Cresce a procura por gasolina em postos de 'bandeira branca'.Com a alta nos preços da gasolina, a solução para motoristas tem sido recorrer aos postos que compram o combustível de distribuidoras menos conhecidas.
Dois dias após o aumento nas bombas, as grandes redes de postos, conhecidos como “bandeirados”, já sentem uma diminuição no número de clientes, que migram para postos de distribuidoras menos conhecidas e com preços mais em conta, chamados de “bandeiras brancas”.
No posto “bandeirado” do bairro Mollon, em Santa Bárbara d’Oeste, o litro da gasolina passou de R$ 2,899 para R$ 3,199, anteontem, e já afastou pelo menos 50% dos clientes, segundo o frentista Jonílson Lemes, 46. “Vendíamos cerca de 5 mil litros de gasolina durante um turno de oito horas, mas desde que subiu o preço a venda caiu para 2,5 mil litros. Tem gente que para, olha o preço e fala: ‘Está muito caro! Vou embora'”, conta.
Em outro posto bandeirado, no Jardim Guanabara, em Americana, as vendas que antes eram de 2,2 mil litros passaram para pouco mais de 1,5 mil litros por turno. “E olha que nosso preço está em conta (R$ 3,099), já que antes de subir era R$ 2,899”, afirma o administrador do empreendimento, Jeferson Lapresa.
Com o litro a R$ 2,999 – na semana passada era R$ 2,899 – as vendas no posto “bandeira branca” do Jardim Pérola, em Santa Bárbara, passaram de 6 mil litros para 10 mil litros de gasolina por turno de oito horas. “Tem aparecido muitas caras novas, gente que nunca tinha abastecido aqui e pedindo para completar o tanque”, explica o frentista-caixa Michel Gomes Tavares, 38.
Em Americana, no Jardim São Jerônimo, o posto “bandeira branca” que comercializava 5 mil litros por turno passou a vender 7 mil litros. “A maioria que vem aqui pede para encher o tanque porque sabe que depois piora (o preço). Subimos de R$ 2,758 para R$ 2,858”, disse o proprietário, Edson Barbar, 50.
Não só o número de clientes caiu nos postos bandeirados, mas também o valor gasto. “Agora só R$ 10 ou R$ 20, antes a maioria era de R$ 50 para mais. Deixamos de vender 4 mil litros, já que antes as vendas por turno eram de 16 mil a 17 mil litros”, contabilizou o gerente de um posto bandeirado no Jardim Adélia, em Santa Bárbara.
Para os consumidores, a preferência por uma gasolina com garantia de “bandeira” vai até quando couber no bolso. “Procurei sempre pela qualidade dos postos, mas se não encaixar no bolso vou ter que apelar e ir para os postos mais baratos”, afirma o músico Júlio Nascimento.
ESTOQUE
Apesar do custo operacional mais barato e da não obrigatoriedade de pagamento de royalties pelo uso da marca, os postos “bandeira branca” sofrerão um aumento nos preços, segundo o vice-presidente do Recap (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Campinas e Região), Edmílson Martins.
“Os postos com estoques altos, e aí entram os bandeiras brancas, podem oferecer esse preço mais barato justamente porque não compraram os combustíveis com o preço reajustado”, explica.
Ele aponta que os “bandeiras brancas” podem adquirir de qualquer fornecedor. “Eles (bandeiras brancas) ficam livres para comprar de quem quiser e às vezes a qualidade vem comprometida, porque o combustível não é fiscalizado pelas bandeiras”.
Fonte: http://portal.tododia.uol.com.br/

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