O Foodservice é um dos mercados de consumo mais relevantes do país com faturamento estimado em R$ 230 bilhões e mais de 14 bilhões de visitas aos restaurantes em 2018 no Brasil.
O gasto do consumidor brasileiro em alimentação fora do lar cresceu 5% na comparação em comparação com o mesmo período do ano passado, significando aproximadamente 180 milhões de visitas – ou 3 milhões de reais gastos -, a mais em alimentação fora do lar do que no mesmo período do ano anterior.
Por um lado, um período de estagnação no ano de 2018 favorece esse desempenho, no contexto de saída da recessão, inseguranças políticas e econômicas, greve de caminhoneiros, entre outros aspectos. Por outro lado, vemos em 2019 um reaquecimento no ritmo – ainda lento -, de recuperação do setor.
O setor é um dos principais indicadores do estado da economia, já que depende de quatro variáveis econômicas: emprego, massa salarial, disponibilidade de renda (inflação) e confiança do consumidor. Com índice de desemprego em queda de 3% em maio deste ano, a confiança do consumidor também aumentou 5% quando comparamos junho/19 com 2018. Números positivos em relação aos observados no ano passado.
A maioria dos consumidores do foodservice se declara “ocupados” (81%) na pesquisa CREST®, indicando que aqueles que estão desempregados (7%) preferem economizar. É claro que a observação superficial destes dados não revelam as variáveis que compõem essa realidade. O assunto é amplo, mas entre elas se destacam o aumento no emprego informal, por exemplo. Informalidade tal que reflete no próprio foodservice: ambulantes, que representam cerca de 5% do segmento receberam 18 milhões de visitas a mais, crescendo em ritmo duas vezes maior do que a média do mercado.
Este reaquecimento favoreceu especialmente as refeições realizadas em dias úteis, que são os principais momentos em que os trabalhadores estão fora de casa. Hoje, os dias úteis (segunda a sexta) representam 70% das refeições preparadas fora do lar, e cresceram 8% no primeiro trimestre, quando comparado ao mesmo período do ano anterior – significando um aumento de aproximadamente 3,5 bilhões de refeições somente nos dias da semana.
Os dados indicam ainda que metade das visitas realizadas durante a semana se divide entre almoço ou lanche da tarde, ainda atestando a vocação de atender à pessoa que trabalha ou está fora de casa durante o dia. Quase 50% destas visitas são individuais e/ou são realizadas fora do restaurante (pedidas via delivery ou refeições levadas “para viagem”).
“O comportamento do consumidor, associado às principais variáveis econômicas, constitui hoje o principal termômetro para entender e se posicionar no foodservice brasileiro, um mercado jovem e em constante desenvolvimento”, afirma Volia Simões, gerente de Inteligência de Mercado do Grupo GS& Gouvêa de Souza.
Entender que o foodservice é plural e parte de um ecossistema complexo pelo qual é influenciado é relevante não só para monitorar a performance dos alimentos e dos segmentos da alimentação fora do lar do Brasil, bem como para antecipar seus movimentos e entender o quanto estamos preparados para antecipar as tendências e potencializar seu desempenho.
¹Fonte: Pesquisa CREST®
²Fonte: PNAD – IBGE
³Fonte: MERCADO & CONSUMO