Em Mogi eles representam 73% e em Itaquaquecetuba 76%.
Número de áreas com o solo contaminado cresceu no Alto Tietê.
O último levantamento de contaminação de solo realizado pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) apontou um dado preocupante para o Alto Tietê (SP). Segundo o estudo feito em todo Estado, o número de áreas contaminadas de 2011 para 2012 cresceu 26% na região. Duas cidades se destacaram: Mogi das Cruzes e Itaquaquecetuba. Em cada uma delas, os postos de combustíveis foram apontados como os maiores vilões ambientais. Só em Mogi esse tipo de estabelecimento representa 73% da contaminação do município. Já em Itaquaquecetuba eles são responsáveis por 76%.
Enquanto que em 2011, em Mogi, o número de postos contaminados era 41; em 2012 esse número saltou para 49. Também houve aumento em Itaquaquecetuba. De 9, o número passou para 16.

Após dez anos em processo de remediação, resíduos são eliminados do solo em posto na região central de Mogi. (Foto: Pedro Carlos Leite/G1)

O posto de combustíveis do empresário Leandro Zardi, que fica no Centro de Mogi das Cruzes, começou a passar por um processo de descontaminação a partir de 2003. O local havia sido classificado pela Cetesb com uma concetração de gasolina no solo acima da permitida.
Só no começo deste ano, após dez anos do início da remediação, é que o estabelecimento conseguiu eliminar os resíduos no solo. Para isso foram gastos cerca de R$ 200 mil. “Tivemos que fazer um mapeamento da contaminação para detectar exatamente os locais prejudicados. Contratamos uma empresa especializada que fez desde a injeção de ar para volatilizar os compostos até uma purificação da água e do solo por meio de carvão ativo”, explica Zardi.
O posto ainda aparece no último levantamento do órgão mas “em etapa de remediação com monitoramento da eficiência e eficácia.” O estudo aponta como contaminantes problemas no armazenamento de combustíveis. “Agora estamos em fase de monitoramento. Por 36 meses teremos que enviar para a Cetesb relatórios com análises do solo em época com e sem chuvas para que possam verificar se as concentrações dos contaminantes que existiam antes não estão crescendo. Só depois disso consigo o certificado oficial de descontaminação. Porém hoje, na prática, não poluímos mais”, conclui Zadir.
 
Áreas contaminadas
No geral, segundo dados da Cetesb, Mogi é o município que teve o maior número de áreas com problemas, totalizando 67 terrenos e um crescimento de 24%. Enquanto isso, em Itaquaquecetuba foi onde houve o maior crescimento no número de áreas contaminadas. A cidade passou de 11 locais com problemas em 2011 para 21 em 2012. Um aumento de 90%.
Ao ser questionada sobre os problemas do município, a engenheira ambiental de Itaquaquecetuba, Regina Satiê Muranaka Tanigushi, informou que “vistorias e fiscalizações são atuantes no município e que, inclusive, vários aterros irregulares foram fechados ou autuados por suas posturas”. Regina ainda reforça que “um sistema de câmeras nos principais acessos está sendo instalado com o objetivo de evitar a entrada de vários caminhões com lixo na cidade além da fiscalização intensiva.”
Já o secretário de Verde e Meio Ambiente de Mogi, Romildo Campello, informou que a secretaria irá fazer uma avaliação junto com a Cetesb das áreas que fazem parte da atuação da prefeitura. “Vamos fazer um levantamento para ver como estão as áreas já fiscalizadas por nós anteriormente para ampliarmos as ações.”
Para Campello, o aumento no número de áreas contaminadas é reflexo direto do crescimento da cidade. Segundo ele é necessário aumentar as estruturas de fiscalização e os instrumentos de licenciamento para ver se o local comporta ou não determinada atividade. “Para a instalação de postos de combustíveis primeiro é preciso verificar se a lei de zoneamento do município permite, e depois seguir outras restrições como a distância mínima de 500 metros de escolas e hospitais. Vamos procurar ampliar as ações para evitar as contaminações”, explica o secretário.
 
Fontes de poluição
Conforme a pesquisa da Cetesb, que separa o estudo em categorias, depois dos postos a atividade mais preocupante para cada cidade é a industrial. Segundo o órgão, as áreas contaminadas atualmente são decorrentes de procedimentos inadequados realizados no passado, principalmente pela disposição inadequada de resíduos sólidos diretamente no solo ou acidentes ambientais. As contaminações podem ser geradas por diversos tipos de resíduos e/ou materiais gerando toxicidade, inflamabilidade, patogenicidade, corrosividade e radiotividade.
Quando constatada a disposição inadequada de resíduos sólidos diretamente no solo, a Cetesb informou “que são aplicadas autuações, como advertências, multas de 10 a 10.000 UFESPs, podendo dobrar os valores em caso de reincidência, interdições, embargos”. Além disso, é determinando também o saneamento imediato visando evitar a ocorrência de contaminação do solo e águas subterrâneas e consequente área contaminada.
Apesar desse aumento na região, a tendência, segundo o gerente regional da Cetesb, Edson Santos, é diminuir futuramente o número de áreas contaminadas. “Realizamos rotineiramente um trabalho de fiscalização nas fontes de poluição e em empreendimentos potenciais como indústrias, postos de combustíveis, mineradoras, aterros de resíduos. Além disso, contamos também com as reclamações da população para localizarmos áreas irregulares”, explica.
Remediação
Uma área é declara contaminada pela Cetesb se for confirmada qualquer norma fora dos padrões. Para isso, ainda é exigido um estudo de investigação detalhada de modo a delimitar totalmente a contaminação e um estudo de análise de risco para se estimar efetivamente os perigos para as pessoas, animais e meio ambiente.
Com isso, a Cestesb explicou, que os responsáveis precisam apresentar uma proposta de remediação ao órgão, a qual deverá ser efetivada. Após a remediação deverá ser efetuado o monitoramento da área de modo a se confirmar a descontaminação. A empresa e/ou pessoa física tem três anos e meio para a remediação e mais um ano e meio para o monitoramento. Todo esse processo pode levar cinco anos entre a confirmação e a descontaminação.
Para evitar que mais áreas sejam contaminadas, segundo a Cetesb, as cidades precisam controlar os processos produtivos e os depósitos de resíduos de modo que não ocorram lançamentos de poluentes para a atmosfera, águas superficiais (rios, lagos) e principalmente solo, sendo que os locais onde ocorrem os processos produtivos deverão ser impermeabilizados de modo que  não ocorram infiltrações.
 
Fonte: Carolina Paes
Do G1 de Mogi das Cruzes e Suzano
 
 
 

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