A BR Distribuidora deverá ter seu nome modificado futuramente, afirmou o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, nesta sexta-feira, em coletiva de imprensa. “Creio que a Petrobras Distribuidora, em algum momento do tempo, trocará seu nome“, disse o executivo, em coletiva de imprensa.
Segundo ele, a mudança deve ser feita para sinalizar que a BR agora é uma empresa privada e não ser confundida com a estatal.
Em julho, a Petrobras vendeu o controle da distribuidora de combustíveis, em uma oferta secundária de ações, na B3. Hoje, a petroleira possui 37,5% de participação na empresa.
Segundo Castello Branco, porém, a BR Distribuidora poderá continuar utilizando a marca dos postos de gasolina.
Existe um contrato nesse sentido, com prazo de dez anos, prorrogáveis por igual período. Segundo ele, o valor desse contrato “não é muito significativo”.
Além disso, Castello Branco afirmou, em mensagem incluída nos resultados do segundo trimestre, que a Petrobras tem intenção de vender parcial ou totalmente sua participação remanescente na BR Distribuidora.
Os desinvestimentos somaram US$ 15 bilhões até o final de julho, com destaque para as transações da TAG, da BR Distribuidora — a primeira privatização via mercado de capitais na história do Brasil — e de campos maduros de petróleo.
Ficamos ainda com 37,5% do capital da BR, que no futuro temos a intenção de vender parcial ou totalmente, disse o executivo.
Com relação ao plano de desinvestimentos no refino, Castello Branco lembrou que a empresa já lançou o primeiro pacote de venda de quatro refinarias (Rnest, Rlam, Repar e Refap) e acrescentou que os “teasers” (alertas de venda) de outras quatro refinarias (Reman, Lubnor, Regap, SIX) serão lançados no próximo mês.
O executivo destacou que a companhia está “firmemente” comprometida em sair “completamente” dos negócios de transporte e de distribuição de gás natural, concentrando-se apenas em exploração e produção do energético.
Venda da Gaspetro – A diretora de refino e gás natural da Petrobras, Anelise Lara, disse que a empresa ainda não definiu o modelo de venda da Gaspetro. Segundo ela, a companhia tem mantido conversas com a Mitsui, sócia da petroleira na Gaspetro, com 49%, sobre o processo do desinvestimento.
“Ainda não tomamos decisão sobre o modelo de venda na Gaspetro, diz diretora“, disse a diretora. Questionado se a venda dos 51% da Gaspetro para a Mitsui poderia criar uma nova concentração de mercado, o presidente
Roberto Castello Branco disse que esse assunto cabe ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A Mitsui possui direito de preferência para aquisição da Gaspetro.
Castello Branco, por sua vez, disse que a única certeza é que a Petrobras reduzirá a sua fatia na Gaspetro a zero. A Petrobras informou ainda que, além da saída da distribuição e transporte de gás, a companhia espera reduzir a sua participação na comercialização do gás para cerca de 50% do volume vendido no mercado. Hoje, a Petrobras é praticamente a única fornecedora relevante de gás na malha integrada de gasodutos.
Segundo Anelise, o market share da companhia vai cair em função de diversos fatores, como a redução da compra de gás de sócios nos seus campos, por meio do aumento da importação de gás natural liquefeito (GNL) por terceiros e a partir da redução do gás boliviano. A propósito, a Petrobras está, neste momento, negociando o contrato de importação de gás da Bolívia, de acordo com Castello Branco.
Fonte: Valor Econômico