A comercialização de combustíveis no mercado brasileiro em 2018 ficou estável se comparada ao ano anterior, totalizando 136,060 bilhões de litros (aumento de 0,025% em relação aos 136,026 bilhões de litros registrados em 2017).
Os dados foram apresentados no dia (19/02) pela ANP no Seminário de Avaliação do Mercado de Combustíveis 2019 (Ano-Base 2018), no Rio de Janeiro.
Na abertura, o diretor-geral da ANP, Décio Oddone, afirmou que a adoção de preços relacionados à paridade de importação é fundamental para atrair investimentos. “Todos se beneficiam com isso. Queremos, cada vez mais, trazer transparência para o mercado. Precisamos decidir se nós queremos continuar com monopólio, oligopólio, intervenção no mercado, ou se queremos transparência e um mercado competitivo”, disse.
Em sua apresentação, o diretor Felipe Kury observou que 2018 foi um ano praticamente estável, mas alguns setores já demonstram recuperação.
“O diesel cresceu 1, 4%, o que é um sinal de retomada da atividade econômica. Também houve aumento na comercialização de etanol hidratado, de 42,1%, e de querosene de aviação, de 7,6%”, frisou.
Houve crescimento de 1,4% na comercialização de óleo diesel B na comparação entre 2018 e 2017, de 54,772 bilhões de litros para 55,558 bilhões de litros. A elevação é resultado da recuperação econômica, tendo como principais indicativos o aumento no licenciamento de veículos novos (ônibus e caminhões) e de venda de máquinas agrícolas.
O consumo de etanol hidratado (combustível), que havia sido de 13,642 bilhões de litros em 2017, subiu para 19,385 bilhões de litros em 2018, uma elevação de 42,1%. O crescimento foi motivado, em grande parte, pelo ganho de competitividade no preço em relação à gasolina C nos estados com maior produção de etanol. A gasolina, por sua vez, teve redução no volume comercializado de 13,1% em relação a 2017, passando de 44,150 bilhões de litros para 38,352 bilhões de litros.
O etanol anidro (misturado à gasolina) acompanhou a queda verificada na gasolina (13,1%). O etanol total (soma de anidro e hidratado) teve aumento de 16,3% em 2018 frente a 2017, de 25,563 bilhões de litros para 29,740 bilhões de litros.
A alta nas vendas de biodiesel foi de 25,3%, de 4,302 bilhões de litros em 2017 para 5,391 bilhões de litros em 2018, resultado do aumento da mistura obrigatória ao diesel em março de 2018 de 8% (B8) para 10% (B10).
Ainda segundo os dados divulgados pela ANP, a comercialização de gás liquefeito de petróleo (GLP) recuou 1,0%, de 13,389 bilhões metros cúbicos para 13,257 bilhões metros cúbicos. A redução ocorreu devido o aumento dos preços médios ao longo do ano, apesar do crescimento do PIB Industrial de 3,0%.
Houve aumento nas vendas de querosene de aviação (QAV) de 7,6%, de 6,637 bilhões de litros para 7,144 bilhões de litros, motivada pela recuperação do setor de aviação.
No óleo combustível, a queda foi de 31,6%, de 3,385 bilhões de litros para 2,316 bilhões de litros. O gás natural veicular (GNV) apresentou crescimento de 12,3% no volume comercializado, passando de 5,395 milhões de m³/dia para 6,056 milhões de m³/dia.
As importações dos principais derivados de petróleo reduziram 24,5% na comparação entre 2018 e 2017 devido à combinação da retração na demanda interna e do aumento da produção nacional desses produtos. Para o caso dos biocombustíveis, houve redução de 84% das importações devido ao aumento da produção nacional.
Fonte: ANP