Em janeiro do ano 2000, uma lei federal proibiu os postos de combustível de substituir frentistas por bombas de autoatendimento, comuns na Europa e nos Estados Unidos há décadas. O objetivo era impedir demissões. Na época, cerca de 100 postos nas capitais testavam o modelo, mas tiveram de abortar os planos. Hoje o varejo de combustíveis emprega meio milhão de frentistas e, com a queda nas taxas de desemprego, tem dificuldades para contratar. “Há muitas vagas que não são preenchidas no setor porque falta mão de obra\’”, diz Paulo Miranda, presidente da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes. Quem paga é o consumidor. A estimativa dos distribuidores é que, se o autoatendimento fosse liberado, o preço da gasolina cairia 20 centavos por litro, em média — em São Paulo, significaria uma economia de quase 10 reais para encher o tanque de um carro popular. Os tempos mudaram, mas a legislação que proíbe o motorista de completar o tanque do próprio automóvel ainda está estacionada no século passado.
Revista Exame