma causa um pouco escondida, com pouca visibilidade, que acontece muito em rodovias e postos de combustível”, conta em entrevista exclusiva ao Integridade ESG o CEO da VibraErnesto Pousada.

Capacitação de frentistas

Com o intuito de deixar um legado para a sociedade brasileira por meio dos projetos de ESG da líder de distribuição de combustíveis e lubrificantes, há um ano e meio surgiu a ideia de abraçar essa causa em prol de crianças e adolescentes.

“Sabemos da nossa responsabilidade como empresa que atua nesse setor e, por isso, estamos comprometidos em usar nossa capilaridade para combater esse crime e proteger crianças e adolescentes”, prossegue o executivo.

Para isso, a companhia está usando sua própria força-tarefa para combater esse mal. Em outras palavras, 40 mil de seus 80 mil frentistas já foram treinados para identificar casos e denunciar. Um dos caminhos para a população fazer denúncias é o Disque 100.

Na prática, a Vibra está apoiando o Movimento Violência Sexual Zero, iniciativa recém-lançada com o intuito de aumentar as denúncias pelo país e proteger crianças e adolescentes a partir de ações como a disseminação de informações essenciais e mobilização de mais de 100 empresas. A ideia é que as companhias atuem em seus próprios ecossistemas, alertando colaboradores e parceiros sobre a urgência do tema.

O foco será uma grande campanha em maio, mês dedicado à luta contra a violência sexual de crianças e adolescentes.

“Nossa responsabilidade vai além dos negócios. O compromisso que assumimos hoje reflete a importância de unirmos forças para transformar essa realidade invisível e inaceitável. Nosso compromisso é deixar um legado para o Brasil por meio desse trabalho”, pontua o executivo Ernesto Pousada.

Quando questionado sobre a onda anti-woke que ganhou força com a volta de Donald Trump ao poder, o CEO da Vibra responde:

“A Vibra nunca foi pêndulo. A gente segue a nossa jornada. Hoje já temos mais de 35% da nossa liderança composta por mulheres e vamos seguir esse processo gradualmente. Acreditamos na equidade e na necessidade de incluir mulheres e grupos sociais com menos oportunidades”, enfatiza ao Integridade ESG Ernesto Pousada.

Meta real de reduzir os casos de três a cinco anos

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O movimento visa promover mudanças significativas, como aumentar o número de denúncias.

“O Brasil é, hoje, o segundo pior país do mundo com índices de violência sexual contra crianças e adolescentes. Queremos acabar com isso”, afirma Pousada.

Quando questionado se realmente é possível pôr fim ao crime, ele responde:

“Nós vamos fazer. E não vai levar 10 anos. Em um prazo de três a cinco anos, a gente quer que esse problema realmente seja resolvido no país”, promete o líder da Vibra.

Loja de inconveniência chama atenção para o preço que as vítimas pagam

“O Brasil é o segundo pior país do mundo com índices de violência sexual contra crianças e adolescentes. Queremos acabar com isso”, enfatiza o CEO da Vibra, Ernesto Pousada

O principal objetivo da Vibra é que essa violência toda salte aos olhos das pessoas.

“Nossos postos têm lojas de conveniência e aí veio a ideia da loja de inconveniência, na qual substituímos os rótulos dos produtos por mensagens duras e difíceis. O objetivo é chocar e trazer as pessoas para a realidade”, afirma o CEO ao Integridade ESG.

A Loja de Inconveniência é uma instalação impactante na Avenida Paulista, aberta ao público, na área externa do Shopping Cidade São Paulo, até 23 de março. Posteriormente, ela deve ser replicada para outros destinos. Ao entrar na loja, o público é confrontado com um circuito visual e sensorial que expõe dados reais sobre a violência sexual contra crianças e adolescentes.

“A violência sexual contra crianças e adolescentes é um problema invisível e inaceitável. Essa ação é um chamado à sociedade: olhe para essa realidade e se engaje na luta contra ela”, afirma Pousada.

Prateleiras, embalagens, mostruários e até funcionários foram pensados para mostrar o impacto devastador do abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. Na seção de mercearia, um pacote de pano de chão traz a mensagem:

“Não passe pano para parentes. 71,5% dos casos de violência sexual são cometidos por pessoas próximas”, conforme aponta o Anuário Brasileiro de Segurança Pública e Ministério da Saúde, de 2023.

No caixa, em vez de uma compra, o público recebe um recibo com a conta dessa realidade: os efeitos psicológicos e sociais da violência sexual, como depressãoansiedade e transtornos alimentares.

Luiza Trajano apoia Movimento Violência Sexual Zero

Durante o evento de lançamento do movimento, em São Paulo, em 20 de março, Luiza Trajano — presidente do Grupo Mulheres do Brasil e apoiador do Movimento ao lado da Vibra, do Childhood Brasil e do Instituto Liberta —, sinalizou que este é apenas o começo de uma grande onda de transformação no Brasil e ressaltou a necessidade de se trabalhar com urgência e engajamento para reverter essa realidade.

“Proteger crianças e adolescentes não é uma opção, é um dever de toda a sociedade. Empresas, cidadãos e lideranças precisam romper o silêncio, denunciar abusos e agir com firmeza para erradicar essa violência”, alertou Luiza Trajano, durante o evento realizado no Shopping Cidade São Paulo, na Avenida Paulista.

A cerimônia incluiu uma roda de conversa com Luciana Temer, presidente do Instituto Liberta.

“Quebrar o tabu de falar sobre a violência sexual contra crianças e adolescentes é o primeiro passo para virarmos este jogo. Por isso, esse movimento é tão importante e temos certeza de que é apenas o começo de uma grande onda no Brasil”, frisou.

Ao final do evento, foi realizado um ato simbólico de assinatura da adesão do compromisso com a iniciativa. O Movimento conta com importantes empresas e instituições que reconhecem a urgência da causa e se comprometem a atuar ativamente na prevenção da violência sexual infantil. Dentre elas: Meta, Microsoft, WEG, Unidas, Vivo, MRV e uma dezena de transportadoras, como Rolim e Santa Izabel.

Fonte: https://integridadeesg.insightnet.com.br/

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