Os preços de gasolina e etanol nos postos de Sorocaba estão com grandes diferenças, provocando o sorocabano a buscar o melhor custo-benefício.
A reportagem Cruzeiro do Sul percorreu a cidade verificando os valores. A variação no preço da gasolina foi de R$ 3, verificada entre um posto da zona norte (mais barata) e outro na zona sul (mais cara), de R$ 5,59 para R$ 8,59.
Um posto na avenida General Carneiro vendia a gasolina a R$ 5,99 e o álcool a R$ 5,19. Outro posto, seguindo pela avenida Américo Figueiredo, vendia a gasolina por R$ 5,89 e o etanol a R$ 3,95. O motociclista Edmar Antônio Luiz, 33 anos, trabalha como Uber (moto) e diz que aceita todas as corridas que aparecem para fazer o trabalho valer a pena. “Pesquiso muito os preços para não me atrapalhar. Tudo está caro. E não dá para ficar sem dinheiro. Tenho de abastecer, com o preço que for”, avalia.
Na avenida Antônio Carlos Comitre, zona sul de Sorocaba, em um posto a gasolina era vendida a R$ 6,27 e o álcool por R$ 4,29. Em outro, a gasolina custava R$ 8,59 e o álcool, R$ 6,19. A diferença do preço da gasolina desse último posto para o da avenida Américo Figueiredo visitado pela reportagem era de mais de R$ 3.
Na zona norte, em um posto na avenida Ipanema a gasolina está por R$ 5,84, e o álcool por R$ 3,94. Uma motorista de 33 anos, que preferiu não se identificar, disse que está tudo muito caro e que não sabe mais o que fazer. “Eu trabalho com corrida e ganho quase R$ 300 por dia, mas R$ 100 disso vai para a gasolina. Está ficando inviável para mim. Estou pagando para trabalhar”, afirma. Em um posto na avenida Itavuvu, a gasolina custa R$ 5,89 e o álcool R$ 3,88.
Adriano de Castro, 45 anos, trabalha como eletricista, e o preço está afetando seu trabalho. “Eu tenho usado bastante e tenho de pesquisar muito para compensar. Se o trabalho que tenho de executar é muito distante, fica caro demais e inviável para eu ir”, lamenta.
Na zona leste, um posto de combustíveis na avenida Engenheiro Carlos Reinaldo Mendes vendia a gasolina por R$ 5,89 e o álcool por R$ 3,89. Na mesma avenida, em outro posto, a gasolina custava R$ 5,59 e etanol, R$ 3,75. Francisco de Assis da Silva, 45 anos, trabalha em construção civil, e veio de longe abastecer neste posto. “Eu moro no Parque São Bento (zona norte), trabalho em Aparecidinha (nos limites da cidade de Sorocaba), mas venho aqui abastecer. É isso ou não trabalhar. Muitas vezes nem compensa eu me deslocar, dependendo do lugar. Eu tenho de repassar esse aumento para meus clientes”, explica.
Fecombustíveis
A Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis), entidade que reúne 34 sindicatos patronais e que representa os interesses de cerca de 45 mil postos de combustíveis no País, divulgou uma nota ontem (18) sobre a questão dos altos preços dos combustíveis em postos pelo Brasil.
A Fecombustíveis considera que a composição dos preços dos combustíveis também inclui os impostos federais. Entre eles, estão o PIS/Cofins, no valor de R$ 0,69 por litro, e a Cide, de R$ 0,10 por litro, além do ICMS. A entidade indica também o aumento do ICMS sobre gasolina, óleo diesel, biodiesel e etanol anidro ocorrido no dia 1º de fevereiro.
“As refinarias vendem combustíveis exclusivamente para as distribuidoras, que, por sua vez, comercializam os produtos para os postos revendedores. A gasolina que sai das refinarias é pura e ainda não está pronta para o consumo final. Somente nas bases de distribuição recebe a adição de 27% de etanol anidro, tornando-se gasolina C, que é a versão comercializada nos postos. O mesmo processo ocorre com o óleo diesel: ele sai puro das refinarias (diesel A) e, após a adição de biodiesel ù atualmente em 14% ù, transforma-se em diesel B, que então é comercializado das distribuidoras para os postos de combustíveis”, informa a entidade.
Na composição de preços da gasolina, na média Brasil, os custos do produto nas refinarias Petrobras correspondem a 34,7% do total, ou seja, a R$ 2,21 por litro, de acordo com a Fecombustíveis. Quando somado o preço dos tributos federais e estaduais ao custo das refinarias quase dobra-se o valor, em R$ 2,16 por litro, diz a federação que representa os postos de combustíveis.

A Fecombustíveis também informa que as margens brutas da distribuição e revenda, na média Brasil, ficam em torno de 15%, retirando o frete. “Vale destacar que desta margem são descontados os salários, encargos sociais e benefícios dos funcionários, aluguel (se houver), água, luz, incluindo todas as demais despesas inerentes à manutenção do negócio (…) Destacamos que a revenda de combustíveis é um dos setores que mais contribuem para a geração de empregos, com aproximadamente 900 mil postos de trabalho diretos, além de ter um papel significativo na arrecadação de impostos dos estados e do País.”
Fonte: https://www.jornalcruzeiro.com.br/