‘Invasão’ começou há pouco mais de dez anos e fidelizou clientes.
Dono da rede possui duas unidades com o mesmo perfil na cidade.
As mulheres estão por todos os cantos de um posto de combustíveis em Praia Grande, no litoral de São Paulo. Elas atuam tanto na loja de conveniências como no cargo de frentistas. A ‘invasão’ delas começou há pouco mais de dez anos, quando os donos da unidade resolveram procurar um diferencial no atendimento e decidiram pela delicadeza feminina. Atualmente, o posto possui 10 frentistas mulheres, que são responsáveis por todo o atendimento.
Mesmo vestindo roupas pesadas e sapatos apertados, elas não perdem a vaidade do dia a dia. Com cabelos produzidos, tiaras, maquiagem e muita simpatia, as frenstistas se enquadram no lema da empresa, que é estar sempre bem arrumada.
Diana cuida da relação com os clientes
(Foto: Orion Pires/G1)
Foi assim, e com uma boa dose de competência, que Diana Mabel Cerqueira Ferreira chegou ao cargo de encarregada do posto. Isso depois de trabalhar no ramo de frentista há 14 anos. Atualmente, ela é responsável por organizar as equipes e cuidar de questões burocráticas, como contratações e parte financeira da empresa. “Eu gosto muito de trabalhar nessa área. A gente vê o movimento, conversa com o cliente, se diverte, faz amizade. Acho que ser mulher ajuda. Quando vamos contratar alguém, lógico que também vamos pela aparência, mas não é se é bonita ou feia, tem que ser vaidosa e as meninas aqui são”, afirma.
O coordenador da unidade, Willian Santana, ressalta que não há um preconceito com os homens, mas sim um diferencial que é oferecido por elas. “Durante o dia, quando o fluxo é maior, então nós deixamos as mulheres para atender. Elas são mais delicadas e os clientes gostam. Já no período da noite existe a troca de turno com os homens. Eles são bons, porque isso também depende de pessoa para pessoa, mas achamos que deu certo mudar e só recebemos elogios”, destaca.
Comerciante Joaquim Ramos aprova atendimento
(Foto: Orion Pires/G1)
As frentistas não ligam para essa história de ‘sexo frágil’ e afirmam que sabem impor respeito quando necessário. “Temos que sorrir sempre, mas quando chega um cliente homem mais abusado que tenta fazer gracinha não pode dar atenção. Se ele insistir, você tem que ‘cortar’ com educação. Eu falo que namoro e me limito a fazer o meu trabalho”, relata a frentista Andrea Regina de Moraes, de 31 anos.
Os clientes ‘saidinhos’ são minoria. O comerciante Joaquim Ramos Fonseca abastece o carro diariamente no estabelecimento e afirma que sempre manteve uma relação de respeito com as frentistas. “Eu venho aqui praticamente todo dia. Gosto muito do atendimento e respeito, porque é o trabalho delas”, diz.
Simpatia é importante no dia a dia de trabalho
(Foto: Orion Pires/G1)
Embora a gerência do posto não tenha um registro se houve ou não aumento na arrecadação por conta da mudança, Diana afirma que, nos últimos anos, a unidade conseguiu fidelizar muitos clientes e conquistar amizades. Para ela, a profissão que antes era comum para homens está cada vez mais ganhando um cenário diferente. “O que a gente não sabe aqui, vamos aprendendo. Trocar óleo, essas coisas de mecânica, a gente até sugere e indica algumas coisas para os clientes. É como qualquer profissão, você tem que se dedicar”, explica a encarregada.
O ‘posto feminino’ foi uma surpresa tão agradável para a chefia que outra unidade da rede, também em Praia Grande, adotou o mesmo esquema de trabalho com mulheres. “Estamos dominando o espaço”, brinca Diana.
A frentista Andrea Regina, 31 anos, foi contratada recentemente (Foto: Orion Pires/G1)
Fonte : G1