Com juros altos no Brasil e mudanças na política argentina, Raízen inicia processo de venda com intermediação do JPMorgan
A Raízen (RAIZ4) iniciou o processo de venda de sua refinaria de petróleo e rede de postos de combustíveis na Argentina. De acordo com fontes ligadas à negociação, o JPMorgan Chase foi contratado para intermediar as negociações.
Caso a venda se concretize, a Raízen se juntará a um grupo de grandes corporações, como Exxon Mobil e Mercedes-Benz, que recentemente encerraram ou reduziram suas operações no país.
A companhia ainda não se pronunciou oficialmente sobre a decisão, e o banco também não comentou o assunto.
Além disso, na quinta-feira (6), as ações da Raízen fecharam em queda na bolsa de valores brasileira. Os papéis da companhia recuavam 0,58% a R$ 1,70.

Por que a Raízen vai sair da Argentina?
A Raízen enfrenta desafios financeiros devido à alta dos juros no Brasil, levando a empresa a reavaliar investimentos e desinvestimentos. A venda de ativos na Argentina surge como uma estratégia para manter a empresa.
Porém, isso também pode reverter negativamente para a Argentina. A refinaria Dock Sud, localizada em Buenos Aires, é a mais antiga da Argentina, com capacidade para processar 100 mil barris diários.
Além disso, a rede de aproximadamente 700 postos de combustível da empresa detém 18% do mercado argentino de gasolina e diesel, operando sob a marca Shell.
No entanto, além das taxas de juros no Brasil, as mudanças na política econômica do presidente da Argentina, Javier Milei, também influenciam a Raízen.
O governo tem eliminado controles sobre os preços do petróleo e dos combustíveis, permitindo que os valores internos acompanhem as cotações internacionais. Essa flexibilização pode tornar o mercado mais atrativo para investidores estrangeiros interessados nos ativos da Raízen.
Informações são da Bloomberg.
Fonte: https://www.spacemoney.com.br/