Pedro Parente se reuniu com Temer nesta segunda. Após o encontro, disse que ‘grande impacto’ para elevação dos preços se deve a alta de impostos promovidas pelo governo federal.
Por Guilherme Mazui, G1, Brasília
O presidente da Petrobras, Pedro Parente, afirmou nesta segunda-feira (27), durante entrevista no Palácio do Planalto, que o “grande impacto” na alta dos preços dos combustíveis se deve ao aumento de impostos.
Parente participou de reunião nesta tarde com o presidente Michel Temer, ministros das aéreas políticas e econômicas do governo e com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
O encontro discutiu a aprovação no Congresso Nacional de uma medida provisória de interesse da Petrobras.
Ao final da reunião, Parente foi questionado sobre o preço da gasolina que chega aos consumidores. Segundo ele, a política de preços adotada pela companhia não é o principal fator para a alta do preço dos combustíveis.
Em julho deste ano, o governo anunciou a elevação da tributação sobre os combustíveis junto com um bloqueio adicional de R$ 5,9 bilhões em gastos no orçamento federal. As medidas visavam auxiliar no cumprimento da meta fiscal.
O governo decidiu, na oportunidade, aumentar as alíquotas de PIS e Cofins sobre os combustíveis, em busca de receitas extras.
“Não estou aqui para criticar o governo. Na verdade, se sabe que isso foi uma necessidade em função da crise fiscal que o país vive, mas em termos concretos, o grande impacto do aumento dos combustíveis é decorrência do aumento dos impostos”, disse Parente.
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Conforme dados de sexta-feira (24) da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a gasolina terminou a última semana com preços em alta para o consumidor final. O aumento médio nas bombas foi de 1,43%, de R$ 3,966 para R$ 4,023.
Recentemente, a Petrobras elevou o preço da gasolina nas refinarias em 2,85%, mantendo a política de ajustar preços a fim de acompanhar o mercado internacional. O repasse ou não para o consumidor final cabe aos postos.
“Quando nós consideramos o que a Petrobras fez, a variação deve ser de 2% nesse período de um ano, mas os impostos levaram a um acréscimo acima de 20%”, disse.
Segundo Parente, o valor cobrado pelos combustíveis considera os preços no mercado internacional e a variação da taxa de câmbio. Ele destacou que o preço final para o consumidor “não leva em conta apenas” as cifras da venda da Petrobras na refinaria.
Esse preço é impactado por impostos, que sofreram altas, com reflexos na gasolina e no diesel. Questionado, ele não citou quais foram os tributos que pesaram na alta dos preços.