Afinal, como podemos oferecer produtos e experiências que os novos consumidores desejam? É uma das perguntas a serem respondidas neste artigo.

A segunda edição do Groceryshop (EUA) reuniu mais de 2 mil profissionais do mercado de fast food, supermercados, lojas de conveniência, varejistas alimentares não tradicionais, farmácias, distribuidores, real estate, além de players de e-commerce e parceiros de dados.

Como você faz supermercado? A lista de compras está no papel ou no celular? Você vai até uma loja ou pede via app? Em busca de saber quais os caminhos do marketing para o universo da indústria alimentícia, nós do time de Groceries do Google Brasil estivemos na Groceryshop, em Las Vegas, evento repleto de tendências disruptivas relacionadas à tecnologia e aos novos modelos de negócio, e que têm tudo para pautar o futuro do setor no Brasil.

Colhemos diferentes experiências de diversas marcas e entendemos, mais do que nunca, que a última fronteira para a indústria de groceries está no e-commerce, principalmente com as constantes mudanças influenciadas por novos hábitos de consumo. Afinal, como podemos oferecer produtos e experiências que os novos consumidores desejam? É uma das perguntas a serem respondidas neste artigo.

O que ficou claro para todos é que a revolução do setor depende de todo o ecossistema — o que envolve varejo, indústria, mídia e, claro, o consumidor. Dito isso, chegamos a algumas reflexões inspiradas pela experiência que tivemos durante o Groceryshop, que podem ajudar a nortear o futuro da indústria no Brasil:

1. Como oferecer conveniência na entrega e experiência memorável?

Minha lente de contato venceu, e agora? O receio de ficar sem itens básicos tem servido como propulsor de assinaturas no e-commerce. Não à toa, 63% dos consumidores no mundo autorizariam as marcas a reabastecer os produtos que acabam em suas casas.

Mas para as assinaturas de insumos básicos decolarem, os players precisam ter em mente certos desejos de seus consumidores. Para substituir a ida semanal ao mercado mais perto da sua casa, o delivery tem que acontecer em até 30 minutos, por exemplo.

“Não podemos ter lealdade sem antes entregar conveniência”

Como vimos no evento, nem sempre uma marca com um número relevante de shoppers oferece um bom serviço de delivery. Uma saída é apostar na “coopetição”, um formato de parceria capaz de potencializar a sinergia entre os diferentes negócios.

Uma das patrocinadoras do Groceryshop, a Shipt — empresa que oferece serviço de entrega nos EUA e foi adquirida recentemente pela Target — é um exemplo de como o coopetition pode ser eficaz para a sua marca: hoje a Shipt mantém parceria com a Meijer, uma importante cadeia americana de supermercados.

Ao longo das palestras, também vimos que a indústria de groceries trabalha para ampliar o alcance do mercado de fast food ao apostar em refeições rápidas e deliciosas que chegam ao cliente via delivery ou sistema pick up, no qual você compra online e retira na loja. Aqui a coopetition aparece outra vez: a Wegmans, mais uma cadeia americana de supermercados, lançou um formato Wegmans To Go, em parceria com Doordash, serviço de entrega de comida preparada sob demanda.

O que sabemos até agora sobre o futuro do varejo alimentar

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 A experiência faz toda a diferença

Para melhorar a experiência online, lembre-se de que respeitar as boas práticas do UX é essencial. Ofereça diversidade de produtos no seu e-commerce e garanta rapidez na experiência mobile, além de apostar em ferramentas já conhecidas como o “compre com um click”.

Outras tecnologias mais novas nesse universo também podem fazer a diferença, como o voice shopping, por meio do qual é possível fazer compras no celular ao falar a sua lista de compras.

O que sabemos até agora sobre o futuro do varejo alimentar

Outras mudanças importantes também aconteceram em algumas lojas físicas. Um exemplo é a Kroger, maior cadeia de supermercados dos EUA, que lançou uma loja com um enorme food hall com restaurantes dos mais variados estilos, e assim alia boa experiência e conveniência em um só lugar para seus consumidores.

O uso da IA e do machine learning em scan machines, como vimos na experiência do Sam’s Club, é outra ferramenta que possibilita maior funcionalidade para entregar aos clientes uma experiência sem fricção.

2. O futuro será das grandes marcas globais ou de pequenas marcas locais?

É cada vez maior a preocupação com a sustentabilidade e com a origem da comida que chega à sua mesa. E durante o Groceryshop muitas vezes surgiu a questão: o futuro do setor será de grandes players ou de pequenas marcas locais?

Vimos então que companhias de bens de consumo — empresas que produzem comidas, bebidas e roupas, segmento conhecido como Consumer Packaged Goods (CPG) em inglês — que queiram se manter no mercado a longo prazo precisam tentar resolver problemas globais. Como?

Em uma palestra no Groceryshop, a empresa de carne vegetal Beyond Meat mostrou um caminho bifurcado rumo a uma produção mais responsável. São duas apostas, uma com foco em um retorno ao que é natural, saudável, local e sustentável. E outra mais ligada à tecnologia para oferecer novas possibilidades para o consumo de proteína.

O que sabemos até agora sobre o futuro do varejo alimentar

Outro desafio da indústria é tentar educar o seu consumidor a não passar do ponto nas compras. Hoje, a Geração Z é muito mais consciente sobre o consumo nocivo de produtos como o açúcar e o álcool.

Já imaginou se fosse possível consumir bebida alcoólica sem o risco da ressaca? O que parecia improvável pode representar uma verdadeira revolução no universo de groceries. É o que apostam gigantes como Pepsi e Coca-Cola ao tentar desenvolver uma bebida próxima do sabor de uma cerveja feita à base do canabidiol, o CBD.

3. Abrir novas lojas ou encontrar alternativas para as que já existem?

Durante o evento, vimos que o setor não precisa de novas lojas. Melhorar as que já existem pode ser muito mais eficaz. Foi essa a experiência compartilhada por Kroger e Target, duas empresas que se transformaram em referência no setor.

A Kroger, com 11 milhões de shoppers por dia e 2.800 lojas nos EUA, não cresce mais em volume de lojas. Eles têm investido em unidades menores com opções de produtos típicos do share of stomach (lojas focadas em produtos saudáveis) e conveniência.

Outras marcas do varejo investem em automação tanto para os clientes como para otimizar o operacional, com robôs capazes de controlar o estoque de produtos. E antigas receitas continuam eficazes, como a criação de marcas próprias e os clássicos cupons de desconto.

O que sabemos até agora sobre o futuro do varejo alimentar

4. Mudança de hábito no consumo pede adaptações

A chegada de novas gerações de consumidores pede transformações na lógica de consumo atual — e no universo de groceries não seria diferente. Neste artigo, vimos como a tecnologia pode se aliar à inteligência de mídia para explorar todo o potencial de crescimento que o e-commerce tem hoje, especialmente no Brasil.

Nos learnings para o varejo, vale pensar que não precisamos priorizar apenas a expansão das lojas físicas, mas também oferecer diferentes serviços integrados que facilitem a vida das pessoas, sem deixar de lado o foco na sustentabilidade ao longo da cadeia.

Esses pontos ajudam a resolver grandes problemas globais, como o desperdício: hoje, 40% da comida produzida no mundo não chega à mesa das pessoas. Por isso, a revolução do setor depende de todo o ecossistema. É hora de colocar as lições em prática.

Fonte: https://www.thinkwithgoogle.com/

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