Proibir o abastecimento de veículos “até a boca” está entre as medidas que podem minimizar a inalação do benzeno, substância cancerígena presente na gasolina e liberada quando se abastece além do limite automático. De olho nos efeitos nocivos do benzeno ao homem e ao meio ambiente, o vereador Gustavo Richa (PHS) apresentou o Projeto de Lei 36/2015 que obriga os postos de combustíveis a abastecerem os veículos somente até o travamento automático de segurança.

Projeto quer regulamentar abastecimento de gasolina em postos de LondrinaNa verdade, o debate sobre os riscos da contaminação por benzeno começa a ganhar repercussão no Brasil e foi objeto de audiência pública promovida pela Comissão de Seguridade da Câmara de Vereadores na última quarta-feira (15) à noite. Para o químico e especialista em avaliação de agentes poluentes, Albertinho Barreto de Carvalho, tecnologista sênior da Fundacentro, órgão ligado ao Ministério do Trabalho, reduzir a exposição do frentista e do consumidor ao benzeno, proibindo o abastecimento “até a boca” é o primeiro passo para começar a resolver o problema.

Cancerígeno – “Não existe concentração segura para o benzeno, cancerígeno confirmado para os seres humanos, que pode causar depressão da medula óssea, leucemia, aplasia de medula, entre outros problemas graves à saúde”, garantiu Albertinho de Carvalho que viajou de Salvador (BA) à Londrina para falar sobre o tema. Durante a audiência, o especialista ainda alertou para os efeitos negativos da gasolina à saúde humana e falou da importância da adoção de medidas que reduzam a exposição aos vapores deste combustível. Segundo Albertinho, a gasolina é um possível cancerígeno humano, irritante para nariz, garganta e pele e durante exposições agudas afeta o sistema nervoso central.

“Por isso o projeto que a Câmara de Londrina discute hoje é pertinente, é o primeiro passo para minimizar o contato direto com o benzeno, mas é preciso ainda investir em ações que previnam a exposição do homem aos vapores da gasolina, liberados não só na operação de encher o tanque dos carros, mas no transporte do combustível e abastecimento dos revendedores”, disse. Albertinho de Carvalho falou de tecnologias já adotadas na Europa, que devem ser implementadas em etapas e recuperam os vapores durante carga e descarga de tanques e veículos transportadores da gasolina, como também no abastecimento dos postos revendedores do combustível.

Iniciativas – A medida simples, de completar o tanque de combustível só até o automático já virou lei municipal nas cidades de Cascavel e Foz do Iguaçu, Oeste do Paraná e está sendo discutida pelos deputados estaduais. Em Londrina, o projeto de Richa já recebeu pareceres favoráveis da Comissão de Justiça e foi encaminhado para análise das comissões de Desenvolvimento Econômico e Segurança Pública do Legislativo. O vereador que também é presidente da Comissão de Seguridade Social recebeu durante a audiência pública pelo menos cinco propostas de alterações à matéria.

“Quero melhorar o projeto e as propostas serão sempre bem-vindas. As alterações apresentadas estão relacionadas à fiscalização e a divulgação das novas regras”,disse o vereador que coordenou o evento ao lado da vice-presidente da Comissão, vereadora Lenir de Assis (PT). Além de vereadores, a audiência pública contou com a participação de representantes de trabalhadores e empresários de postos de combustíveis, inclusive da cidade de Cascavel; profissionais da área de saúde pública e saúde do trabalhador; técnicos de Segurança do Trabalho, Ministério Público entre outros segmentos.

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