Estabelecimentos praticam preços mais baixos para o consumidor
Em uma cidade em que o consumo de combustíveis é um dos cinco maiores do Estado, as últimas altas nos preços do etanol e da gasolina pesaram no bolso de muitos motoristas.
Após dois reajustes, somente neste mês, a maioria dos postos da cidade vende o litro do etanol a R$ 2,09 e o da gasolina a R$ 2,99. Uma alternativa encontrada por muitos motoristas da cidade para sentir menos o impacto dos preços no final do mês é a opção por postos que não têm bandeiras de grandes redes distribuidoras, os chamados “bandeira branca”.
“O carro é o meu meio de trabalho e sempre sofro com as altas. Por isso, sempre faço a opção por postos mais em conta – dos males, o menor. Abasteço sem problemas em postos sem bandeira”, diz o representante comercial Eduardo Morales, 38 anos.
Em média, segundo a Agência Nacional de Petróleo (ANP) e uma pesquisa feita pelo A Cidade por postos da cidade, os sem bandeira vendem o litro dos combustíveis por R$ 0,09 a menos em relação aos postos de grandes distribuidores.
A tendência é confirmada pelo Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado (Sincopetro). “Como não possuem a marca de grandes redes, esses postos tendem a praticar preços menores e são uma alternativa para os consumidores”, diz Oswaldo Manaia, diretor regional do Sincopetro.
Qualidade
Com os preços mais em conta, esses postos, que representam 37% do total de estabelecimento em Ribeirão segundo a Associação Brasileira do Comércio Varejista de Combustíveis Automotivos e de Lubrificantes em São Paulo (Brascombustíveis), ainda despertam a desconfiança de alguns consumidores em relação à qualidade dos combustíveis comercializados.
“Isso não é a realidade. Existem fiscalizações constantes e os postos que estão em operação hoje na cidade vendem combustíveis certificados e de boa qualidade”, diz Oswaldo Manaia.
Dois postos autuados
De acordo com a Secretaria da Fazenda do Estado, que realiza periodicamente a fiscalização “De Olho na Bomba”, dois postos tiveram as inscrições cassadas neste ano em Ribeirão por venda ilegal de combustíveis – um de bandeira branca e um bandeirado.
“A fiscalização consiste em aferir bombas, conferir os dados cadastrais do estabelecimento e coletar amostras do combustível comercializado para testes. No caso de infração, os postos são impedidos de funcionar e têm lacradas as bombas de abastecimento”, informou a Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-SP), que orienta os consumidores a verificar certificações e inscrição dos postos antes de abastecer, independentemente de ter ou não bandeira.
Menos ocorrências de problemas
Perda de potência, ruídos no motor e maior consumo de combustível estão entre os sintomas do uso de combustível adulterado ou de má qualidade, segundo o engenheiro mecânico José Fraga, dono de uma oficina em Ribeirão.
“Geralmente, são esses os problemas que aparecem depois que o motorista enche o tanque com combustíveis de má qualidade. Normalmente, isso não demora a acontecer e, na maioria dos casos, o motorista não faz a relação com o combustível”, diz.
Mas, ainda segundo Fraga, é cada vez mais raro em sua oficina veículos que tenham problemas por causa de combustíveis adulterados. “Diminuiu drasticamente o número de casos. Há uns três anos era bem mais frequente. A impressão que a gente tem é que, agora, existe uma certa moralidade nesse mercado”, diz.
O engenheiro destaca ainda que, ao optar por um posto diferente do habitual por conta de preços menores (ou outros motivos), o motorista deve prestar mais atenção ao comportamento do carro.
Para Dorival Martins, que roda até 300 quilômetros por dia como representante comercial em uma motocicleta, não há problema mecânico algum com esses combustíveis. “Uso gasolina e abasteço duas vezes por semana no posto. Nunca tive problemas e pago menos”, afirma.
