Postos de combustíveis no Brasil já começaram a observar redução acentuada das vendas, em meio aos impactos relacionados à expansão do novo coronavírus, e a agência regulatória ANP está estudando flexibilizar regras para desonerar o setor, disse à Reuters o diretor da autarquia, Aurélio Amaral.
As autoridades brasileiras e a sociedade têm intensificado nas últimas semanas medidas de prevenção para frear a disseminação do vírus pelo país, o que reduziu de forma expressiva o deslocamento de pessoas por meio de veículos de transporte individual e coletivo.
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Embora ainda seja cedo para estimar o recuo da demanda por combustíveis e o real prejuízo para o setor, Amaral explicou que a ANP tem conversado com sindicatos de postos, ouvido relatos e recebido pedidos de medidas que reduzam impactos para o segmento.
“Estamos estudando quais as medidas excepcionais para a gente reduzir o custo regulatório para quem está vivendo uma crise de demanda. As pessoas não estão comprando. Em alguns postos (pelo Brasil) a demanda já caiu 50%”, afirmou Amaral, em uma entrevista por telefone.
“Os pedidos (dos sindicatos) começaram a chegar agora. Então vamos fazer os estudos, a fundamentação. Acredito que semana que vem a gente já tenha alguma coisa.”
A queda de cerca de metade da demanda por combustíveis já pode ser observada em alguns postos das capitais de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Pernambuco, segundo o diretor.
Dentre as medidas que podem ser empregadas pela ANP, Amaral citou a redução de exigências relacionadas ao horário de funcionamento dos postos e às necessidades de estoques. Enquanto as vendas caem, a Petrobras anunciou nesta quarta-feira nova redução nas cotações nas refinarias, em meio a um mergulho das cotações do petróleo e derivados por impactos da expansão do coronavírus e de uma guerra de preços entre grandes produtores.
A petroleira reduzirá o preço médio da sua gasolina em 12% e o do diesel em 7,5% a partir de quinta-feira.
Impactos para o ano
Amaral explicou que a ANP não tem ainda uma estimativa sobre como será o consumo de combustível no Brasil neste ano e os impactos relacionados ao coronavírus, mas adiantou que os números previstos anteriormente terão que ser revistos.