A Ale, distribuidora de combustíveis controlada pela Glencore, anunciou sua estratégia para alcançar a meta de faturamento de R$ 15 bilhões em 2024
O plano foca em dois pilares: captação de postos de bandeira branca e ampliação da carteira de grandes consumidores com contratos de exclusividade.
Com a aposta de expansão, a distribuidora espera conquistar 360 novos clientes durante o ano. A empresa também prevê um incremento de 200 milhões de litros em seu volume de distribuição, chegando a um total de 3,2 bilhões de litros em 2024.
Ao Valor, o presidente da Ale, Fulvius Tomelin, conta que a empresa tem uma rede de mais de 1.500 postos e vê naqueles sem bandeira uma oportunidade de crescimento, já que representam cerca de 20 mil dos 42 mil postos de combustíveis distribuídos em todo o país.
“Acreditamos que os postos de bandeira branca representam um grande potencial de crescimento para a Ale, e estamos preparados para oferecer a eles todo o suporte necessário para que possam prosperar em seus negócios”, diz Tomelin.
O faturamento, no entanto, é menor do que a meta registrada em 2022, que foi de R$ 20 bilhões. O executivo explica que essa variação em relação ao faturamento foi motivada pela redução dos tributos e dos preços dos combustíveis no Brasil entre 2022 e 2023. Por outro lado, com a continuidade da guerra entre Rússia e Ucrânia e a tensão geopolítica no oriente médio, os preços internacionais do petróleo e do gás natural têm se mantido voláteis.
Em 2023, a empresa conquistou 151 novos postos para sua rede e 192 grandes clientes B2B. O desafio de aumentar em mais de dois dígitos a base de clientes esbarra em um mercado competitivo e na complexidade no transporte do produto. Soma-se que o mercado ainda sofre com elevadas taxas de sonegação fiscal e adulteração.
Hoje, a Ale ocupa a posição intermediária no setor, sendo a quarta colocada no segmento de distribuição, dominado por Vibra (ex-BR), Ipiranga e Raízen (Shell). Tomar mercado das grandes vai exigir busca por eficiência na armazenagem e distribuição, além de explorar melhor alguns eixos logísticos para criar mais eficiência.
Por ser um segmento com margens apertadas abaixo de 4%, o trabalho de conquistar novos clientes inclui também uma operação de varejo e serviços, com lojas de conveniência. Ele diz que a empresa aportou cerca de R$ 43 milhões em infraestrutura, frota e tecnologia, no último ano, para fazer frente a estes desafios.
Tomelin não revela as áreas de atuação, mas sabe-se que o melhor desempenho das redes menores tem ocorrido principalmente no Nordeste. Além disso, nos últimos anos, o que se observou foi a contração do mercado das gigantes — Vibra, Ipiranga e Raízen —, enquanto que marcas de menor porte tiveram crescimento, segundo dados da ANP.
Outro fator que contribuiu para a desconcentração do mercado foi a entrada de grandes multinacionais no Brasil, como a TotalEnergies (Zema), a PetroChina (TTWork) e Glencore (Alesat) — além da Vitol, que comprou uma fatia da Rodoil, mas já saiu do negócio.
Fonte: https://minaspetro.com.br/